A febre
amarela silvestre é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus da
febre amarela. Ela é transmitida por mosquitos do gênero Haemagogos a pessoas
não vacinadas que adentram áreas rurais, matas, rios, parques, reservas ou
localidades que já tem casos confirmados da doença. A forma urbana da doença é
quando ocorre transmissão da mesma pelo Aedes aegypti e não ocorre desde 1942.
Os sintomas
iniciais da febre amarela são febre alta de início súbito, associada a dor de
cabeça, calafrios, náuseas, vômitos, dor no corpo, dor abdominal: ou seja se
confundem com outras doenças como leptospirose, gripe ou dengue. A febre
amarela pode ter evolução rápida, em cerca de 10% dos casos, para formas graves
com icterícia (amarelão da pele), dor abdominal intensa, sangramentos em
sistema digestivo (vômitos ou fezes com sangue), pele ou urina e falência
renal. Por isso a importância de identificar a doença precocemente para
realizar os cuidados médicos necessários.
A vacina está
disponível nas unidades de saúde de todo estado. Quem tem entre 9 meses de
idade e 59 anos e nunca tomou uma dose deve se vacinar. Confira abaixo
informações específicas sobre vacinação, protocolos, boletins e fluxos próprios
do Estado.
1. O que é a
febre amarela?
É uma doença
infecciosa causada por vírus, que se manifesta por febre, dor no corpo,
amarelão, fraqueza e com alto risco de morte em suas formas graves.
2. Quais as
áreas de risco para a transmissão?
Áreas onde já
há casos confirmados da doença, mortes de macacos por febre amarela e detecção
do vetor (mosquito). Ainda assim, as áreas consideradas de maior risco são os
locais de matas, florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural.
3. Qual é o
transmissor (vetor) da febre amarela?
Na forma
silvestre, o vetor (mosquito) é o Haemagogus e o Sabethes. Eles são encontrados
em áreas silvestres e de mata. Já na febre amarela urbana (último registro em
1942), a doença é transmitida pelo Aedes aegypti e Albopictus. Daí a grande
importância de controle desse vetor, pois além da dengue, zika e chikungunya,
também pode transmitir a febre amarela.
4. Como ocorre
a transmissão da doença ao homem?
Ao picar um
macaco ou uma pessoa doente por febre amarela o mosquito adquire o vírus e
depois de alguns dias, quando picar outros macacos ou humanos, transmitirá a
doença.
5. Qual o
papel dos macacos na transmissão da febre amarela?
Os macacos não
transmitem a febre amarela. Adoecem e morrem da mesma forma que os humanos. Por
isso, a morte de macacos é um sinalizador da presença do vírus na região.
6. Quanto
tempo leva da picada até o início dos sintomas?
Geralmente de
3 a 6 dias após a picada, podendo levar até 15 dias.
7. Quais os
sintomas da febre amarela?
Os sintomas
iniciais incluem febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor nas costas, dor no
corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após os
sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% dos casos apresenta um breve
período de melhora e, então, desenvolvem uma nova
fase mais
grave da doença. Nesses casos, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia
(coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente
a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de
múltiplos órgãos. De 20 a 50% das pessoas que desenvolvem a forma grave da
doença morrem.
8. Os sintomas
da febre amarela podem ser confundidos com os de outras doenças? É necessário
fazer o diagnóstico diferencial para evitar dúvidas?
Os sintomas da
febre amarela podem ser confundidos com outras infecções agudas febris. O
diagnóstico da forma leve e da forma moderada é difícil, pois pode ser
confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou
urinário. Formas graves com quadro clínico clássico ou fulminante devem ser
diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, dengue e outras
arboviroses (doenças transmitidas por insetos), e também dos casos fulminantes de
hepatite. É necessário fazer o diagnóstico diferencial para:
Dengue, zika, chikungunya ou outras arboviroses;
Leptospirose: verificar contato com águas de
enchentes/roedores;
Hepatites agudas: verificar estado vacinal;
Febre maculosa: verificar contato com carrapatos;
Malária: viagem para áreas endêmicas.
09. Como é
feito o diagnóstico da febre amarela?
Confirmação
laboratorial dos casos suspeitos.
10. O vírus da
febre amarela apresenta mutação?
O vírus da
febre amarela e o vírus vacinal apresentam uma grande estabilidade genética.
Até o momento, não foram detectadas mutações.
11. O que você
deve fazer se apresentar os sintomas?
Ao identificar
sintomas de febre amarela deve-se procurar um médico na unidade de saúde mais
próxima e informar sobre qualquer viagem ou atividade em área de risco em até
15 dias antes do início dos sintomas. A observação da morte de macacos assim
como picadas de mosquitos em áreas de risco devem ser informados ao médico e
enfermeiros assim como o histórico de vacinação contra a febre amarela ou
dengue.
12. Qual é o
tratamento da febre amarela?
Não há
tratamento específico para a doença. O médico deve tratar os sintomas, como
febre, dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos, e oferecer
suporte. Assim como na dengue, antiinflamatórios e salicilatos (AAS) devem ser
evitados, pois o uso pode favorecer sangramentos. O paciente deve ser
acompanhado de perto e o médico deve estar alerta para qualquer sinal de piora
do quadro clínico.
