A influenza,
comumente conhecida como gripe, figura entre as viroses mais frequentes no
mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 10% da
população seja infectada anualmente por algum tipo de vírus influenza e que 1,2
bilhão de pessoas apresentem risco elevado para complicações relacionadas à
doença. Entre elas, 385 milhões de idosos acima de 65 anos, 140 milhões de
crianças e 700 milhões de pessoas com doenças crônicas.
Causada por
mais de um tipo de vírus, classificados como A e B, a influenza tem diversos
subtipos. Os subtipos A que mais frequentemente infectam humanos são H1N1 e
H3N2, ambos com casos já notificados este ano no Brasil. Os subtipos B, por sua
vez, são classificados como de linhagem Victoria e Yamagata. As informações são
da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) que publicou uma série de
perguntas e respostas sobre os diferentes tipos vacina utilizadas no país.
Confira abaixo
os principais trechos da nota técnica divulgada pela entidade:
Como funcionam
as vacinas contra a influenza usadas no Brasil?
As vacinas
influenza disponíveis no Brasil são todas inativadas (feitas com vírus morto),
portanto, sem a capacidade de causar doenças. Até 2014, estavam disponíveis no
país apenas as vacinas trivalentes, contendo uma cepa A/H1N1, uma cepa A/H3N2 e
uma cepa B (linhagem Yamagata ou Victoria). As novas vacinas quadrivalentes,
licenciadas desde 2015, contemplam, além dessas três, uma segunda cepa B,
contendo em sua composição, as duas linhagens de Influenza B: Victoria e
Yamagata. Em 2018, as vacinas trivalente e quadrivalente terão uma nova cepa
A/H3N2 (Singapore), que substituirá a cepa A/H3N2 (Hong Kong) presente no ano
anterior.
Qual vacina
será utilizada na campanha deste ano feita pelo Ministério da Saúde?
Em 2018, a
vacina utilizada na Campanha de Vacinação contra a Gripe do Ministério da Saúde
será a trivalente, contendo uma cepa A/H1N1, uma cepa A/H3N2 e uma cepa B
linhagem Victoria.
Este ano,
teremos então vacinas tri e quadrivalentes disponíveis no país?
Sim, por
alguns anos, deveremos conviver com as duas vacinas. Como ocorreu no passado em
que, de acordo com a epidemiologia, vacinas monovalentes foram substituídas por
bivalentes que, por sua vez, foram substituídas por trivalentes. A tendência
para os próximos anos é a produção apenas de vacinas quadrivalentes.
As vacinas
influenza podem ser utilizadas na gestação?
Sim, gestantes
constituem grupo prioritário para a vacinação, pelo maior risco de
desenvolverem complicações e pela transferência de anticorpos ao bebê,
protegendo contra a doença nos primeiros meses de vida.
Pacientes
alérgicos ao ovo de galinha podem receber a vacina?
Sim, esses
pacientes podem receber a vacina influenza. Alergias a ovo, mesmo graves como a
anafilaxia, não são mais contraindicação nem precaução.
Quais as
reações adversas esperadas após a aplicação da vacina?
Os eventos
adversos mais frequentes ocorrem no local da aplicação: dor, vermelhidão e
endurecimento em 15% a 20% dos vacinados. Essas reações costumam ser leves e
desaparecem em até 48 horas. Manifestações sistêmicas são mais raras, benignas
e breves. Febre, mal-estar e dor muscular acometem 1% a 2% dos vacinados de 6 a
12 horas após a vacinação e persistem por um a dois dias, sendo mais comuns na
primeira vez em que tomam a vacina.
Reações
anafiláticas são extremamente raras. Em caso de sintomas não esperados (febre
muito alta, reação exagerada, irritabilidade extrema, sinais de dor abdominal,
recusa alimentar e sangue nas fezes, entre outros), é recomendado procurar
imediatamente o médico ou serviço de emergência para atendimento e para que
sejam descartadas outras causas.
Crianças que
receberam duas doses da vacina em anos anteriores deverão receber duas doses da
quadrivalente este ano?
Não é
necessário. A regra geral, tanto para as vacinas quadrivalentes quanto para as
trivalentes, é que crianças que receberam duas doses na primeira vacinação
recebam, nos anos seguintes, somente uma dose.
As vacinas
influenza podem ser aplicadas simultaneamente com outras vacinas?
As vacinas
trivalente e quadrivalente contra a influenza podem ser aplicadas
simultaneamente com as demais vacinas do calendário da criança, do adolescente,
do adulto ou do idoso.
Pessoas
imunodeprimidas podem tomar as vacinas contra influenza?
Tratam-se de
vacinas inativadas, portanto, sem restrições de uso em populações
imunocomprometidas, que têm indicação de vacinação especialmente reforçada.
A entidade tem
alguma recomendação com relação às vacinas?
A Sociedade
Brasileira de Imunizações recomenda o uso preferencial, sempre que disponível,
da vacina quadrivalente, pelo seu maior espectro de proteção. Porém, a entidade
reforça que, na indisponibilidade do produto, a vacina trivalente deve ser
utilizada de maneira rotineira, especialmente em grupos de maior risco para o
desenvolvimento de formas graves da doença.
Agência Brasil
(Paula Laboissière)