Os
embarques de soja em grão e farelo, carne de frango e automóveis impulsionaram
as exportações do Paraná no primeiro trimestre de 2017. De janeiro a março,
foram US$ 3,36 bilhões em vendas externas, 18,33% mais do que no mesmo período
do ano passado, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
Mesmo
com as restrições de mercados importadores depois da Operação Carne Fraca,
deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março, as exportações de carne de
frango e suína seguiram em alta no Estado.
A
receita de exportação de carne de frango cresceu 28,04% no primeiro trimestre -
US$ 575,8 milhões, contra US$ 449,7 milhões no mesmo período do ano anterior.
As vendas de suínos in natura somaram US$ 48,09 milhões - 45% mais do que no
primeiro trimestre de 2016 (US$ 33,2 milhões).
“O
que se observa é que não houve até agora impacto das restrições à carne
brasileira nas exportações no primeiro trimestre no Paraná. Acredito que nos
próximos meses esse efeito deva ser menor que o esperado inicialmente,
principalmente porque os casos foram pontuais e restritos a alguns
frigoríficos”, diz Julio Suzuki Junior, diretor presidente do Instituto
Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
SOJA
- A safra agrícola recorde manteve a soja em grão no topo da pauta de exportações
do Estado, com US$ 977,7 milhões, 20,63% mais na mesma base de comparação.
Sozinha, a soja respondeu por 24,56% das exportações do Estado. As vendas de
farelo de soja, por sua vez, totalizaram US$ 252,9 milhões, 18,58% maiores do
que o valor apurado no primeiro trimestre de 2016.
ARGENTINA
- Outros destaques foram os automóveis, cujas exportações vêm crescendo,
principalmente, para a Argentina. Os embarques somaram US$ 225,4 milhões,
127,65% mais dos que os US$ 99,01 milhões apurados no primeiro trimestre do ano
passado. As vendas de veículos de carga, especialmente caminhões, cresceram
133,4% - de US$ 33,8 milhões para US$ 78,8 milhões.
CELULOSE
- A operação da nova fábrica da Klabin em Ortigueira, fruto de um investimento
de R$ 7 bilhões, também impulsionou as exportações de celulose no Estado. Os
embarques cresceram 609 vezes, passando de US$ 194,7 mil para US$ 118,7
milhões.
“A
celulose já é o sexto produto mais exportado pelo Estado e deve avançar
posições nos próximos meses porque há uma tendência de se exportar mais
celulose do que papel. Os importadores estão preferindo comprar a celulose e
transformá-la em papel e embalagens no exterior”, diz Suzuki Júnior.
MERCADOS
- Os principais mercados de exportação do Paraná no primeiro trimestre foram
China, destino de 29,28% dos embarques, Argentina (10,68%) e Estados Unidos
(5,06%).
IMPORTAÇÕES
- Os dados da Secex mostram, ainda, que as importações também cresceram no
trimestre, com avanço de 15,23% - passando de US$ 2,44 bilhões para US$ 2,81
bilhões. De acordo com Suzuki Júnior, elas vêm sendo puxadas, principalmente,
pelo movimento de retomada da economia. As importações de óleos e combustíveis
subiram 280,08% - de US$ 91,6 milhões US$ 348,3 milhões, impactadas também pela
demanda de consumo da indústria. O óleo combustível é usado em caldeiras e
fornos e em motores para geração de calor.
DESTAQUES
- As importações de derivados de petróleo subiram 280,74%, de US$ 22,9 milhões
para US$ 87,4 milhões.
Outros
destaques foram as compras de adubos e fertilizantes, tradicionais nessa época,
que somaram US$ 358,2 milhões - 27,25% mais do que no primeiro trimestre de
2016. Também houve aumento das importações de cereais, principalmente milho,
com alta de 80,42%, de US$ 42,6 milhões para US$ 76,95 milhões.
“A
produção de milho no Paraná está cada vez mais concentrada na safra de inverno
e as importações de agora atendem a demanda por ração da pecuária”, diz Suzuki
Júnior.
O
Paraná comprou, no primeiro trimestre, principalmente dos Estados Unidos, que
responderam por 22,28% das importações. Em segundo lugar veio a China, com
15,8% e a Argentina, com 7,74%. As importações dos Estados Unidos cresceram
158% no período e totalizaram US$ 625,3 milhões.
Fonte: AEN
0 Comentários