Paranaguá discute estratégias para erradicação do trabalho infantil

Reunião reúne secretarias municipais para apresentar diagnóstico social e propor ações integradas de enfrentamento ao problema

Nesta quarta-feira (9), a Prefeitura de Paranaguá sediou uma reunião estratégica para tratar do combate ao trabalho infantil no município. A iniciativa foi liderada pela Secretaria Municipal da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social (Semfac), com a participação de diversas pastas parceiras: Serviços Urbanos, Saúde, Administração e RH, Turismo, Trabalho, Indústria e Comércio, Desenvolvimento Rural e Ilhas, Educação e a Secretaria Regional da Ilha dos Valadares.

Durante o encontro, foi apresentado um diagnóstico social voltado à identificação de situações que caracterizam o trabalho infantil na cidade. Segundo dados levantados, ainda há um número significativo de ocorrências que exigem ações coordenadas de enfrentamento e prevenção.

A secretária da Família, Cidadania e Desenvolvimento Social, Carolina de Miranda Evangelista Lourenço, destacou a importância do diálogo intersetorial:

“Essa reunião de hoje foi de extrema importância para que pudéssemos conversar com os secretários, apresentar esse diagnóstico e pensarmos coletivamente, dentro das especificidades de cada secretaria, como poderão contribuir para o enfrentamento dessa questão social.”

Márcio Vega, secretário de Desenvolvimento Rural e Ilhas, Pesca, Abastecimento e Aquicultura, reforçou a necessidade de capacitar os jovens:

“A partir dos 15 anos, todo jovem sonha com um futuro. Cabe a nós criar um ambiente de aprendizado que os prepare para o mercado de trabalho.”

Ele ainda mencionou um projeto pessoal que deseja tirar do papel: capacitar adolescentes na área da gastronomia, ensinando-os a arte de cozinhar.

“Temos o dever de revelar talentos e, principalmente, apoiar as futuras gerações”, afirmou.

Camila Vanhoni dos Santos, presidente da Comissão Especial para Execução das Ações Estratégicas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (AEPETI), considerou a reunião positiva:

“As secretarias convidadas trouxeram novas ideias e sugestões, ampliando as possibilidades de ações concretas para tirar crianças e adolescentes dessa situação.”

O diagnóstico municipal sobre trabalho infantil vem sendo desenvolvido há dois anos. Nos últimos meses, ações têm sido realizadas junto aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e à comunidade, com foco na prevenção e regularização do trabalho informal. O programa Jovem Aprendiz, com apoio do CIEE-PR (Centro de Integração Empresa-Escola) e do INAT (Instituto Nacional do Trabalhador), tem sido um dos principais instrumentos para inclusão dos adolescentes no mercado formal.