O Instituto
Nacional do Câncer (Inca) estima cerca de 600 mil novos casos de câncer no
Brasil este ano. Com exceção do câncer de pele não melanoma, os tipos de câncer
mais frequentes serão os de próstata (68.220 casos novos), em homens, e de mama
(59,7 mil), em mulheres. Menos divulgado, o câncer colorretal ou do intestino
grosso vem em seguida com 36.360 novos casos em 2018, dos quais 17.380, em
homens, e 18.980, em mulheres.
No Dia Mundial
do Combate ao Câncer, lembrado hoje (8), a mensagem do chefe-substituto da
Seção de Cirurgia Abdomino-Pélvica do Inca, Rodrigo Araújo, é que o câncer
colorretal é uma doença facilmente curável quando descoberta no início. “Se
diagnosticada nos estágios iniciais, a chance de cura da doença é de 90%”,
disse.
O câncer de
cólon e reto é o terceiro tipo de câncer mais frequente em homens e o segundo
entre as mulheres no Brasil. De acordo com o Inca, no Brasil, em 2015, 8.163
homens e 8.533 mulheres morreram em decorrência do câncer de cólon e reto.
Segundo o
Inca, a maioria desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas
que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma das formas de
prevenir o aparecimento do câncer é a detecção e a remoção desses pólipos antes
de eles se tornarem malignos.
De acordo com
o Inca, alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento da doença, como
idade acima de 50 anos, história familiar de câncer colorretal e história
pessoal da doença (já ter tido câncer de ovário, útero ou mama).
“Temos visto a
incidência crescente desse câncer em pessoas com menos de 50 anos, o que
preocupa”, disse Araújo, ao acrescentar que a obesidade e a inatividade física
são fatores que aumentam a predisposição ao tumor.
Segundo o
Inca, esses tumores podem ser detectados precocemente por meio de dois exames
principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou
retossigmoidoscopias). Esses exames devem ser realizados em pessoas com
sintomas sugestivos de câncer colorretal ou naquelas sem sinais, mas
pertencentes a grupos de maior risco.
A recomendação
para os descendentes diretos de pessoas que tiveram câncer de intestino é que
comecem a fazer a colonoscopia dez anos mais jovem do que a idade que o parente
teve o diagnóstico.
Entre os
sinais de alerta estão a mudança no hábito intestinal (diarreia ou prisão de
ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes,
sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a
evacuação.
A principal
recomendação do cirurgião oncológico do Inca como forma de prevenção à doença é
a adoção de hábitos saudáveis, com uma dieta rica em fibras, composta de
frutas, verduras e legumes, além da prática de atividade física regular. “É
importante evitar o alto consumo de carne vermelha e processada e de bebidas
alcoólicas”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil (Ana Cristina Campos)