Após uma expectativa de sete meses, a Diocese de
Paranaguá finalmente conheceu seu novo bispo. Em uma coletiva de imprensa
realizada na manhã desta quarta-feira, no Centro de Pastoral Dom Bernardo José
Nolker, Dom Francisco Carlos Bach, Administrador Apostólico nomeado pelo Papa
Francisco, anunciou a nomeação de Dom Edmar Peron como o novo líder diocesano.
A cerimônia de posse está marcada para o dia 17 de
dezembro, uma quinta-feira, na Catedral de Nossa Senhora do Rosário. O anúncio
foi recebido com entusiasmo pela comunidade católica, encerrando um período de
incerteza e expectativa.
Diversos meios de comunicação estiveram presentes no
anúncio, incluindo representantes da Folha do Litoral, Rádio Difusora, Rádio
Litoral Sul FM, Rádio Terra Nativa e a Serra do Mar.
Padre André Luís Buchmann de Andrade, Chanceler da
Diocese e Reitor do Santuário de São Francisco das Chagas, destacou a
importância da nomeação e elogiou o trabalho de Dom Francisco Carlos Bach
durante o período de administração apostólica. Ele também deu as boas-vindas a
Dom Edmar Peron, destacando a expectativa positiva em torno de sua liderança.
A comunidade aguarda com expectativa as próximas ações
de Dom Edmar, que agora assume a responsabilidade de guiar a diocese em seus
desafios futuros.
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Dom Francisco Carlos Bach |
Fotos e texto: Edye Venancio
BIOGRAFIA DE
DOM EDMAR PERON
Dom Edmar
Peron nasceu em uma família de migrantes que, em busca de melhores condições de
vida, no início da década de 50, desceu do oeste paulista para Maringá – PR.
Ali seus pais – Leonildo Peron e Aparecida Besagio Peron – cresceram, se
casaram e vivem. É o primeiro dos quatro filhos do casal. Foi batizado no mesmo
ano que nasceu, na paróquia Santo Antônio de Pádua, e recebeu, das mãos de Dom Jaime Luiz Coelho, o Sacramento da Crisma, na
Catedral Nossa Senhora da Glória, de Maringá, no
ano seguinte.
Fez os estudos
do ensino básico nos colégios Duque de Caxias e Rodrigues Alves e o ensino
médio no Instituto de Educação de Maringá. Terminado o ensino médio, aos 18
anos, entrou no Seminário Maior Arquidiocesano Nossa Senhora da Glória –
Instituto de Filosofia, em Maringá, onde
cursou Filosofia (1983–1985),
seguindo depois para o Seminário Paulo VI – Instituto Teológico Paulo VI, em Londrina (1986–1989), para os estudos de Teologia.
Depois dos
sete anos de seminário, no dia 23 de julho de 1989, foi
ordenado diácono, pelo mesmo Dom Jaime Luiz Coelho, Arcebispo Metropolitano, que
também o ordenou Padre para a Arquidiocese
de Maringá no dia 21 de janeiro de 1990. Desde
então serviu a aquela Arquidiocese, realizando trabalhos em diversas Paróquias
e assessorias, além de atuar na formação dos seminaristas.
Foi vigário da
Paróquia Santo Antônio de Pádua, em Maringá, em 1990 e 1991 e pároco das
Paróquias: Nossa Senhora do Rosário, em Floresta, de 1991 a 1994; Santa Rosa de Lima, em Iguatemi, de 1996 a 1997; Sagrado Coração de Jesus, em Nova Esperança, em 1998 e 1999; e Cristo Ressuscitado, em Maringá, de 2002 a 2006. Foi Administrador Paroquial na Paróquia Nossa
Senhora Rainha, em Atalaia, em 1998 e 1999.
Colaborou com outras paróquias, especialmente no período em que participou da
equipe de formadores dos seminaristas da Arquidiocese de Maringá, por 10 anos.
