O Ministério
da Saúde, em parceria com a Rede Global de Bancos de Leite Humano e o Programa
Iberoamericano de Bancos de Leite Humano, lançou hoje (18), em São Paulo, a
campanha nacional Doe Leite Materno, Ajude quem Espera por Você. O objetivo é
incentivar mães que amamentam a serem doadoras, ajudando a ampliar o volume de
leite humano coletado e distribuído a recém-nascidos prematuros e de baixo
peso. Com o leite materno, o bebê fica protegido de infecções e diarreias, além
de se desenvolver melhor, diminuindo o tempo de internação. A iniciativa
celebra o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, a ser comemorado neste sábado
(19). A madrinha da campanha é a atriz Sheron Menezzes
“Estaremos com
a campanha na mídia até o mês que vem, mas essa é uma campanha para durar o ano
inteiro e até mais. As crianças nascem, as mães amamentam, e é muito provável
que, no início, haja uma sobra de leite. A mãe pode ter muito mais leite do que
o filho precisa. Estamos trabalhando com essa visão, a de compartilhar e salvar
vidas. Temos cerca de 330 mil crianças que nascem prematuramente no brasil, por
ano, e com necessidade de leite e a mãe, às vezes, ainda não tem leite para
amamentar”, disse o ministro da Saúde, Gilberto Occhi.
“Temos que
ampliar isso [a doação de leite materno], porque salva vidas, protege os
recém-nascidos e, principalmente, os que nascem prematuramente”, ressaltou
Occhi, no lançamento do programa.
Segundo o
ministro, qualquer quantidade doada aos bancos de leite é válida. “Qualquer
miligrama é importante. Se vocês entrarem no site do Ministério da Saúde, vão
encontrar os locais de coleta em todo o Brasil. Qualquer mulher que esteja
amamentando pode tirar seu leite em um frasco e levá-lo para doar. Guarde na
geladeira ou no freezer e leve para o local de coleta, que isso será muito
bem-vindo”, disse o ministro. Dependendo do tamanho do bebê prematuro, 1 ml de
leite humano pode ser suficiente para nutri-lo.
O leite
materno coletado nos bancos passa por controle de qualidade antes de ser
distribuído, de acordo com o Ministério da Saúde.
Entre os anos
de 2009 e 2017, o Banco de Leite Humano do Brasil já beneficiou dois milhões de
recém-nascidos. No ano passado, o volume coletado em todo o país atingiu 212
mil litros, beneficiando 198 mil bebês prematuros. Apesar disso, o número de
doações no país ainda é baixo em relação à demanda, atingindo, aproximadamente,
60% do público a que se destina.
Doações
Em São Paulo,
segundo a Secretaria de Estado da Saúde, houve crescimento de 10,5% no número
de doadoras de leite materno entre os anos de 2016 e 2017 e de 8,9% na
quantidade de litros captados na rede de bancos de leite humano do estado. No
ano passado, os bancos paulistas contaram com a ajuda de 39.729 doadoras, que
contribuíram para a coleta de 51.225 litros. Segundo a secretaria, para ser
doadora de leite materno, a mãe precisa ser saudável, estar amamentando,
produzindo leite em excesso e não fazer uso de nenhum medicamento que impeça a
doação.
Para doar,
basta que a mãe compareça a um banco de leite, onde vai receber as orientações
necessárias. As interessadas devem preencher um cadastro e apresentar exames
laboratoriais de sorologia realizados nos últimos seis meses. Alguns bancos
oferecem serviços de busca em domicílio e kits [como gorros, máscaras e frascos
de armazenamento] para garantir a qualidade do alimento doado.
Fonte: Agência
Brasil/Elaine Patricia Cruz