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Travessia no Rio Itiberê: da dificuldade ao "paraíso" da mobilidade

 


Ilha dos Valadares, hoje mais conectada e com acesso facilitado, reflete uma transformação histórica nas opções de transporte entre a ilha e o continente


Antigamente, atravessar o rio Itiberê era uma tarefa árdua e demorada. Moradores da Ilha dos Valadares enfrentavam dificuldades diárias para chegar ao continente, utilizando pequenas embarcações como canoas e bateiras. Naquela época, o rio era consideravelmente mais largo, tornando a travessia ainda mais desafiadora.

A primeira barca a prestar esse serviço foi do Sr. Jorge Lacerda, com a embarcação "Leonilda". Mais tarde, o Sr. Benigno também ofereceu o transporte com o barco "Ney". Com o tempo, as lanchas da Cooperativa de Transporte Marítimo, chamadas de “Valadares”, passaram a realizar a travessia, impulsionadas pela iniciativa do estivador e ativista político João Teixeira.

Outros serviços particulares, como as embarcações "29 de Julho" e "Maralice", do Sr. Tomé Gabriel Sobrinho, também marcaram essa fase, ao lado do barco "Jibóia", do Sr. Belo. No entanto, esses serviços enfrentaram dificuldades com a alta demanda e frequentes problemas logísticos. Eventualmente, a Capitania dos Portos teve que intervir, proibindo o uso das bateiras, o que criou uma nova série de desafios para os moradores.

A solução parcial veio com a construção da passarela durante a gestão do prefeito José Vicente Elias. Embora tenha resolvido alguns problemas de mobilidade, a passarela ainda era estreita e causava grandes congestionamentos, principalmente quando veículos de emergência precisavam passar. A proibição de carros particulares, salvo com autorização especial, também limitava o tráfego.

A chegada da balsa trouxe um alívio, mas os preços elevados e os horários incompatíveis com a rotina dos moradores mantiveram a insatisfação. Os caminhões enfrentavam tarifas ainda mais altas, o que impactava diretamente no custo dos produtos locais. Foi somente com a construção de uma ponte moderna, exclusiva para veículos, que a mobilidade na ilha foi transformada. O tráfego de carros e caminhões passou a fluir de forma mais eficiente, e a travessia de ônibus até a Rodoviária tornou o acesso mais fácil para os moradores que dependem do transporte público.

Hoje, os habitantes da Ilha dos Valadares podem se considerar no “paraíso” comparado aos anos 1970, com uma infraestrutura que supera a de muitos outros municípios brasileiros.




Texto postado no Blog de Clarício de Araújo jornalista e historiador

Reescrito pelo Jornalista Edye Venancio

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