A Secretaria
estadual da Saúde confirmou nesta quarta-feira (9) o primeiro caso de
microcefalia causada por infecção congênita por zika vírus no Paraná,
registrado no município de Cascavel, na região oeste. A confirmação reforça o
alerta para o controle da infestação do Aedes aegypti, mosquito que, além do
zika vírus, transmite também a dengue, chikungunya, febre amarela e outras
doenças.
“Desde que foi confirmada no país a correlação
entre a infecção congênita por zika e a ocorrência de microcefalia em
recém-natos, as equipes de vigilância vêm acompanhando gestantes com sintomas
da doença no Paraná”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo
Neto. Segundo ele, foi esse monitoramento que pôde identificar o caso de
Cascavel e que deu condições para a secretaria pudesse apoiar a família no
acompanhamento e do desenvolvimento da criança.
O secretário destaca que há um ano foi formado na
Secretaria da Saúde o Grupo Técnico para analisar a ocorrência de microcefalia
no Estado. Esses profissionais avaliam casos suspeitos de microcefalia e outras
mal formações congênitas notificados.
Foram investigadas as causas de microcefalia e
outras alterações graves em 49 bebês do Paraná desde novembro de 2015. Nessa
situação, somente o caso de Cascavel foi confirmada a microcefalia por Zika
vírus. Existem ainda quatro casos em investigação.
Outro monitoramento feito pelo grupo avaliou 331
mulheres que tiveram suspeita de infecção por zika durante a gravidez e apenas
39 foram confirmados. Desse total, 34 crianças já nasceram sem apresentar
microcefalia. Duas gestantes tiveram abortos espontâneos provocados pela
infecção aguda por Zika, registrados em Londrina e Irati.
CASO – O bebê nasceu em agosto deste ano com 32
semanas de gestação. Durante a gravidez, o obstetra identificou retardo no
crescimento fetal através de ultrassom realizado entre o 6º e 7º mês de
gravidez, quando passou a fazer exames semanais para confirmar o quadro.
“A mãe havia tratado uma alergia na pele, sem
suspeitar que poderia ser sintoma de Zika, o que passou a ser considerado
quando foi verificado que o desenvolvimento do feto estava aquém do esperado”,
relata a pediatra e infectologista do grupo técnico da secretaria, Marion
Burger.
Marion afirma que as equipes da 10ª Regional de
Saúde e do município de Cascavel estão acompanhando o desenvolvimento do bebê
em conjunto com a pediatra da criança.
“O tratamento para essa criança é baseado
fundamentalmente na estimulação precoce, tanto motora quanto visual e auditiva.
Ainda não é possível dimensionar quais serão as sequelas, o que demanda um
acompanhamento clínico e a realização de novos exames complementares no
decorrer dos próximos meses”, diz a pediatra.
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