Neste domingo, 03 de maio, Dom Edmar Peron, Bispo da Diocese de Paranaguá
e o Padre Dirson Gonçalves reitor do Santuário Estadual, foram levar a imagem
original de Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Paraná, até Curitiba para uma
peregrinação de orações e de bênçãos.
A motivação para esta “visita” foi pedir à Nossa Senhora, que em
Paranaguá recebeu o título “do Rocio” para interceder pela cura da pandemia.
Consta no livro tombo da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, (atual Catedral
de Paranaguá), que 1686 os habitantes da Vila, haviam recorrido aos favores de Nossa Senhora para
que ela os livrasse de uma terrível doença que se espalhava pelo mundo
Os registros dão conta que os habitantes receberam este favor e a
peste foi milagrosamente banida do litoral do Paraná. O mesmo aconteceu em 1901
(peste bubônica) e 1918 (gripe espanhola). Segundo historiadores, estes
acontecimentos, espalhados pelos marinheiros e viajantes a partir do Porto,
firmaram a devoção em Nossa Senhora do Rocio como protetora da saúde, principalmente em casos de epidemias.
A peregrinação com a imagem teve a primeira “parada” em São José dos
Pinhais, para orações e registro dos fiéis. Pouco depois das 11 horas a imagem
chegou ao Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe onde foi rezada a Santa Missa. A missa
foi presidida por Dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina e presidente da
CNBB Sul 2, concelebrada por Dom Edmar Peron, os bispos de Curitiba - Dom José
Antônio Peruzzo, Dom Amilton Manoel da Silva e Dom Francisco Cota de Oliveira -
e pelo Bispo de São José dos Pinhais, Dom Celso Antônio Marchiori. Na missa
também concelebraram diversos sacerdotes, entre eles o “anfitrião”, Padre
Reginaldo Manzotti.
Depois da Missa, os bispos ofereceram à Nossa Senhora, 399 rosas que
continham o nome de todos os municípios do Paraná. Estas rosas foram levadas
para Paranaguá e no final da peregrinação, em frente ao Santuário, foram
entregues nos carros das famílias que participaram de uma carreata em homenagem
à santa.
Na capital, durante à tarde, a imagem oficial de Nossa Senhora do
Rocio passou pelo Hospital Marcelino Champagnat, Hospital das Clínicas, Santa
Casa, Hospital Pequeno Príncipe, Hospital Nossa Senhora das Graças e, por fim,
na Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais em uma condução
especial para que os fiéis pudessem vê-la. Nestes pontos de parada, sempre
conduzida por um dos bispos, foram feitas orações e bênçãos aos profissionais
de saúde, colaboradores dos hospitais e todos os que cuidam dos doentes e
necessitados. Todo o tempo, em Paranaguá, São José e Curitiba, os religiosos,
os organizadores, a imprensa e os fiéis foram orientados e tomaram os cuidados
recomendados para evitar a contaminação pelo novo corona vírus. No final da
tarde, na entrada de Paranaguá, centenas de famílias esperavam nos carros a
chegada da Imagem para acompanhar em carreata até o Santuário do Rocio onde é a
“Casa da Mãe”. Leonardo Viana, 22 anos, aguardava com seu Pai Ademar e o irmão
Renan para participar, “Só na festa que vemos uma movimentação tão grande. Meu
pai nos traz desde crianças nos acontecimentos ligados à Nossa Senhora do
Rocio. É uma devoção inexplicável que parece estar no DNA de quem nasce aqui e atinge quem vem de fora” afirmou o jovem.
Assim que chegou, a imagem de Nossa Senhora, foi colocada em um carro
aberto que “puxou” a carreata de centenas de veículos. Com paradas para orações
e bênçãos no Hospital do Litoral, na Catedral e na Prefeitura, a carreata
concluiu o trajeto até o Santuário que fica no bairro que tem o mesmo nome:
Rocio
Na Praça da Fé, em frente à Igreja, Dom Edmar Peron deu a benção
final. Os fiéis presentes receberam – sem sair dos seus carros – uma rosa
daquelas trazidas de Curitiba e se propuseram a rezar durante todo o mês de
maio, pelos habitantes do município escrito na etiqueta de cada flor.
Dom Edmar Peron, recebeu a rosa com o nome de Paranaguá. O Bispo disse
que a devoção mariana é um sinal importante de Deus. “Como na antiga oração – À
vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus – retomamos este pedido na
pandemia. Ao falar das nossas necessidades pensamos nas muitas que temos:
emprego, recursos, alimentação, remédios, saúde e outras.!
Ele também explicou sobre a peregrinação: “Ir à Curitiba teve o sentido
de expressar o carinho de “Mãe” que a igreja tem para com o povo. Ir até onde
os filhos estão, onde estão sofrendo, nos hospitais, rezar pelos que cuidam dos
doentes, levar ânimo e esperança a todos”, disse Dom Edmar.
Pascom Diocese de Paranaguá
Texto: Giolete Babinski
Fotos: Francisco José da Silva