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A pajelança falhou e o Paraná terá novos portos

Durante quase dois anos, forças ocultas e frondosos laranjais agiram nas sombras para evitar que o Paraná ganhasse novos terminais portuários a serem construídos e explorados pela iniciativa privada. Pelo menos sete ações na Justiça tentaram impedir que novos investidores viessem a competir com o único porto privado que opera, desde o governo Lerner, no transporte de veículos e cargas de contêineres.

Nem pajelanças foram dispensadas: tribos indígenas foram recrutadas para ingressar com medidas protelatórias, assim como, paradoxalmente, a Associação Comercial e Industrial de Paranaguá – entidade de defesa da atividade privada –agiu contra a abertura de áreas para novos investimentos.
Um decreto assinado pela presidente Dilma Roussef na última quinta-feira (11), porém, deu fim à brincadeira. Após reunião com o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Dividino Neto, o deputado Ricardo Barros (PP) e dois senadores de oposição ao governo paranaense (Roberto Requião e Gleisi Hoffmann), o ministro dos Portos, Helder Barbalho, bateu o martelo. Acatou o plano da Appa que mudava a poligonal, concluído há três anos, e abriu milhões de metros do Litoral onde investidores poderão instalar novos terminais.
Calcula-se em R$ 4 bilhões os investimentos esperados para os próximos anos. Pelo menos duas iniciativas estão em fase avançada de projetos. O mais antigo é o Pontal do Poço, na entrada da Baía de Paranaguá, capaz de receber navios do tamanho dos modernos “panamax”, que chegam a carregar 11 mil contêineres. Outro empreendimento fica na área do Embocuí, que também se especializará em cargas conteinerizadas. Ainda assim sobram outras áreas para novos eventuais interessados.
Embora com atraso em relação a Santa Catarina, Santos (SP), Pará e Maranhão, enfim o Paraná inaugura sua participação na nova Lei dos Portos, sancionada em 2013. Para quem só recebe notícias ruins, essa é uma boa para os paranaenses.

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Texto publicado na edição impressa de 13 de fevereiro de 2016

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