O Google anunciou nesta quarta-feira (24) uma mudança significativa em suas políticas de publicidade política. A partir de maio, a empresa proibirá a veiculação de anúncios políticos em suas plataformas, em preparação para as eleições municipais deste ano. A decisão foi motivada pela nova resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considerada demasiadamente abrangente pela gigante da tecnologia.
Essa modificação afetará as regras de conteúdo político do Google Ads, uma ferramenta que permite aos anunciantes impulsionar conteúdos em serviços da empresa, como a Busca e o YouTube. O Google justificou a mudança citando dificuldades técnicas para cumprir as exigências da resolução do TSE, publicada em fevereiro deste ano.
A resolução do TSE estabelece uma série de obrigações para as plataformas que veiculam conteúdo político, incluindo a manutenção de um repositório para acompanhar informações de anúncios em tempo real e a disponibilização de uma ferramenta de pesquisa para consulta de anúncios por palavras-chave e outros critérios.
O Google expressou preocupação com a amplitude da definição de conteúdo político pela resolução do TSE, considerando-a praticamente inviável de ser cumprida. A empresa teme possíveis multas em caso de não conformidade com as exigências.
Apesar da proibição de novos anúncios políticos, o Google manterá no ar o arquivo de anúncios eleitorais veiculados em seus serviços, embora a ferramenta deixará de ser atualizada devido à restrição para esse tipo de conteúdo.
Em comunicado, o Google declarou: “As eleições são
importantes para o Google e, ao longo dos últimos anos, temos trabalhado
incansavelmente para lançar novos produtos e serviços para apoiar candidatos e
eleitores. Para as eleições brasileiras deste ano, vamos atualizar nossa política
de conteúdo político do Google Ads para não mais permitir a veiculação de
anúncios políticos no país. Essa atualização acontecerá em maio tendo em vista
a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024. Temos o compromisso
global de apoiar a integridade das eleições e continuaremos a dialogar com
autoridades em relação a este assunto.”
Texto: Edye Venancio
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