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Appa monitora 128 espécies de aves nos arredores dos portos do Paraná

O Programa de Monitoramento de Aves, desenvolvido pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), já registrou em suas amostragens 36.366 aves nos arredores dos Portos do Paraná. O monitoramento inclui 128 espécies e abrange os municípios de Antonina, Paranaguá e Pontal do Paraná.

O principal objetivo do programa é levantar e monitorar as espécies que ocorrem nas baías e sua dinâmica ao longo do tempo, além de buscar as áreas de maior relevância ecológica para as aves. "As espécies identificadas são bioindicadores que nos permitem monitorar o meio ambiente ao redor do porto e minimizar os impactos da atividade portuária sobre os ecossistemas existentes", explica Lourenço Fregonese, diretor-presidente da Appa.

ESPÉCIES DE AVES - Destaca-se a elevada ocorrência da espécie biguá (Nannopterum brasilianus), representando 31% de todos os registros. Além do biguá, foi observada a ocorrência de espécies igualmente comuns para a região, tais como o trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), a garça-azul (Egretta caerulea), o atobá (Sula leucogaster), o talha-mar (Rynchops niger), a batuíra-de-bando (Charadrius semipalmatus), o tesourão (Fregata magnifescens), a garça-branca-grande (Ardea alba) e o gaivotão (Larus dominicanus).

Observou-se também a ocorrência de espécies com o status de quase ameaçadas, ameaçadas, vulneráveis e em perigo (classificadas concomitantemente nas referências internacionais, nacionais e estaduais), tais como: o albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophris), o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), a saíra-sapucaia (Tangara peruviana), o trinta-réis-real (Thalasseus maximus), a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), o guará (Eudocimus ruber), o savacu-de-coroa (Nyctanassa violácea), o trinta-réis-de-bico-vermelho (Sterna hirundinacea), o sanhaço-de-encontro-azul (Tangara cyanoptera) e o choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens). O litoral paranaense possui importância justificada como ponto de parada de espécies de aves migratórias, além de abrigar importantes sítios de alimentação e reprodução de aves marinhas. Assim, nos meses da primavera o monitoramento registrou a ocorrência de espécies migratórias, tais como o maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis) e o batuiruçu (Pluvialis dominica), aves oriundas do hemisfério norte. Além dessas, foi registrado também a ocorrência da tesourinha (Tyrannus savana), uma ave migrante regional, que reside no sul do Brasil na primavera e verão e posteriormente migra para a Amazônia permanecendo até o final do inverno.

MONITORAMENTO DE AVIFAUNA - As espécies são identificadas por meio de contatos visuais (com o auxílio de binóculos e máquina fotográfica digital) e auditivos (som emitidos pelas aves). Com periodicidade mensal, são investigados diversos tipos de ambientes, tais como manguezais, restingas, marismas, praias arenosas, praias com presença de rochas e planícies de sedimentos que ficam expostos durante baixas de marés.

Os estuários e baías são considerados um dos mais produtivos, complexos e vulneráveis ecossistemas. Eles possuem grande importância para as aves aquáticas que os utilizam como áreas de alimentação, nidificação e dormitório, bem como local de descanso em períodos migratórios. Em alguns locais da Baía de Paranaguá, observa-se a exposição periódica de bancos de sedimento, em decorrência dos fluxos de marés, que permite que um elevado número de aves de diferentes espécies, repouse entre as atividades de pesca, servindo como importante local de pouso e alimentação para diversas espécies.

São monitoradas cinco diferentes localidades: Ilha do Mel; Ponta da Pita; Trapiche de Antonina, Rocio e Pontal do Sul. Além desses locais, também é realizado um censo de aves embarcado, ao longo aproximadamente de 50 km de distância, com o intuito de monitorar a face norte das baías de Paranaguá e Antonina.

MONITORAMENTO DE BIOINDICADORES - O Programa de Monitoramento da Avifauna faz parte do Monitoramento da Biota Aquática e Determinação de Bioindicadores. O objetivo do trabalho é observar e analisar a presença e a qualidade das espécies existentes no entorno dos Portos do Paraná em diferentes períodos do ano. O Programa observa animais de todos os portes, desde os maiores e mais conhecidos, como os golfinhos, aos menores e microscópicos, como os plânctons. O programa integra o Plano de Controle do Sistema de Gestão Ambiental implantado pela Appa no final de 2013.

AÇÕES MEIO AMBIENTE APPA: Nos últimos seis anos, a Appa investiu cerca de R$ 35 milhões em meio ambiente. Até 2018, outros R$ 32 milhões estão previstos, para dar continuidade e aprimorar os mais de 57 projetos e programas que estão em andamento.

Os recursos foram aplicados em estudos ambientais, étnicos e arqueológicos para novos licenciamentos, planos de emergência, centro de prontidão ambiental, saneamento e tratamento de efluentes, coleta e destinação de resíduos sólidos, monitoramentos de dragagens, controle de pragas e proliferação de vetores, monitoramento da biota aquática, varrição mecanizada de ruas e avenidas, recuperação de passivos ambientais, gerenciamento de emissões atmosféricas e de ruídos, gerenciamento de água de lastro dos navios e monitoramento da qualidade das águas e dos sedimentos.

Devido a ações e investimentos em meio ambiente, o Porto de Paranaguá saltou da 26ª posição, em 2012, no Índice de Desempenho Ambiental da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), para a 1ª colocação, em 2017, em qualidade de serviços ambientais.

Fonte: APPA