Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando destaque no
mercado de pellets de madeira, fornecendo quantidades cada vez maiores para
países da Europa. Os pellets de madeira são biocombustíveis sólidos que usam,
como matéria-prima, resíduos de biomassa vegetal como cascas e podas de
árvores, serragem, maravalha e resíduos de madeireiras.
As perspectivas do mercado de produção de pellets
no Brasil será um dos temas do 4º Congresso Internacional de Biomassa (Cibio
2019) e da 4ª Feira Internacional de Biomassa e Energia (Expobiomassa), eventos
apoiados pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) que acontecem entre os
dias 25 e 27 de junho, em Curitiba.
A promoção das fontes de energias renováveis é uma
das ações do programa Smart Energy Paraná, dentro do Programa Paranaense de
Energias Renováveis, que é coordenado pelo Tecpar. O instituto também é responsável pela
secretaria executiva do Smart Energy, que mobiliza as competências que o Estado
e a sociedade já têm e busca desenvolver o setor energético do ponto de vista
econômico, ambiental e social.
Evento - Mais de 5 mil pessoas, entre congressistas
e visitantes da feira, são esperadas para o Cibio 2019 e a 4ª Expobiomassa. Os
eventos são organizados pelo Grupo FRG Mídias & Eventos, com apoio do
Tecpar e principais associações e entidades ligadas ao setor no Brasil e
exterior.
“Na exposição, iremos reunir toda a cadeia
produtiva do setor de biomassa, com a presença de fabricantes de máquinas e
equipamentos que fazem parte do processo industrial que gera energia limpa e
renovável”, explica coordenador geral, Tiago Fraga.
Segundo Fraga, aproximadamente 70 marcas de 10
países, além de 150 palestrantes de todas regiões do Brasil e do exterior já
estão confirmadas. A programação completa está disponível nos endereços
eletrônicos: www.congressobiomassa.com/site/ e www.expobiomassa.com/site/.
Debate - Um dos palestrantes do Cibio 2019 é
Marcelo Joaquim, gerente de Negócios da TMSA, empresa gaúcha, que é
representante da fabricante alemã de peletizadoras, Amandus Kah. Ele vai falar
sobre o mercado global e brasileiro de pellets.
Segundo Joaquim, os pellets têm baixo teor de
umidade e elevada densidade energética, com diversas aplicações em muitos
setores da indústria. Ele explica que, embora o pallet de biomassa possa ser
feito com qualquer biomassa, os mais conhecidos são os de madeira.
“Basicamente eles são usados para queima, seja para
geração de energia térmica, que é calor, ou energia elétrica, que é o caso dos
pellets industriais fornecidos para usinas termoelétricas em substituição ao
carvão”, diz o gerente da TMSA.
Além de não produzir fumaça e não deixar cinza, o
pallet de madeira é um combustível limpo, que reduz a emissão de carbono e não
deixa sujeira. Outra vantagem para quem produz o biocombustível está na redução
de custos com logística e transporte.
“A alta densidade dos pellets de madeira permite um
local de armazenamento compacto e um transporte mais econômico. Para se ter uma
ideia, um metro cúbico de lenha tem a metade do peso de um metro cúbico de
pellet”, pontua Joaquim.
Mercado – No Brasil, um dos principais mercados dos
pellets são os aviários, que estão substituindo o sistema de aquecimento à
lenha. Também são clientes potenciais as pizzarias, churrascarias, e,
principalmente, os hotéis − que utilizam lenha para aquecer a caldeira que
fornece água quente para os chuveiros e torneiras. No aquecimento doméstico, o
uso do pallet é uma opção mais barata e mais sustentável do que o gás e o óleo.
“A lenha é muito grande, tem uma umidade alta, e
maior complexidade para armazenar, porque demanda uma área grande área dentro
dos hotéis. Neste caso o pellet também pode ser um bom substituto”, diz o
gerente da TMSA.
Desafios - O
aquecimento dessa demanda pelo pellet industrial no mercado europeu cresceu a
partir de 2015, quando aconteceu a 21ª Conferência das Partes (COP21). Na
ocasião, diversos países assinaram o Acordo de Paris, assumindo o compromisso
de reduzir emissões de carbono, substituindo sua matriz energética por uma
fonte renovável.
Embora na Europa seja um mercado consolidado há
muitos anos, no no Brasil é um tipo de negócio que ainda está amadurecendo. Um
exemplo é que, embora já existam alguns incentivos para a biomassa, ainda não
há incentivo fiscal para quem produz pellet, nem para a venda de máquinas e
equipamentos.
Outro entrave que, segundo Joaquim, dificulta a
expansão deste mercado é a ausência de apoio especializado para que os
potenciais fabricantes de pellets possam exportar sua produção, já que o maior
potencial de mercado é para o exterior.
“Hoje o grande volume dos interessados em produzir
pellets tem que atender o mercado internacional. Como muitas destas empresas
não têm experiência com exportação, acabam tendo dificuldade para encontrar
esse comprador lá fora para sua produção”, diz o gerente da TMSA.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar)