A segurança pública do
Paraná passou a contar com mais um equipamento de última geração, inédito entre
as polícias estaduais brasileiras, para combater a criminalidade. O governador
Carlos Massa Ratinho Junior entregou, nesta sexta-feira (23), 1,4 mil novas armas
não letais de incapacitação neuromuscular Taser 10 para as forças de segurança
do Estado. O investimento total, que ainda contempla outras 600 armas que serão
entregues futuramente, é de mais de US$ 5 milhões.
Além das armas não letais, o
governador também apresentou as câmeras corporais com Inteligência Artificial
que serão testadas pela Polícia Militar do Paraná. Os equipamentos contam com
tradução simultânea em 170 idiomas e recursos para descrição automática das
ocorrências.
“Entregamos hoje para as nossas polícias alguns dos equipamentos mais modernos do planeta para a atuação policial, assim como fazem as melhores polícias do mundo. É um recurso que dá agilidade de ação ao policial, além de garantir uma ação mais segura tanto para os agentes de segurança, quanto para os demais envolvidos na ocorrência, evitando confrontos letais e garantindo a segurança do cidadão paranaense”, afirmou o governador.
Com a entrega, o Paraná se
torna o único estado do País a contar com esse modelo de armamento, fabricado
pela Axon Enterprise, dos Estados Unidos – referência mundial em segurança
pública, fornecedora de equipamentos para instituições como o FBI.
“Temos investido muito na
segurança pública do Paraná, chegando a R$ 7 bilhões de orçamento em 2025,
buscando as melhores soluções que existem no mundo para servir a nossa população. Estes equipamentos, por exemplo, são usados pela polícia americana.
Como resultado disso, hoje temos os menores índices de criminalidade das
últimas décadas”, disse Ratinho Junior. A deputada estadual Flavia Francischini
e representantes de todas as forças de segurança participaram da entrega.
Dos 1,4 mil entregues, 1 mil
serão usados pela Polícia Militar, 300 pela Polícia Civil, 98 pela Polícia
Penal e 2 pela Polícia Científica. “Com este lote e com os demais equipamentos
que chegarão no futuro, queremos que cada viatura tenha pelo menos uma arma não
letal, para que os policiais possam usar nas ocorrências necessárias”, disse o
secretário de Segurança Pública, Hudson Teixeira.
EFICIÊNCIA – A arma não
letal é um recurso eficiente para situações de baixa risco ou em que o policial
precisa lidar com múltiplas ameaças. Quando disparada, a arma emite pulsos
elétricos, causando a imobilização do indivíduo.
O dispositivo adquirido pelo
Governo do Paraná é considerado o mais moderno do mercado. “O Paraná vai ser o
primeiro estado do Brasil a utilizar este equipamento. Isso coloca as polícias
paranaenses no mesmo patamar das polícias de Londres, Nova York, Austrália e
Alemanha, por exemplo”, afirmou o diretor-geral da Axon no Brasil, Arthur
Bernardes.
A arma conta com lanterna
embutida e laser verde de alta visibilidade, inclusive em ambientes iluminados.
Ainda tem um alerta sonoro e visual antes do disparo, o que muitas vezes já é
suficiente para conter a situação sem o uso da força.
O disparo ocorre em dois
estágios: primeiro, um dardo com fio é lançado sem carga elétrica; após cinco
segundos, o segundo cartucho libera a corrente elétrica que promove a
incapacitação muscular.
“Ela é um dos instrumentos
de menor potencial ofensivo que existem no mercado. A arma causa uma
desorientação no sistema nervoso, interrompendo a comunicação entre o sistema
motor e o sistema nervoso. Então, independentemente da complexidade física do
indivíduo, ela vai fazer com que ele pare. Isso é importante porque cria uma
janela de oportunidade para que o policial, com segurança, possa fazer a
contenção da pessoa”, detalhou o capitão da Polícia Militar, Erlington José
Medeiros de Barros, que já participou do treinamento da fabricante.
A capacidade da arma é um
dos diferenciais em relação aos outros modelos. Cada arma carrega dez
cartuchos, que são uma espécie de dardo metálico, permitindo atuação em até
três alvos distintos. Antigamente, as armas tinham uma capacidade de apenas
dois dardos. “Se for necessário reenergizar, você não precisa efetuar um novo
disparo. Basta acionar novamente o botão liga/desliga”, explicou o capitão
Barros.
A corrente elétrica gerada
pela arma é de 1,2 miliampere (mA) – quantidade considerada segura e de baixo
risco à vida. Para efeito de comparação, uma tomada comum possui corrente
nominal de 10 amperes (A). A tecnologia atua diretamente no sistema nervoso
sensorial e motor, provocando a perda momentânea de controle muscular.
Outro diferencial do modelo
é que ele pode ser usado inclusive em curta distância, como em eventuais
confrontos físicos, algo que outras tecnologias similares não permitem. “É uma
opção para resolver uma situação antes dela se tornar ainda mais grave”, disse
o capitão.
TREINAMENTO – As armas
adquiridas pelo Paraná contam com quatro tipos de câmaras (locais que armazenam
os cartuchos nas armas), cada uma com uma função específica. As câmaras pretas
são as usadas nas operações reais, com carga elétrica. Já as vermelhas tornam a
arma inerte e servem para ambientar os policiais ao equipamento.
Para treinamentos, há dois
modelos: a roxa, que permite a simulação sem disparo, e a azul, que realiza
disparo com velcro, mas sem descarga elétrica. Esse conjunto possibilita um
treinamento completo, seguro e realista para os agentes.
A partir da próxima semana,
policiais de todas as regiões do Estado, pertencentes às forças que vão receber
os equipamentos, participarão de treinamentos com instrutores da própria Axon.
Eles se tornarão instrutores em seus departamentos, garantindo a correta utilização
da nova tecnologia em operações e abordagens.
Para aprimorar ainda mais a
capacitação, o Governo do Paraná também adquiriu três kits completos de
realidade virtual, compostos por óculos imersivos, tablets e controladores
específicos. A tecnologia será utilizada nos centros de formação policial e
simula, de maneira realista, situações de risco, abordagens, negociações e
decisões rápidas, promovendo mais preparo e segurança nas operações do dia a
dia.
As armas também contam com
tecnologia embarcada que registra automaticamente os usos – tanto em operações
quanto em treinamentos. As informações são armazenadas na nuvem em um sistema
específico do equipamento.
COMBATE
AO CRIME – Todos estes esforços têm resultado nos menores índices
de criminalidade da série história, iniciada em 2007. Os dados do primeiro
trimestre de 2025 apontam, por exemplo, uma redução de 26,3% no número de
homicídios dolosos no Paraná. No mesmo período, o número de furtos caiu 9% e roubos
tiveram recuo de 18,5%. Já oss roubos de veículos caíram 20,2%
Fonte: AEN-PR
Foto: Jonathan Campos/Geraldo Bubniak/AEN
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