O Ministério da Saúde vai
distribuir testes rápidos de diagnóstico de zika na rede pública do país. Os
kits poderão identificar a infecção pelo vírus Zika em 20 minutos. Gestantes,
crianças de até um ano e pessoas com sintomas neurológicos que possam ser decorrentes
do vírus terão prioridade para fazer o teste.
Segundo o ministro da Saúde,
Ricardo Barros, o teste também poderá ser feito em mulheres que queiram ter
filhos, para saber se já tiveram ou não a doença. “As pessoas poderão fazer os
testes para decidir se vão engravidar ou não”, disse hoje (25) ao anunciar a
medida.
O diretor de Vigilância de
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, disse que os
testes também poderão ser feitos em outros grupos. No entanto, em todos os
casos a prescrição médica será necessária
O kit é produzido pelo
laboratório público Bahiafarma, ligado à Secretaria de Saúde da Bahia. Até o
fim do ano, dois milhões de kitsdevem ser distribuídos para a rede pública de
saúde em todo o país. E mais 1,5 milhão serão entregues até fevereiro de 2017.
De acordo com Ricardo Barros, a distribuição será de acordo com a incidência da
doença no país.
O diretor presidente da
Bahiafarma, Ronaldo Dias, disse que o nível de confiança do teste é de 95%. O
laboratório tem capacidade para produzir cerca de 750 mil kits por mês, e
poderá fornecer o material a estados e municípios que fizerem compras
independentemente do Ministério da Saúde. Cada teste custará ao governo federal
R$ 34.
Atualmente, o Sistema Único de
Saúde (SUS) disponibiliza em larga escala o teste PCR, que só detecta o vírus
Zika no período agudo da doença. No entanto, a detecção de uma infecção
pregressa é importante para identificar se determinados sintomas atuais do
paciente estão ligados ao vírus.
Microcefalia
De acordo com o ministro da
Saúde, o número de novos casos de microcefalia diminuiu 85% em outubro na
comparação com o mesmo mês de 2015. No acumulado dos últimos 12 meses, foram
registrados 2.063 casos confirmados da malformação possivelmente relacionados à
infecção congênita, como ocorre com o vírus Zika.
Registro
Transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti, o vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os
primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O que se
sabia sobre a doença, até o segundo semestre de 2015, era que sua evolução é
benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre
chikungunya, transmitidas pelo mesmo mosquito.
No entanto, no fim de novembro do
ano passado, o Ministério da Saúde confirmou que a infecção de gestantes pelo
vírus pode levar à gestação de crianças com microcefalia, uma malformação
irreversível do cérebro que pode vir associada a danos mentais, visuais e
auditivos.
Desde então, outras complicações
ligadas ao vírus Zika em recém-nascidos foram notificadas, como surdez,
problemas na visão, no coração. Como os pesquisadores viram que a microcefalia,
ou seja, o perímetro encefálico menor que o considerado normal, não era a única
consequência da infecção pelo vírus na gravidez, o quadro passou a ser chamado
de Síndrome Congênita do Zika
Fonte: Agencia Brasil
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