A cada mês, torna-se mais preocupante a situação do mercado de trabalho
no Brasil. O desemprego prossegue sua escalada: todos os dias, milhares de
novas pessoas engrossam esta triste estatística. São reflexos de uma crise que
ainda vai fazer aumentar a fila de pessoas nas portas de fábricas, comércios e
lojas em busca de uma oportunidade para trabalhar.
Na sexta-feira, mais um indicador oficial deu
contornos soturnos à situação. A taxa de desemprego manteve-se no maior patamar
da série calculada pelo IBGE por meio da Pnad Contínua: no trimestre encerrado
em novembro, 9% dos brasileiros não tinham emprego. Novembro costuma ser mês de
contratação, mas, desta vez, foi de demissões.
O mero percentual não dá conta de toda a gravidade
da crise. Sua tradução no número absoluto de trabalhadores sem emprego assusta
mais: são agora 9,126 milhões de desempregados em todo o país. Em um ano, a
alta foi de 41%, ou seja, mais 2,7 milhões de brasileiros perderam sua
ocupação. Isto significa que, em média, a cada dia mais 7,5 mil pessoas ficam
desempregadas no país.
Infelizmente, contudo, o quadro do desemprego não
se resume aos que estão buscando trabalho e não encontram, captados pelo índice
de desocupação divulgado pelo IBGE. Além deles, há também os que simplesmente
desistem de ir à procura de emprego. São os chamados desalentados.
Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE – em
que os dados são mais abertos e permitem maior escrutínio – apenas nas seis
maiores regiões metropolitanas há mais 1,5 milhão de brasileiros da população
não economicamente ativa – ou seja, formalmente fora do mercado de trabalho –
que gostariam de estar trabalhando. Só eles já seriam suficientes para elevar o
atual índice de desemprego no país para a casa de dois dígitos.
Está em marcha uma espécie de precarização do
mercado de trabalho. Em linhas gerais, há menos pessoas trabalhando com
carteira assinada e mais brasileiros se virando e buscando uma atividade por
conta própria. Os movimentos são quase simétricos: nos últimos 12 meses, 1,1
milhão deixaram de ser empregados e 969 mil abriram seu próprio negócio.
Numa ponta, aumenta o número de pessoas com
trabalho doméstico, menos qualificado e com menores salários. Na outra,
diminuem as oportunidades para profissionais com ensino superior. O movimento
acentuou-se agora, embora não seja novo: desde os anos Lula, o saldo de
empregos criados concentrou-se sempre na faixa de até dois salários mínimos.
Junto com a maior recessão da história da economia nacional, o
desemprego também caminha para bater recordes neste ano. Analistas estimam que
o número de desempregados continue aumentando, até superar os 11 milhões, e a
taxa média alcance 13% já no meio deste ano. Com a crise prolongada e nenhuma
perspectiva de melhoria no horizonte, o exército de desempregados,
infelizmente, só vai aumentar.
Fonte: PSDB PR
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