O Paraná
aumentou em 6,7% as exportações no primeiro bimestre de 2016 na comparação com
igual período de 2015, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior
(Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os embarques do
Paraná somaram US$ 1,87 bilhão no primeiro bimestre, contra US$ 1,76 bilhão no
mesmo período do ano passado. Foi o melhor desempenho entre os Estados do Sul e
do Sudeste. O Estado ficou à frente de São Paulo, que teve
variação de 3,3%, e dos demais estados das duas regiões, que registraram queda
nas exportações. O levantamento, feito pelo Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos dados da Secex, mostra
que Minas Gerais teve um queda de 23%, Espírito Santo (-31,5%), Rio de Janeiro
(-14,6%), Santa Catarina (-12,1) e Rio Grande do Sul (-9,3%). “O Paraná teve suas exportações puxadas pela soja, que teve uma boa safra, e pela recuperação do setor automotivo. O câmbio mais favorável melhorou a rentabilidade dos exportadores e aumentou a competitividade dos produtos brasileiros no Exterior”, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.
As exportações paranaenses de soja cresceram 168,5% nos primeiros dois meses de 2016, para US$ 275,7 milhões. A antecipação das vendas da safra desse ano e os bons preços estimularam os embarques.
De acordo com o Departamento de Economia Rural
(Deral) da Secretaria estadual da Agricultura, cerca de 34% da soja que está
sendo colhida no campo atualmente já foi comercializada. No mesmo período do
ano passado, esse percentual estava em 12%, de acordo com Francisco Carlos
Simioni, diretor do Deral.
Com o câmbio mais favorável e a demanda
internacional, os produtores anteciparam a venda da soja. Em fevereiro, eles
receberam, em média, R$ 68,7 por saca, 12% mais do que no mesmo período do ano
passado. A soja respondeu por 14% das exportações do Paraná no período.
SETOR AUTOMOTIVO – Os dois primeiros meses de 2016 também foram de recuperação para a indústria automotiva, uma das mais afetadas pela crise econômica brasileira, que fez o consumo despencar no mercado interno.
As exportações de automóveis pelo Paraná mais que dobraram (149,9%) no período, ao totalizar US$ 68,36 milhões. As encomendas foram puxadas pela Argentina, México e Uruguai. A mudança de presidência na Argentina, com a eleição de Maurício Macri, vem melhorando as relações bilaterais com o Brasil, com a queda de barreiras comerciais, de acordo com Suzuki Júnior. Responsável por 86,7% das compras de automóveis do Paraná, a Argentina aumentou em 232,2% suas importações de automóveis de fábricas paranaenses, para US$ 59,28 milhões no bimestre.
Outros destaques foram as vendas de tratores, com acréscimo de 130,8%, para US$ 23,11 milhões, exportados principalmente para Peru, Colômbia e Argentina, e de veículos de carga, com alta de 194,7%, para US$ 14,85 milhões. Peru, Argentina e Chile impulsionaram as encomendas de caminhões.
FIM DE EMBARGO
À CARNE -
Outro destaque no bimestre ficou com as exportações de carne bovina in natura,
que cresceram 281,7% em relação aos dois primeiros meses de 2015. O fim do
embargo do Irã à carne bovina do Estado, a abertura de novos mercados, dólar
favorável e a demanda da China fizeram as vendas somarem US$ 15,9 milhões.
INDÚSTRIA – Na
avaliação de Suzuki Júnior, os dados mostram que a desvalorização do real
começa a surtir efeitos positivos sobre a exportação da indústria.
“Com o mercado interno em retração, a tendência é
que as indústrias se voltem mais para o mercado externo, já que contam com os
efeitos positivos do câmbio, que tornam mais competitivos os produtos
brasileiros no exterior”, diz.
A previsão, segundo Suzuki Júnior, é que, se o
câmbio se mantiver favorável e relativamente estável, as exportações do Paraná
invertam a tendência dos últimos dois anos e voltem a fechar o ano com
crescimento. Em 2015 e 2014 as exportações registraram recuos de 10,46% e
8,71%. Em 2015, o Paraná exportou US$ 14,9 bilhões.
Fonte: AEN
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