Uma
operação diferente chama a atenção no Porto de Paranaguá nesta semana. No berço
209, o navio Bulk Trader descarrega fertilizantes em uma operação simultânea,
com dois guindastes de terra. Um dos equipamentos MHC (sigla em inglês para
guindastes móveis de cais), descarrega na correia transportadora, que leva os
produtos até armazéns alfandegados, enquanto o outro faz descarga direta em
caminhões, que seguem para o interior ou armazéns da retaguarda.
A descarga começou na manhã de segunda-feira (2) e
deve levar cerca de quatro dias para ser concluída. Ao todo serão quase 34,3
mil toneladas de produtos recebidos, incluindo ureia, nitrato de amônio e
complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio).
Para garantir maior eficiência, o porto paranaense
possui regras operacionais e níveis de produtividade para cada operação. No
segmento de fertilizantes, a “prancha média”, como é conhecida, varia de 6 mil
a 9 mil toneladas por dia, por berço ou navio.
“Este índice é alcançado geralmente com apenas um
guindaste de terra, mas a estrutura que permite operar com dois ou mais
equipamentos ao mesmo tempo aumenta a produtividade. O tempo de descarga
diminui e outros navios podem atracar e operar”, explica o diretor de Operações
da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior.
Segundo ele, o uso de dois MHCs de maneira simultânea se deve à infraestrutura de cais e de pátios que possibilita um grande movimento na descarga de graneis, tanto nos berços preferenciais para o produto, quanto nos alternativos.
“Além disso, os investimentos contínuos na
infraestrutura marítima, para melhoria do calado, também afetam, diretamente, a
produtividade”, completa.
COMO FUNCIONA – No cais público do Porto de
Paranaguá são três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante.
Um deles, o 209, conta com a disponibilidade de correias transportadoras que
levam o produto direto até o Terminal Público de Fertilizantes (Tefer), com
capacidade para armazenar até 20 mil toneladas e interligação a outros armazéns
privados.
Os navios com este tipo de carga ainda podem
atracar e descarregar por qualquer outro berço do cais público que não esteja
ocupado. Nesses berços alternativos também é possível trabalhar com dois ou
mais equipamentos na descarga, usando guindastes de bordo, dos próprios navios.
Principal porto de chegada dos adubos que
desembarcam no Brasil, o Porto de Paranaguá conta ainda com um píer privado,
com dois berços exclusivos e interligados por esteiras.
No Porto de Antonina são mais dois berços para o segmento, tornando o Paraná líder na importação de fertilizantes, respondendo por 33% de todo o adubo que entra no País.
OPERAÇÃO – A descarga do navio Bulk Trader é da operadora portuária Rocha. Segundo o gerente de Operações da empresa, Leonardo Pontin da Rós, além do benefício de estar conectado ao cais, descarregar também pela esteira garante que parte da operação aconteça sem tráfego de caminhões.
“Isso diminui a emissão de poluentes, além de trazer vantagens de custos para os clientes. Usar dois guindastes simultâneos traz maior flexibilidade e dinamismo operacional. A gente ganha em produtividade, além de poder trabalhar com cargas diferentes, ao mesmo tempo”, afirma o gerente.
Operador portuário de referência em todo o País, a empresa tem capacidade estática para mais de 380 mil toneladas, sendo 253 mil em recintos alfandegados, distribuídos em quatro armazéns interligados ao Tefer.
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