O Porto de Paranaguá é o primeiro porto público
do Brasil a contar com uma base para atendimentos a emergências ambientais
envolvendo derramamentos químicos e de óleo, integrado ao atendimento à fauna
petrolizada. Trata-se do Centro de Proteção Ambiental das Baías de Paranaguá e
Antonina Edgard Meira de Vasconcellos Filho, inaugurado pelo governador Beto
Richa nesta quinta-feira (22). A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) está investindo cerca de R$ 19,5 milhões no Centro de Proteção Ambiental, incluindo a construção do prédio, com 1.129 metros quadrados e dois pavimentos, aquisição de equipamentos, manutenção e operacionalização do local.
“Este centro dará uma resposta rápida a eventuais acidentes ou emergência ambiental, pois conta com brigadas de incêndio e equipes para resgate de animais”, disse o governador. “Com isso, podemos evitar ou minimizar qualquer prejuízo ao meio ambiente nos casos de derramamento de óleo. Se houver alguma ocorrência, e espero que não, estaremos preparados para atuar imediatamente para proteger a nossa natureza”, ressaltou.
Richa também destacou os aportes de recursos no
Porto de Paraguá, que nos últimos cinco anos somam R$ 600 milhões em
investimentos públicos e R$ 2 bilhões em investimentos privados. “O porto é
hoje referência nacional, está mais operante e sem aquelas filas quilométricas
de caminhões para desembarque. Melhoramos a capacidade operacional do porto, o
que garante competitividade e diminui custos de produção no Paraná”, afirmou
Richa.
NAVIO VICUÑA – O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, lembrou da tragédia com o Navio Vicuña, que explodiu na Baía de Paranaguá em 2004. Na época, o Porto não contava com uma estrutura adequada para fazer o contingenciamento e a limpeza do óleo derramado ocorreu somente dez dias depois do desastre, comprometendo a população local e a fauna marinha. Foi o maior desastre ambiental do Litoral paranaense e o pior acidente envolvendo um navio comercial do mundo.
“Se tivéssemos esta estrutura quando o Vicuña
explodiu, apesar da gravidade, ele não teria repercussão internacional.
Faríamos o atendimento e já começaríamos a recolher os resíduos derramados”,
explicou. “Esta estrutura coloca o Porto de Paranaguá como um dos portos de
bandeira verde, ou seja, que atende rigorosamente todas as normas de proteção
ambiental”, contou Dividino.
FUTURAS
GERAÇÕES – Para o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José Richa
Filho, o centro será um patrimônio para as futuras gerações. “É uma obra
emblemática, que deixa um legado fantástico e mostra como é possível o
desenvolvimento conviver com respeito ao meio ambiente. O que era um sonho,
hoje é uma realidade e um patrimônio entregue para todo o País”, declarou Richa
Filho.
O nome do centro é uma homenagem ao ex-chefe de
gabinete da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que
faleceu no último mês de novembro. A esposa de Edgard Meira de Vasconcellos
Filho, Vanessa, e os filhos, Mariele e Guilherme, estavam presentes na
inauguração e receberam uma placa do governador Beto Richa.
ATENDIMENTO
RÁPIDO – A nova estrutura, que
atende todas as orientações do Plano Nacional de Contingência, vai abrigar
equipe de resgate, brigada de incêndio do Porto de Paranaguá e biólogos
responsáveis pela despetrolização da fauna, facilitando a ação e operação, em
caso de emergências decorrentes da atividade portuária.
O Centro fica localizado na beira da água e possui
uma rampa que permite a rápida colocação de embarcações na baía, o lançamento e
uso de equipamentos, como barreiras de contenção e recuperadores de óleo em
situações de emergência ambiental. “Com isso, o atendimento às emergências
ambientais deverá ser duas vezes mais rápido do que o normal, dependendo do
tipo e da distância da ocorrência”, explicou Dividino
Ele disse que o centro foi planejado para sediar a
coordenação do atendimento às emergências ambientais e otimizar o trabalho das
equipes de prontidão, fazendo com que a capacidade e o tempo de resposta em
situações de acidente estejam entre os mais céleres do Brasil.
A edificação também possui infraestrutura para
treinamentos, sala de crise e instalações necessárias para situações de
emergências, tanto terrestres quanto aquáticas.
O centro é equipado permanentemente com
embarcações, motobombas, barreiras de contenção, recolhedores, bombas para
produtos químicos, tanques para armazenamentos de resíduos sólidos e líquidos e
equipamentos de proteção individual para atendimento dos mais variados níveis
de emergência.
EQUIPES DE
PRONTIDÃO –
Inicialmente, o CPA será ocupado pela equipe da Alpina Briggs, empresa
contratada pela APPA, especializada no atendimento a emergências envolvendo
hidrocarbonetos e produtos químicos diversos.
São 20 funcionários que trabalham em turnos, 24
horas, nos 365 dias do ano, para garantir o pronto atendimento previsto na
Licença de Operação do Porto de Paranaguá, emitida pelo IBAMA.
Além dos técnicos da Alpina, o local vai abrigar a
equipe que será responsável pelo resgate e despetrolização da fauna em caso de
acidentes ambientais. A Appa firmou Convênio com a Fundação de Apoio ao
Desenvolvimento da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá e Universidade Estadual do Paraná (Unespar), que será responsável por
este trabalho com a fauna.
Para a bióloga Camila Domit, da Universidade
Federal do Paraná e da ONG Mar Brasil, o centro conta com a estrutura
necessária para o atendimento do ecossistema da Baia de Paranaguá em casos de
desastres. “Fico muito satisfeita em saber que a APPA se organizou tanto para
estruturar esta base, como para ter uma equipe de atendimento emergencial
pronta, disposta e com bastante conhecimento para fazer esse atendimento”,
afirmou.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade a
prefeita de Guaratuba, Ivani Justus; o deputado estadual Nelson Justus; e os
prefeitos eleitos de Paranaguá, Marcelo Roque; e de Antonina, José Paulo Vieira
Azin.
Investimentos em meio
ambiente somam R$ 35 milhões
Nos últimos cinco anos, a APPA investiu
aproximadamente R$35 milhões na área de meio ambiente. O recursos foram
aplicados em projetos de engenharia para o desenvolvimento ambiental, estudos
ambientais, étnicos e arqueológicos para novos licenciamentos, planos de
emergência, prontidão ambiental, saneamento e tratamento de efluentes e coleta
e destinação de resíduos sólidos.
Os investimentos foram aplicados, também, em
monitoramentos de dragagens, controle de pragas e proliferação de vetores,
varrição mecanizada de ruas e avenidas, recuperação de passivos ambientais,
gerenciamento de emissões atmosféricas e de ruídos, gerenciamento de água de
lastro dos navios, monitoramento da qualidade das águas e dos sedimentos,
monitoramento da biota aquática, monitoramento da avifauna, monitoramento da
atividade pesqueira, entre outros.
Para a realização de todos estes programas e
subprogramas na área ambiental, a Administração dos Portos investe, ainda, na
contratação de profissionais e técnicos que atuam nas ações como condicionante
do licenciamento ambiental do Ibama.
PRÓXIMOS ANOS – Para 2017 e 2018, a APPA investirá outros R$32
milhões em meio ambiente para dar continuidade aos mais de 40 projetos e
programas que estão em andamento e aprimoramento do trabalho que vem sendo
realizado.
Devido às ações e investimentos em meio ambiente,
o Porto de Paranaguá saltou da 26a posição, em 2012, no Índice de Desempenho
Ambiental da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), para a 3ª
colocação, em 2016, em qualidade de serviços ambientais.
Fonte: AEN
0 Comentários