13. Que época
do ano há mais casos da doença?
A série
histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior número de casos humanos nos
meses de dezembro a maio, devido aumento da temperatura na estação das chuvas,
favorecendo a reprodução e proliferação de mosquitos (vetores) e, por
consequência, o potencial de circulação do vírus.
14. Em que
horário do dia há maior risco de ser picado pelo mosquito vetor?
Os vetores
transmissores da febre amarela têm hábito diurno, realizando o repasto
sanguíneo (alimentação) durante as horas mais quentes do dia.
15. A febre
amarela é contagiosa?
A doença não é
contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa ou de animais
(macacos) às pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados
com o vírus da febre amarela.
16. Como a
doença pode ser evitada?
A melhor forma
de evitar é por meio da vacinação, que está disponível nas unidades de saúde.
Também se recomenda proteção individual com o uso de roupas de mangas
compridas, repelentes e mosqueteiros.
17. Quem tem
indicação de tomar a vacina contra a febre amarela?
Todos os
indivíduos de 9 meses a 59 anos de idade que moram em áreas com recomendação de
vacinação e que nunca foram vacinados devem buscar uma unidade de saúde. O
alerta se estende a quem mora em áreas rurais ou de matas e rios, ou que
realizam atividades de trabalho ou lazer como pesca, agricultura, extrativismo
de madeira e também os que planejam deslocamentos para áreas com casos
confirmados da doença. Nesse caso, a vacina deve ser tomada pelo menos 10 dias
antes do deslocamento para o local de risco.
18. Já tomei
uma dose da vacina contra febre amarela, devo tomar reforço?
Conforme
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas uma dose da vacina é
indicada para a prevenção, mesmo que já tenha passado 10 anos da aplicação da
mesma.
19. Quem
necessita de prescrição médica para tomar a vacina?
Gestantes,
mulheres que amamentam crianças menores de seis meses de idade, alérgicos a
ovo, pessoas com o sistema imunológico debilitado em razão de doença ou
tratamento e pessoas a partir de 60 anos de idade.
Gestantes,
mulheres que amamentam e idosos deverão discutir risco-benefício da vacinação
com seus médicos.
20. Se a
pessoa perdeu o cartão de vacinação, ela pode ir ao posto se vacinar?
Sim, mas se a
unidade de saúde tiver o registro que a pessoa já tomou a vacina, não será
preciso revacinar. Atualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica dose
única.
21. Pode haver
problema se a pessoa tomar a vacina e logo depois ingerir álcool?
Não há
problema de associação de álcool com a vacina.
22. Quem toma
a vacina pode tomar qualquer tipo de medicamento depois? Mesmo um remédio
controlado? Existe alguma restrição? E os remédios que contem ácido
acetilsalicílico, tipo AAS e aspirina?
Não há nenhum
problema de interação medicamentosa entre a vacina e outros medicamentos,
qualquer que seja o medicamento.
23. A vacina
pode provocar reações adversas?
Sim, qualquer
vacina pode provocar reações adversas leves, moderadas ou graves. Por esse
motivo, orienta-se procurar uma unidade de saúde ao surgimento de qualquer
sintoma pós-vacinação.
24. Quais os
principais sintomas em caso de reação adversa?
A vacina pode
provocar na maioria das vezes reações locais, dor de cabeça, febre e mal estar
em algumas pessoas.
25. Onde posso
obter mais informações sobre a febre amarela?
Informações
podem ser obtidas através da unidade de saúde mais próxima de sua residência,
site da Saúde do Viajante da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e o site
do Ministério da Saúde.
26. O vetor
que transmite a doença na área silvestre é o Haemagogus. Especialistas estão
preocupados com o avanço da doença e com a possibilidade da expansão dela para
a área urbana, onde seria transmitida pelo Aedes aegypti. Que impacto sanitário
a entrada da febre amarela na área urbana causaria? A população está correndo
esse risco?
A febre
amarela urbana foi erradicada no Brasil na década de 40. Embora exista o risco
de reurbanização da doença, até o momento, nenhum caso urbano, de transmissão
pelo Aedes aegypti foi identificado.
27. Qual a
origem do recrudescimento da febre amarela no Brasil? Pode-se atribuir ao
desequilíbrio ambiental parte da responsabilidade pela epidemia?
A área de
circulação do vírus da febre amarela, considerada de risco para a transmissão
para humanos, vem crescendo de forma progressiva desde 2000. Mapas disponíveis
no site do Ministério da Saúde mostram claramente essa expansão ao longo dos
anos. Certamente, o processo de desmatamento com consequente desequilíbrio
ambiental, aliado ao aumento do ecoturismo e da construção de moradias em áreas
próximas a matas, tem contribuído para o aparecimento de epidemias de febre
amarela, com surtos registrados há cerca de sete anos.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde
http://www.saude.pr.gov.br/module/conteud/conteudo.php?conteudo=3305
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