O Porto de Paranaguá vem ganhando espaço na movimentação de cargas de
outros Estados. Principal porto de escoamento de produtos agrícolas e de carne
de frango do País, o terminal paranaense vem conquistando cargas principalmente
do Centro-Oeste e do Sul do País. Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul e Goiás aumentaram seus volumes de exportação pelo porto paranaense em até
97% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são de um levantamento do Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos números
da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A maior alta foi verificada nos embarques de
produtos provenientes de Goiás, que somaram 157,5 mil toneladas, 97% mais do
que as 79,5 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado. Em
receita, a evolução foi de 8,8%, para US$ 67,3 milhões. Entre os destaques nas
exportações estão carne de frango in natura, cereais, couro, carne de peru,
soja em grão, máquinas agrícolas e açúcar bruto.
“O Porto de Paranaguá se modernizou nos últimos
anos. Hoje não há filas de caminhões na estrada para escoamento de grãos e essa
rapidez e produtividade representa, para os exportadores, redução de custos e
mais eficiência”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes. Além
disso, a logística de transporte, com rodovias e ferrovias mais eficientes,
também contribuem para o transporte de mercadorias de outros Estados até
Paranaguá.
De acordo com ele, mesmo com a grande oferta de
terminais para escoamento da produção no País – como os da região Norte (mais
próximos geograficamente) e de Santos – os produtores de grãos do Centro-Oeste
vêm optando por Paranaguá.
“O produtor hoje vê o Porto de Paranaguá como
uma opção mais eficiente e com menor custo para atender o escoamento da sua
produção. Nos últimos cinco anos, realizamos o maior pacote de investimentos em
estrutura que os portos do Paraná já viram e agora colhemos o reconhecimento do
setor produtivo”, afirma o diretor da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.
Ao todo, de acordo com ele, R$ 511,9 milhões já
foram investidos em reformas e expansões da infraestrutura, como aquisição de
novos shiploaders, reforma do cais e campanhas de dragagem. Outros R$ 428
milhões estão programados para os próximos anos.
SOJA – Maior produtor de soja do País, o Mato
Grosso ampliou em 460% seus embarques do produto por Paranaguá. Foram 119,2 mil
toneladas de soja em grão no primeiro bimestre, contra 21,3 mil toneladas nos
primeiros dois meses de 2015. Ao todo, a movimentação de produtos daquele
estado foi 50% maior na mesma base de comparação, com 581,3 mil toneladas. Além
da soja em grão, contribuíram para o avanço as exportações de cereais, farelo
de soja, carne de frango in natura e madeira.
As exportações de produtos vindos do Mato Grosso
do Sul, por sua vez, aumentaram 55,9% no primeiro bimestre, para 753,9 mil
toneladas, impulsionadas pelos embarques de cereais, farelo de soja e celulose.
A receita de exportações aumentou 4%, para US$ 224,5 milhões.
SANTA CATARINA - Mesmo Santa Catarina, que é
conhecido por ser um Estado com eficiência portuária, vem concentrando parte
dos seus embarques por Paranaguá. “Trata-se de uma mudança em relação ao que
porto paranaense vivenciou alguns anos atrás, quando assistia à migração de
cargas paranaenses para São Francisco do Sul. Agora os produtores de lá estão
vindo para cá. Isso ocorre principalmente com soja em grão e carne de frango”,
lembra Suzuki Júnior, do Ipardes.
Na mesma base de comparação, as exportações
catarinenses de soja em grão por Paranaguá cresceram 232%, para 156,8 mil
toneladas. Os embarques de carne de frango aumentaram 396%, para 2.194
toneladas.
Os dados do Ipardes mostram que houve, no total,
um aumento de 13,9% na quantidade exportada por Santa Catarina pelo terminal,
de 152,4 mil para 173,7 mil toneladas. Em receita, no entanto, a alta foi mais
expressiva, de 43%, de US$ 50,2 milhões para US$ 71,8 milhões. Outros destaques
foram os embarques de couro e óleo de soja bruto.
Fonte: APPA
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