O Governo do Paraná
solicitou nesta semana o envio de doses extras da vacina contra a febre
amarela, fornecida pelo Ministério da Saúde. O primeiro lote, com 60 mil doses,
já chegou ao Estado e será distribuído aos municípios. O objetivo é atender ao
aumento na procura pela vacina ofertada na rede pública.
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo
Neto, também determinou o reforço nas ações de monitoramento da doença no
Paraná. A medida foi tomada por conta da suspeita de um surto de febre amarela
em áreas rurais de alguns estados, como Minas Gerais, Espírito Santo e São
Paulo. Desde o início do ano, 421 casos silvestres já foram notificados
suspeitos no país, com 40 mortes confirmadas.
“O momento é de alerta, mas a situação está sob
controle. Até agora, não há relatos de casos suspeitos no Paraná”, tranquilizou
o secretário. Segundo ele, a ideia é intensificar o trabalho de prevenção. “É
de suma importância imunizar moradores e pessoas que irão viajar para áreas de
risco. Desta forma, podemos nos proteger e evitar a reintrodução da febre
amarela no Estado”, disse.
RURAL - Caputo Neto ressaltou ainda que os casos
registrados em Minas Gerais e demais estados estão restritos à área rural.
Desde 1942, não há registros de casos urbanos no Brasil. “O cuidado deve ser
redobrado para aquelas pessoas que vivem ou circulam em localidades próximas a
rios e mata. A orientação é que elas se imunizem pelo menos 10 dias antes da
viagem”, explicou.
UNIDADES DE SAÚDE - A vacina está disponível nas
unidades de saúde e faz parte do calendário básico das crianças em todo o
Estado. A primeira dose deve ser aplicada aos nove meses de idade e a segunda,
de reforço, aos 4 anos. Apesar disso, ela pode ser tomada a qualquer momento
até os 60 anos. Após essa faixa etária, somente com indicação médica.
De acordo com a superintendente de Vigilância em
Saúde, Cleide de Oliveira, historicamente o Paraná vem mantendo boas coberturas
vacinais em relação à febre amarela. “Atingimos sempre algo em torno de 70% a
80% do público-alvo do Estado. Isso faz com que uma grande parcela de paranaenses
já estejam imunes a esta grave doença”, afirmou.
ESTOQUE - A Secretaria de Estado da Saúde conta
hoje com um estoque estratégico de 145 mil vacinas contra a febre amarela. O
volume não leva em conta as doses já disponíveis nas unidades de saúde e
estoques dos municípios. “Em nenhum momento tivemos problemas de falta de
vacina. Contudo, já esperando um aumento na demanda, solicitamos ao Ministério
da Saúde mais 190 mil doses para suprir a necessidade do Estado”, informou
Cleide.
BOX:
Perguntas e respostas sobre febre amarela
Com os surtos de febre amarela em outras regiões
do país, a Secretaria estadual da Saúde esclarece dúvidas e reforça as
orientações para proteger a população paranaense e evitar que o problema se
repita no Estado.
Em que regiões o risco de pegar febre amarela é
maior?
No Brasil, o risco é maior em regiões de matas e
rios em todos os estados da região norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins) e região centro-oeste (Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Distrito Federal).
Também há risco em alguns estados da região
nordeste (Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia), região
sudoeste (Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e região
sul (oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Na América Latina, os países de risco e que já
tiveram casos confirmados são Colômbia e Peru.
Como se proteger?
Quem vai viajar para algumas dessas regiões é
recomendado se vacinar contra a febre amarela 10 dias antes da viagem para
garantir um passeio mais tranquilo. A recomendação é válida para quem nunca foi
vacinado ou o fez há mais de 10 anos. Quem mora em locais de risco também deve
ser imunizado.
Outras medidas também podem evitar a doença, como usar
calças e camisas que cubram a maior parte do corpo; aplicar repelente e
reaplicar sempre que molhar o corpo ou entrar na água; e usar mosquiteiro
quando dormir em áreas de risco.
Onde tomar a vacina?
A vacina é disponibilizada gratuitamente em Unidades
de Saúde em todos os municípios do Paraná. Ao ser vacinada, a pessoa recebe um
comprovante de vacinação válido em todo o território nacional. Esse documento
deve ser levado na viagem.
Algumas áreas internacionais também exigem a
vacinação e o Certificado Internacional de Vacinação (CIV), fornecido pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A lista da Organização
Mundial da Saúde (OMS) pode ser acessada pelo link:
http://who.int/ith/ITH_country_list.pdf (em inglês). O Brasil não exige o CIV
para entrada no país.
Quais são os sintomas da doença?
No início, a febre amarela tem sintomas
semelhantes aos de uma gripe, mas a atenção deve ser maior quando associados ao
deslocamento para locais de risco. Ao apresentar febre, dor de cabeça, calafrios,
náuseas, vômitos ou dores no corpo é necessário procurar atendimento médico
imediatamente e informar sobre a viagem.
A maioria das pessoas melhora após os sintomas
iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período sem sintomas e,
então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nesses casos, os sintomas
são febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e nos olhos), hemorragia
(especialmente do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e
insuficiência de múltiplos órgãos.
Como é feito o diagnóstico?
Como os sintomas da febre amarela são muito
parecidos com os da dengue e da malária, o diagnóstico preciso é realizado
apenas por exames laboratoriais específicos.
Como funciona o tratamento?
O doente precisa de suporte hospitalar para evitar
que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos específicos
para combater a doença. Basicamente, o tratamento consiste em hidratação e uso
de antitérmicos que não contenham ácido acetilsalisílico, como AAS e Aspirina,
que podem favorecer o aparecimento de hemorragias.
Fonte: AEN
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