O Programa de
Monitoramento de Aves, desenvolvido pela Administração dos Portos de Paranaguá
e Antonina (Appa), já registrou em suas amostragens 36.366 aves nos arredores
dos Portos do Paraná. O monitoramento inclui 128 espécies e abrange os
municípios de Antonina, Paranaguá e Pontal do Paraná.
O principal
objetivo do programa é levantar e monitorar as espécies que ocorrem nas baías e
sua dinâmica ao longo do tempo, além de buscar as áreas de maior relevância
ecológica para as aves. "As espécies identificadas são bioindicadores que
nos permitem monitorar o meio ambiente ao redor do porto e minimizar os
impactos da atividade portuária sobre os ecossistemas existentes", explica
Lourenço Fregonese, diretor-presidente da Appa.
Observou-se
também a ocorrência de espécies com o status de quase ameaçadas, ameaçadas,
vulneráveis e em perigo (classificadas concomitantemente nas referências
internacionais, nacionais e estaduais), tais como: o albatroz-de-sobrancelha
(Thalassarche melanophris), o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), a
saíra-sapucaia (Tangara peruviana), o trinta-réis-real (Thalasseus maximus), a
gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), o guará (Eudocimus ruber), o
savacu-de-coroa (Nyctanassa violácea), o trinta-réis-de-bico-vermelho (Sterna
hirundinacea), o sanhaço-de-encontro-azul (Tangara cyanoptera) e o
choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens). O litoral paranaense possui importância justificada como ponto de parada de espécies de aves migratórias, além de abrigar importantes sítios de alimentação e reprodução de aves marinhas. Assim, nos meses da primavera o monitoramento registrou a ocorrência de espécies migratórias, tais como o maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis) e o batuiruçu (Pluvialis dominica), aves oriundas do hemisfério norte. Além dessas, foi registrado também a ocorrência da tesourinha (Tyrannus savana), uma ave migrante regional, que reside no sul do Brasil na primavera e verão e posteriormente migra para a Amazônia permanecendo até o final do inverno.
MONITORAMENTO
DE AVIFAUNA - As espécies são identificadas por meio de contatos visuais (com o
auxílio de binóculos e máquina fotográfica digital) e auditivos (som emitidos
pelas aves). Com periodicidade mensal, são investigados diversos tipos de
ambientes, tais como manguezais, restingas, marismas, praias arenosas, praias
com presença de rochas e planícies de sedimentos que ficam expostos durante
baixas de marés.
Os estuários e
baías são considerados um dos mais produtivos, complexos e vulneráveis
ecossistemas. Eles possuem grande importância para as aves aquáticas que os
utilizam como áreas de alimentação, nidificação e dormitório, bem como local de
descanso em períodos migratórios. Em alguns locais da Baía de Paranaguá, observa-se a exposição periódica de bancos de sedimento, em decorrência dos fluxos de marés, que permite que um elevado número de aves de diferentes espécies, repouse entre as atividades de pesca, servindo como importante local de pouso e alimentação para diversas espécies.
São monitoradas cinco diferentes localidades: Ilha do Mel; Ponta da Pita; Trapiche de Antonina, Rocio e Pontal do Sul. Além desses locais, também é realizado um censo de aves embarcado, ao longo aproximadamente de 50 km de distância, com o intuito de monitorar a face norte das baías de Paranaguá e Antonina.
MONITORAMENTO
DE BIOINDICADORES - O Programa de Monitoramento da Avifauna faz parte do
Monitoramento da Biota Aquática e Determinação de Bioindicadores. O objetivo do
trabalho é observar e analisar a presença e a qualidade das espécies existentes
no entorno dos Portos do Paraná em diferentes períodos do ano. O Programa
observa animais de todos os portes, desde os maiores e mais conhecidos, como os
golfinhos, aos menores e microscópicos, como os plânctons. O programa integra o
Plano de Controle do Sistema de Gestão Ambiental implantado pela Appa no final
de 2013.
AÇÕES MEIO
AMBIENTE APPA: Nos últimos seis anos, a Appa investiu cerca de R$ 35 milhões em
meio ambiente. Até 2018, outros R$ 32 milhões estão previstos, para dar
continuidade e aprimorar os mais de 57 projetos e programas que estão em
andamento.
Os recursos
foram aplicados em estudos ambientais, étnicos e arqueológicos para novos
licenciamentos, planos de emergência, centro de prontidão ambiental, saneamento
e tratamento de efluentes, coleta e destinação de resíduos sólidos,
monitoramentos de dragagens, controle de pragas e proliferação de vetores,
monitoramento da biota aquática, varrição mecanizada de ruas e avenidas,
recuperação de passivos ambientais, gerenciamento de emissões atmosféricas e de
ruídos, gerenciamento de água de lastro dos navios e monitoramento da qualidade
das águas e dos sedimentos.
Devido a ações
e investimentos em meio ambiente, o Porto de Paranaguá saltou da 26ª posição,
em 2012, no Índice de Desempenho Ambiental da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq), para a 1ª colocação, em 2017, em qualidade de serviços
ambientais.
Fonte: APPA