Uma operação conjunta do
Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Polícia Ambiental desmontou, na noite
dessa quarta-feira (17), uma fabriqueta clandestina de palmito. Os criminosos
faziam a extração ilegal da espécie nativa de dentro do Parque Estadual das
Lauráceas, entre os municípios de Adrianópolis, Tunas do Paraná e Bocaiúva do
Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.
No local, foram apreendidos 377
quilos de palmito juçara, prontos para o consumo, outras 1.107 cabeças de
palmito in natura, além de materiais e ferramentas que eram utilizados durante
o processo de extração e preparação do produto para venda. Os palmitos
apreendidos que ainda não passaram pelo processo de cozimento na fabriqueta
serão doados. Os demais precisarão passar por uma inspeção sanitária.
A operação resultou na prisão
em flagrante de quatro pessoas, que responderão o processo em liberdade, em
três autos de infração que somam R$ 125,65 mil em multas e a um processo
administrativo junto ao IAP.
MONITORAMENTO – O flagrante
feito pela polícia e pelos fiscais do IAP foi possível graças a uma rede de
monitoramento no entorno da Unidade de Conservação. Vizinhos, empresas
parceiras e órgãos públicos fazem parte da rede que monitora as atividades
realizadas nos 32 mil hectares do Parque e em seu entorno.
“Essa rede deu a informação de
que havia dois carros parados próximos ao parque e carregados de palmitos. Nós
acionamos a nossa fiscalização e a polícia”, conta o gerente do parque, Michel
Coutinho Hamon Mello.
O local, de difícil acesso, faz
divisa com o estado de São Paulo, por isso a dificuldade em fazer flagrante de
atividades clandestinas como essa. “Muitas quadrilhas se aproveitam do tamanho
do parque e do relevo montanhoso, para entrar na unidade e fazer a extração
ilegal de palmito que é o que a gente mais combate no local. Eles fogem para
São Paulo, diluem os produtos em pequenos mercados o que dificulta o
rastreamento”, explica Michel.
ALERTA – O gerente do Parque
alerta que as pessoas que não são vizinhas ao parque também podem ajudar a
combater a extração e comércio ilegal de palmito. “É uma iguaria da floresta,
todo mundo adora comer o palmito, mas ninguém pensa da onde vem. É preciso que
as pessoas pensem de onde eles vêm. Além de incentivar um crime ambiental, o
consumo de palmito clandestino também é perigoso para a saúde. A maioria não
tem condição sanitária nenhuma, são rótulos esquentados como esses que foram
presos e não existe nenhum controle de higiene”, explica.
LAURÁCEAS – Maior Unidade de
Conservação Estadual de Proteção Integral, o Parque Estadual das Lauráceas
preserva 32 mil hectares de Mata Atlântica. São áreas úmidas com ocorrência de
florestas primárias, árvores de grande porte e importante diversidade de fauna
e flora.
Inserido em uma região
caracteristicamente montanhosa e com vales profundos, a unidade de conservação
abriga uma extensa rede hídrica, onde há também cavernas e formações calcárias
associadas.
O local também garante a
conservação de muitas espécies da fauna como a Jacutinga, Gavião-de-penacho,
Papagaio-de-peito-roxo. Além disso, o parque abriga muitos animais endêmicos ou
ameaçados de extinção, como a Onça-parda, Paca, Anta, Veados, Queixada e
Lontra.
Fonte: AEN