Os projetos
para construção e reforma dos trapiches nas comunidades ilha das do Litoral
paranaense foram contratados pela Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa). Com isso, a expectativa é que a apresentação e a aprovação
junto à comunidade aconteça no início de 2019. Serão cinco estruturas novas e
nove reformadas, com custo estimado de R$ 10 milhões.
As obras de
reformas estão previstas para as comunidades de Amparo, Europinha, Eufrasina,
Ilha do Mel (Brasília e Encantadas), Ilha do Teixeira, Piaçaguera, Rocio e Vila
Maciel. Novas unidades serão construídas na Ilha dos Valadares e nos municípios
de Pontal do Sul e Antonina (Ponta da Pita e Portinho).
“Os trapiches são fundamentais para o desembarque seguro das comunidades que vivem nas ilhas da baía de Paranaguá, seja para o turismo, para a atividade pesqueira e para o dia a dia das famílias. Com a reforma e construção de novas estruturas, os moradores terão mais segurança, agilidade nas atividades diárias e qualidade de vida”, destaca o diretor-presidente da Appa, Lourenço Fregonese.
O consórcio
que venceu a licitação para execução dos projetos é formado pelas empresas EXE
e Belov Engenharia, especializadas em obras marítimas e portuárias. Depois da
validação dos projetos por cada comunidade e com a apresentação de todas as
licenças necessárias, será licitada a empresa para realização das obras.
As consultas públicas, que foram feitas desde o início do processo, permitiram ouvir as demandas e reunir sugestões dos moradores. “Antonina foi contemplada com duas estruturas e, durante as reuniões com a comunidade, foi decidido mudar um dos pontos para Porto do Cabral, para atender a comunidade do Portinho, que tem uma grande concentração de pescadores”, conta o prefeito José Paulo Vieira Azim.
“Esses
trapiches são um anseio antigo da população antoninense, principalmente da
famílias que vivem da pesca e da coleta de mariscos. Acreditamos que com eles
teremos um incremento na economia local, na extração direta do pescado ou no
aumento do fluxo de turistas que visitam a região para pescar”, completa.
José Carlos
Pereira, pescador da Ponta da Pita, participou das reuniões e está animado com
a obra. “O meu barco não encosta na beira da praia, então tem risco de
escorregar, machucar. Com o trapiche não, vai ser só encostar. Hoje eu vou
falar para minha comunidade que a construção trapiche vai acontecer”, comemora.
Para Luiz
Augusto de Azevedo, engenheiro de pesca da prefeitura de Paranaguá, as
estruturas permitem ampliar o turismo comunitário. “É importante fazer um
trabalho em benefício da comunidade pesqueira, procurar alternativas de renda.
Os trapiches melhoram as condições para a visitação de turistas e isso traz
nova fonte de renda aos pescadores”, disse.
EQUILIBRIO: A
construção e reforma dos trapiches faz parte do programa de compensação da
atividade pesqueira e é um requisito da Licença Ambiental 1144/2016, emitida
pelo Ibama para autorizar a dragagem de aprofundamento dos portos de Paranaguá
e Antonina. A intenção é minimizar os possíveis danos da atividade portuária
nas comunidades afetadas.
Todos os
trapiches seguirão o mesmo modelo de construção, para garantir igualdade de
condições entre os locais. “Ao longo de 2018 a Appa trabalhou muito nos
processos de autorização junto à Marinha do Brasil, Capitania dos Portos do
Paraná e Secretaria do Patrimônio da União, além de viabilizar a contratação dos
projetos executivos”, explica o diretor de Meio Ambiente da Appa, Bruno
Guimarães.
Os projetos
foram validados por uma comissão formada por representantes de diversos órgãos
operacionais e ambientais, incluindo Appa, Ibama, Instituto Ambiental do Paraná
(IAP), Ministério da Pesca, Ministério Público Estadual, Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Estado de Agricultura
e Abastecimento (Seab), Universidade Federal do Paraná e prefeituras.
Fonte: APPA
Fotos: Ivan Bueno