No dia 19 de janeiro de 2014, às 08h35, sob o comando do capitão Akioshi Ribeiros Santos, seguimos em direção à Vila do Almeida, pertencente a Guaraqueçaba-Pr. No barco estavam Akioshi, Edimeia Venancio, Aline Venancio, Leonardo Venancio, Wilson Venancio, Ariane, Marília Serafim, Jocelino Marques, Edye Venancio, Danielle Venancio e nosso caçula Nicolas Piettro. A viagem foi rápida e, nesse dia, estávamos dispostos a mostrar esse local onde nasci, onde minha família viveu por alguns anos, e onde ainda temos muitos familiares e amigos. Depois de uma hora, chegamos ao nosso destino e, como sempre, registrei tudo o que achava interessante para, um dia, poder mostrar nossa aventura.
Chegamos e fomos recepcionados pelos meus primos Verci e Tereza. Deixamos nossas coisas (mochilas com roupas, etc.) em sua casa e, em seguida, saímos para mostrar a tão falada Vila do Almeida ao meu sogro Jocelino Marques e a minha sogra Marília Serafim da Conceição, que tinham uma enorme curiosidade em conhecer o lugar. Eles ficaram encantados.
É impossível chegar a Vila do Almeida sem conhecer a Igreja de Santa Terezinha, por quem nossa família tem grande devoção. Muitas vezes participávamos dos cultos religiosos comandados pelo saudoso senhor Janquito e a senhora Diva Pinto de Oliveira. Hoje, dá para contar nos dedos o número de católicos que ainda resistem ao tempo, já que naquela época, há uns 30 anos, a igrejinha sempre ficava lotada. Próximo a ela, morava minha saudosa Tia Tarzina, que sempre frequentava o local. Até hoje, guardamos com carinho as lembranças daquela pessoa que sempre nos tratou bem. Sua casa era ao lado do campo, que reunia grandes jogadores disputando campeonatos e torneios, incluindo meu pai Vilson Rodrigues Venancio, seu irmão e meu tio Valmir Rodrigues Venâncio, Alexandre, Demarino, Zezinho e outros que eram bons de bola e davam trabalho aos adversários.
Continuando a visita, estivemos na casa de parentes e amigos, pessoas especiais que guardamos com carinho no coração, como Orias. Ele é uma pessoa que anima qualquer lugar com suas brincadeiras e jeito único de ser. Passando em frente à sua casa, vimos ele e seu filho cantando num karaokê. A dupla cantava muito, paramos por alguns minutos para apreciar aquele show e, se você perguntasse aos espectadores, a nota seria 10. Visitamos também Tio "Merquedes", uma pessoa de fala mansa que nos viu crescer naquele belíssimo lugar. Estivemos na casa de Alexandre, praticamente um primo/irmão do meu pai, mas nesse dia estava apenas sua esposa Deusa, que, como sempre, nos recebeu muito bem.
Também visitamos a Escola Municipal Santa Terezinha, o pé de jaca onde se consegue pegar sinal para fazer uma ligação, conhecemos um novo campo que foi construído recentemente, atravessamos a ponte que liga Vila do Almeida a Ponta do Lanço, entre Ilha Rasa e Almeida. Retornamos bem na hora em que chegavam os caranguejos que eram contados. Nessa hora, pude conversar um pouco com meu tio Acir. Depois, fomos conhecer como são confeccionadas as canoas de fibra de vidro e, modéstia à parte, os fabricantes dão show, as melhores são confeccionadas na Vila do Almeida.
Estava na hora de voltarmos. Nos despedimos e resolvemos mostrar para meu sogro e minha sogra a bela Ilha Rasa. Eles, mais uma vez, ficaram encantados. É um belo lugar com uma igreja que realiza uma das festas mais animadas do município, Nossa Senhora Assunta ao Céu. Nesse dia, fomos recepcionados por um dos organizadores do evento, Oromar Barbosa.
Já era hora de voltarmos para casa. Seguimos em direção a Paranaguá e, já próximo ao largo, rota dos navios que embarcam e desembarcam mercadorias no porto, o barco que estávamos parou. Meu cunhado observou que não havia mais combustível. Tínhamos apenas o suficiente para ir até a Vila do Almeida, mas, como já dito, visitamos outros lugares. Akioshi tentou de tudo para ligar o motor e sair dali. Estávamos no meio do canal, com crianças no barco, e víamos ao longe um navio em nossa direção. As mulheres começaram a ficar com medo e a preocupação aumentou quando a embarcação se aproximava de nós. Por um milagre, meu cunhado deu a partida e o barco andou alguns metros, parando novamente. O navio passou bem ao nosso lado. Classifico aquela situação como um milagre. Até hoje, agradeço a Deus por termos sido livrados da morte. Depois daquele enorme susto, o "capitão" entrou em contato com seu cunhado Sandro Knauber, que prontamente trouxe combustível, e seguimos viagem. Foi, sem dúvida, uma aventura e, graças a Deus, estamos vivos para contá-la após quatro anos. Se você me perguntar se gostaria de voltar aos lugares, a resposta será sim, mas não garanto que minha esposa Danielle queira me acompanhar após esse susto.