Na primeira sessão deliberativa o ano, os senadores aprovaram, por
unanimidade, o projeto do Estatuto da Primeira Infância, que determina um
conjunto de ações para o início da vida, de zero a seis anos de idade. Uma das
novidades está na ampliação da licença-paternidade em mais 15 dias. Hoje o pai
tem direito de se afastar do trabalho por até cinco dias. Como já foi aprovada
pela Câmara, a proposta seguirá para sanção presidencial. Caso esse trecho não
seja vetado pela presidente Dilma, a licença-paternidade poderá chegar a 20
dias.
A prorrogação da licença para os pais, no entanto, não será automática.
Seguirá os mesmos moldes da concessão da licença-maternidade de 180 dias, ou
seja, estará sujeita à adesão da empresa. Além disso, para ter mais tempo para
ficar com o bebê, o homem terá de participar de cursos sobre paternidade
responsável.
A licença-maternidade de 180 dias é garantida às servidoras públicas
federais desde 2010. Alguns estados também ampliaram o benefício. Na iniciativa
privada, a minoria aderiu ao programa que aumentou para seis meses o
afastamento remunerado. A maioria continua a conceder 120 dias.
O texto aprovado também garante ao pai o direito de não comparecer ao
serviço, sem perdas no salário, para acompanhar a gestante nas consultas de
pré-natal e pediátricas. Ele terá até dois dias para acompanhar a mulher em
consultas médicas durante a gravidez e um dia para levar o filho de até seis
anos ao médico.
“É uma legislação muito avançada. Estende o olhar sobre todos os
direitos da criança na primeira infância e na sua relação com a família. Alguém
já disse que se pode reconhecer o valor de um país pelo modo como trata suas
crianças, portanto, é disso que trata o projeto de lei”, defendeu a relatora do
projeto, senadora Fátima Bezerra (PT-RN).
O senador Ricardo Ferraço (ES) afirmou que a ampliação da
licença-paternidade não vai criar ônus para o empregador. “Isso não vai onerar
a empresa, uma vez que só terão direito a essa ampliação da
licença-paternidade, ao invés de cinco dias, aqueles trabalhadores que forem
vinculados às empresas que participam do chamado Programa Empresa Cidadã. Esse
custo da licença será equacionado através exatamente da renúncia fiscal”,
defendeu o capixaba, que se desfiliou recentemente do PMDB.
O projeto aprovado é um substitutivo do deputado Osmar Terra (PMDB-RS) à
proposta do governo federal que determinava um conjunto de ações para o
início da vida. A proposta prevê a ampliação da qualidade do atendimento,
inclusive com a criação de novas funções públicas para cuidar do início da vida
e a valorização do papel da mãe e do pai. Propõe, ainda, a construção de
espaços públicos que garantam o adequado desenvolvimento das crianças.
Fonte: congressoemfoco.uol
Foto: publivideo
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