O Paraná
iniciou nesta semana a testagem em massa da população como estratégia de
combate à Covid-19. A medida foi confirmada pelo governador Carlos Massa
Ratinho Junior em entrevista aos telejornais Meio-Dia Paraná, da RPC, e Balanço
Geral, da RIC, nesta segunda-feira (18). A ideia é chegar aos 5 mil testes até
o fim desta semana e ampliar gradativamente o processamento dos exames.
A estimativa
da Secretaria de Estado da Saúde é que, dentro de um mês, o Paraná terá
capacidade para fazer 40 mil diagnósticos semanais. A meta é chegar a 200 mil
pessoas testadas em 90 dias. Os kits com testes RT-PCR, considerados padrão
ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), já começaram a ser encaminhados
para os municípios e hospitais de referência para atendimento dos casos de
Covid-19.
“A testagem em
massa nos dará uma radiografia importante para tomar decisões. Com o aumento, a
partir de hoje, seremos disparadamente o estado com o maior volume de testes,
número próximo a países de primeiro mundo”, afirmou o governador.
“O grande êxito do Paraná é fazer um bom
planejamento estratégico em cima de dados e ouvindo os especialistas. É o que
tem funcionado até o momento, trazer para cá o que está dando certo no mundo”,
disse.
Após a coleta
nos municípios, as amostras retornarão a Curitiba, para serem processadas no
Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) e no Instituto de Biologia Molecular
do Paraná (IBMP), localizado no parque tecnológico do Instituto de Tecnologia
do Paraná (Tecpar).
A distribuição
entre os municípios observa os dados epidemiológicos de cada um, levando em
conta o maior número de casos confirmados e a população de risco, além de
outras variantes.
ISOLAMENTO –
Mesmo com a ampliação da testagem, a orientação do Governo do Estado é manter o
isolamento social, ressaltou Ratinho Junior. “A recomendação, desde o início da
pandemia, é a mesma. Não existe vacina ou remédio comprovado que resolva o
problema da Covid-19. O isolamento social e o uso de máscara são o grande
remédio para o momento, especialmente para as pessoas com mais de 60 anos e
outros grupos de risco”, destacou.
ESTRUTURA
HOSPITALAR - O governador também salientou que o Paraná reforçou a estrutura
hospitalar, com mais de 3 mil leitos de enfermaria e UTIs exclusivos para
pacientes da Covid-19.
Eles estão
distribuídos na rede estadual e em hospitais filantrópicos e particulares.
Também foram aceleradas as obras dos hospitais regionais de Telêmaco Borba,
Guarapuava e Ivaiporã, que devem ser inaugurados nas próximas semanas para
receberem esses pacientes.
“Temos uma boa
rede de atendimento, com um grande reforço no Interior do Estado. É o
acompanhamento diário do número de pessoas infectadas, junto à ocupação dos
leitos, que baliza a tomada de decisões”, disse. “Temos que tomar cuidado para
que não haja uma super lotação dos hospitais. Por isso a nossa recomendação de
isolamento social e que as pessoas não saiam de casa sem a máscara, para que o
sistema possa suportar, prestando um atendimento de qualidade”.
ECONOMIA –
Essa estratégia, explicou o governador, evita o bloqueio total do comércio e
das empresas. “Queremos evitar o lockdown. A economia é fundamental, a
atividade econômica sustenta o País e o Estado, gera empregos. Mas não dá para
tratar de um momento anormal de forma normal”, disse Ratinho Junior.
“Tentamos criar um ambiente para que alguns
setores, que sofrem mais, sejam menos impactados. Queremos passar por essa
pandemia com o menor prejuízo de vidas e também o menor prejuízo na economia. É
um ponto de equilíbrio difícil de alcançar, mas até o momento temos conseguido
passar com mais segurança que algumas regiões do mundo”, afirmou.
Ratinho Junior
ressaltou que alguns setores econômicos continuam funcionando, já que as
indústrias não pararam. A movimentação de cargas no Porto de Paranaguá, por
exemplo, bate recordes a cada mês. “Criamos um ambiente para que ele não
parasse, com assistência médica aos trabalhadores, higienização, medição de
temperatura dos caminhoneiros. Preparamos o ambiente para que o setor não
parasse”, explicou.
Ele afirmou
que o Governo tem cobrado isso também dos setores, para que as fábricas e
grandes indústrias possam trabalhar seguindo recomendações que ajudem a
defender a economia e, em especial, o trabalhador.
“Outra
preocupação é com o transporte coletivo. Temos pedido para alterar o horário de
entrada e saída dos trabalhadores, para evitar a superlotação dos ônibus, o que
pode facilitar a transmissão do vírus”, explicou.
MEDIDAS – O
governador também destacou algumas medidas que são tomadas pelo Estado desde o
início da pandemia, há dois meses. Entre elas está o monitoramento das divisas
com São Paulo e Santa Catarina, para saber das condições de saúde de quem
circular pelo Estado, para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Ele também
enfatizou a atenção com a população em situação de vulnerabilidade social. Além
de contar com a mobilização e solidariedade da sociedade, o Estado criou um
grande pacote social para atender as pessoas mais vulneráveis.
Isso inclui a
distribuição dos alimentos da merenda escolar e do Leite das Crianças às
famílias dos estudantes cadastradas no Bolsa Família, o Cartão Comida Boa, que
disponibiliza um voucher de R$ 50 para quem está no Cadastro Único e para os
autônomos e microempreendedores que perderam renda durante a pandemia. A
cobrança de tarifas de água e energia também foram suspensas no momento.
MUNICÍPIOS E
EMPREGOS - Ratinho Junior também salientou que o Estado trabalha com
planejamento para a retomada econômica, tendo como estratégia um grande
investimento em obras nos municípios. Segundo ele, a medida auxilia na geração
de emprego e movimenta a economia em todas as regiões do Estado.
Além de um
financiamento de R$ 600 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento,
o Paraná busca o aval do Tesouro Nacional para um empréstimo de R$ 1,6 bilhão.
“Queremos que
isso seja aprovado o quanto antes. Primeiro porque a saúde fiscal do Paraná é
uma das melhores do Brasil. Além disso, está dentro do nosso programa de
recuperação da economia. As obras de infraestrutura vão gerar muitos empregos e
vai ajudar na economia regional”, disse.
Fonte: AEN-PR