Com a estimativa da Organização
Mundial da Saúde (OMS) de que 4 milhões de pessoas sejam infectadas pelo vírus
Zika no continente americano em 2016 são muitas as dúvidas sobre a doença,
recém-chegada ao Brasil.
Conhecido pela medicina desde o
fim dos anos 40, o Zika passou a ser assunto nos lares brasileiros depois da
associação do vírus a diversos casos de microcefalia em recém-nascidos.
Por enquanto, a certeza é que o
vírus é transmitido pelo Aedes aegypti, mas outras formas de transmissão estão
sendo pesquisadas.
- Mulheres com Zika não podem
amamentar
Boato. Embora já se tenha
identificado o vírus no leite materno, não houve, até o momento, relatos de
transmissão do vírus Zika para o bebê na amamentação. A Rede Brasileira de
Bancos de Leite Humano, coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), afirma
que, por conta de todos os benefícios que o leite materno traz ao
recém-nascido, incluindo o aumento da imunidade, a amamentação deve ser
encorajada e incentivada mesmo em áreas endêmicas para o vírus zika.
A Organização Mundial da Saúde
também reforça que as mães devem continuar amamentando normalmente seus filhos
e ressalta que esta deve ser a única fonte de alimentação do bebê até os seis
meses de vida.
- O aumento de casos de
microcefalia foi causado por vacinas contra rubéola vencidas
Boato. O Ministério da Saúde diz
que nenhuma vacina com vírus atenuado, como é o caso da vacina contra rubéola,
é aplicada em gestantes. Além disso, não há registro na literatura médica
nacional e internacional sobre a associação do uso de vacinas com a
microcefalia.
Em novembro do ano passado, o
Ministério da Saúde confirmou que a infecção por Zika em gestantes é capaz de provocar
microcefalia. Desta forma, a chegada do vírus no Brasil foi o que causou o
aumento inesperado do nascimento de crianças com a malformação.
- O vírus Zika pode desencadear a
Síndrome de Guillain-Barré
Verdade. A Síndrome de
Guillain-Barré é uma reação muito rara a agentes infecciosos, como vírus e
bactérias, entre eles o Zika. Os sintomas são fraqueza muscular e paralisia dos
músculos. Eles podem apresentar diferentes graus de agressividade. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, o vírus Zika também pode causar outras síndromes
neurológicas como meningite, meningoencefalite e mielite.
- A infecção é mais perigosa para
crianças com até 7 anos
Boato. Circularam em mensagens no
Whatsapp áudios mencionando que crianças menores de 7 anos e idosos estariam
mais vulneráveis a sintomas neurológicos decorrentes do vírus Zika. Segundo a
Fiocruz, essas informações não têm fundamentação científica.
A fundação esclarece que, assim
como outros vírus, a exemplo da varicela, do enterovírus e da herpes, o zika poderia
causar, em pequeno percentual, complicações clínicas e neurológicas em adultos
e crianças, sem distinção de idade.
- Você pode ter sido contaminado
pelo Zika e não saber
Verdade. Mais de 80% das pessoas
infectadas pelo vírus Zika não apresentam sintomas. Isso dificulta a
contabilização dos casos pelo governo brasileiro. Para o restante dos
infectados os sintomas são febre leve e manchas vermelhas pelo corpo com
coceira. Muitas vezes a pessoa também apresenta conjuntivite, dores musculares
ou nas articulações, com um mal-estar que começa entre dois e sete dias após a
picada de um mosquito infectado.
- O vírus pode ser transmitido
pelo sêmen
Não há resposta conclusiva. O
vírus Zika foi encontrado no sêmen humano, porém, há apenas um caso relatado na
literatura científica de transmissão do vírus Zika por relação sexual. A OMS
diz que são necessárias mais evidências para assegurar que o vírus pode ser
transmitido sexualmente.
Até que as pesquisas sejam
concluídas, a OMS aconselha que homens e mulheres que vivam ou que estejam
retornando de um país onde o vírus Zika circula, principalmente mulheres
grávidas e seus parceiros, se protejam usando preservativo.
- O Zika pode ser transmitido
pela saliva ou pela urina
Não há resposta conclusiva. A
Fiocruz divulgou recentemente resultado de estudo que mostra a presença do
vírus zika ativo, ou seja, com potencial de provocar a infecção, em amostras de
saliva e de urina. A fundação ainda pesquisa a possibilidade de a saliva e a
urina serem meios de transmissão.
Aline Leal – Agência Brasil
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