"Falta
tudo. O estado da saúde é lamentável". Foi assim que o prefeito Marcelo
Roque definiu para a imprensa a situação em que recebeu a Secretaria Municipal
de Saúde, numa entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (16), no
Palácio São José. O destaque foi para a apresentação de um vídeo de 20 minutos
mostrando as condições dos 28 postos de saúde, da Unidade de Pronto Atendimento
(UPA) e do Centro Municipal de Especialidades (CME) com infiltrações,
rachaduras, problemas hidráulicos e elétricos.
A entrevista coletiva teve a presença do
secretário municipal de Saúde, Paulo Henrique Oliveira, que apresentou um
relatório detalhado da situação do setor. Demais membros da nova administração
também compareceram, bem como os vereadores Fábio Santos e Eduardo Oliveira.
"Chama a atenção a situação em que se
encontram os prédios do município. Licitações foram realizada ao longo deste
tempo, mas o que se vê é que nada foi feito em relação à manutenção. Não
estamos aqui para denegrir ninguém. Estamos tomando atitudes cabíveis e com
relação às empresas que passaram, anos atrás, na área de manutenção. Temos que
tomar atitudes daqui pra frente", destacou o prefeito.
O prefeito Marcelo Roque revelou que ao longo dos
últimos 10 anos empresas ganhavam licitações para realizar a manutenção dos
próprios municipais, mas não faziam o que estava em contrato. "Indo in loco
dá para ver que não foi feito nada. Estamos fazendo uma licitação correta de
todos os próprios da Prefeitura e que dê o atendimento a todos os setores da
Prefeitura, com uma fiscalização correta. E que se faça isso, urgente, porque
todos os departamentos da Prefeitura estão sucateados", revelou.
Diante da situação, a primeira atitude da nova
gestão será a reforma emergencial do CME (Centro Municipal de Especialidades),
conforme já tinha anunciado o prefeito Marcelo Roque na semana passa.
"Para que possamos dar atendimento de alguns postos de saúde neste local.
Não tem como fechar nenhum posto parcialmente para fazer reforma, tem que
lacrar e fazer o trabalho correto. Com o CME funcionando será possível
amenizar. Não quero deixar de ter o atendimento descente para a
população", justificou.
A equipe do secretário Paulo (Saúde) vem
trabalhando todos os dias para levantar a situação e dar o correto
direcionamento das ações, destacou o prefeito, que levantou ainda a questão da
carga horária dos funcionários nos postos de saúde. "Não estamos fazendo
caça às bruxas. Queremos que os profissionais façam o que está determinado em
seus concursos, que cumpram a jornada em tempo integral, que não haja evasão
dos plantões", comentou.
A linha de ação tem como objetivo moralizar a
questão do atendimento na UPA e os avanços já estão aparecendo, na opinião do
secretário Paulo. "A gente já está tendo poucos casos já de falta de
plantonista, mas não vamos deixar de fiscalizar intensamente, pois não é
possível admitir que plantões sejam pagos e profissionais indo embora. Vamos
abrir processos de sindicância nestes casos", revelou.
VERBAS PERDIDAS
Além da preocupação com a estrutura, há
determinação emergencial também em relação às verbas que a Secretaria Municipal
de Saúde já perdeu. Só com o programa Saúde Viajante são cerca de R$ 4 milhões
em recursos, segundo o prefeito. Há casos em que o sistema do governo federal
não foi alimentado com informações.
Na opinião do prefeito, falta também capacitação
do funcionário público em relação a esses importantes recursos. "As verbas
que vêm para o município são mínimas. E quem está bancando 100% dos recursos
para a Saúde é a Prefeitura de Paranaguá. Temos que rever isso já em todas as
pastas da Prefeitura, para corrigir os erros do passado, para que Paranaguá
saia do caos em que se encontra", destacou.
Ainda segundo o secretárioPaulo Henrique,
Paranaguá comporta 33 equipes de Estratégia Saúde da Família, já chegou a ter
29 e hoje possui apenas 16. Isso representa menos recursos oriundos do
Ministério da Saúde. "São cerca de R$ 250 mil mensais que estamos deixando
de receber, fora um total de R$ 7 mil por equipe. Vamos reverter essa situação,
porque nossa população está sendo prejudicada", declarou o secretário.
SEM ALVARÁ E HABITE-SE
O prefeito Marcelo Roque lembrou ainda que os
levantamentos da estrutura da Secretaria Municipal de Saúde apontaram que os 28
postos de saúde não possuem alvará de funcionamento e Habite-se (documento que
comprova que um empreendimento ou imóvel foi construído seguindo-se as
exigências - legislação local, especialmente o Código de Obras do município -
estabelecidas pela Prefeitura para a aprovação de projetos.
MUDANÇAS COMEÇARAM
Algumas mudanças já foram anunciadas pela atual
gestão para beneficiar os usuários do sistema público de saúde. Uma delas foi
para o transporte de pacientes até Curitiba e municípios da região
metropolitana. Além da saída de vans do Hospital João Paulo II, na vila
Divinéia, agora também há a opção da sede da pasta, na avenida Gabriel de Lara.
"Estamos descentralizando. Estamos estudando atender também no período da
tarde, já que há pessoas que tem que ficar em Curitiba por muito tempo para
esperar a van retornar", adiantou o prefeito.
A Prefeitura de Paranaguá foi multada em novembro
por não ter profissional farmacêutico suficiente para atendimento nas
farmácias. Por isso, está sendo programada a dispensação de medicamentos em
apenas seis pontos da cidade, para comodidade dos usuários. Um trabalho de
divulgação será feito em parceria com a Secretaria Municipal de Comunicação
para informar os locais, a partir de 1.º de fevereiro, com farmacêuticos
presentes nestes locais.
Por determinação do prefeito Marcelo Roque já está
definido que em 29 de julho duas unidades de saúde passarão a ter atendimento
de urgência e emergência 24 horas. Uma será no bairro de Alexandra, distante
cerca de 15 quilômetros da área central. Outra será na Vila Divinéia,
oferecendo assim mais comodidade a milhares de famílias que moram na região. A
unidade já tinha funcionamento 24 horas, que foi desativado na gestão anterior.
DENGUE
Atualmente, 60 pessoas estão fazendo aplicação de
inseticidas pelos 4 cantos de Paranaguá com bombas costais. Esse trabalho não
deve parar, segundo o prefeito Marcelo Roque, pois trata-se de medida eficaz
para combater a dengue. "Isso é muito importante e vamos continuar
fazendo. Estamos lutando e reivindicando ao governo do Estado para que os
carros de fumacê também venham para cá nos ajudar neste combate. Tenho certeza
de que não vai haver aquele caos que ocorreu no ano passado", garantiu o
prefeito.
Fonte: PMP
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