No 2000, foi enviado a Roma, por Dom Murilo
Sebastião Ramos Krieger, para realizar estudos, em nível de Mestrado, em
Teologia Dogmática, especialização em Teologia dos Sacramentos, até 2002.
Desde seu
retorno, em 2002, foi
professor de Teologia Dogmática e de Liturgia, inicialmente no Instituto
Teológico Paulo VI e, posteriormente, na PUCPR – Campus
Londrina. Durante seu sacerdócio atuou como membro do Colégio de Consultores e,
em períodos alternados, também do Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Maringá.
Dedicou grande
parte de seu trabalho pastoral, durante nove anos, à Pastoral de Liturgia e
Canto da Arquidiocese de Maringá. Desde 2007 tem escrito
para a Revista de Liturgia, em São Paulo. Foi
vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Marialva, de 2007 a 2009.
Na formação
dos seminaristas, atuou por sete anos como Diretor Espiritual do Seminário de
Filosofia Nossa Senhora da Glória, de 1991 a 1997, onde ele
mesmo havia feito a sua formação filosófica. De 2007 a 2009 foi Reitor do
Seminário de Teologia Santíssima Trindade, em Londrina.
No dia 30 de dezembro de 2009 foi nomeado pelo Papa Bento XVI para bispo-auxiliar da Arquidiocese
de São Paulo, sendo-lhe conferida a sede titular de Mattiana. Foi ordenado
bispo, no dia 28 de fevereiro de 2010, em Maringá. A sua ordenação episcopal
aconteceu na Catedral Basílica menor de Nossa Senhora da Glória, sendo bispo
ordenante Dom Jaime Luiz Coelho, 93 anos, arcebispo emérito de Maringá. Dom
Anuar Battisti (arcebispo de Maringá) e o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer,
arcebispo de São Paulo, foram os bispos coordenandes. Uniram-se a eles outros
19 bispos, 12 do Paraná e 7 de São Paulo*.
Tomou posse do
Ofício de Bispo auxiliar de São Paulo no dia 14 de março de 2010, sendo
imediatamente nomeado Vigário Episcopal para a Região Belém. Assumiu outros
encargos em nível arquidiocesano, dentre os quais, bispo referencial para a
liturgia e a formação dos futuros presbíteros e Vigário Geral da Arquidiocese.
Junto Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, é membro da Comissão Episcopal Pastoral
para a Liturgia desde 25 de junho de 2011.
E hoje, 25 de
novembro de 2015, foi nomeado pelo Papa Francisco, Bispo
de Paranaguá – PR.
“Eis que venho, ó Pai, para fazer a
tua vontade”
(Hb 10,7)
São Paulo, 25 de novembro de 2015.
Mensagem aos diocesanos
Queridos Presbíteros, Religiosas,
Leigos e Leigas,
Irmãos e Irmãs da Diocese de
Paranaguá:
“A paz esteja com vocês!”
Às
portas do Ano Santo da Misericórdia, o Santo Padre, o Papa Francisco, nomeou-me
Bispo desta Porção do Povo de Deus, a Diocese de Paranaguá; missão que acolhi
com alegria e não sem temor. Retomando Santo Agostinho, o grande bispo
africano, sinto alegria porque, “com vocês, sou cristão”, e, temor, porque
“para vocês, sou bispo”.
Entro
em uma caminhada! Nossa Diocese de Paranaguá já completou 53 anos de existência
– 21 de junho de 1962 –, porém, muitas de suas comunidades surgiram há mais de
séculos. Que bonito! Quantas pessoas aqui viveram e testemunharam sua fé
católica! Desconheço os seus nomes, os quais, certamente, estão inscritos no
Livro da Vida. Mas quero, hoje, recordar três desses irmãos: Dom Bernardo José Nolker,
CSsR (1963-1989), Dom Alfredo Ernest Novak, CSsR (1989-2006), Dom Frei João Alves dos
Santos, OFMCap (2006-2015). Pastores dedicados e amados! Deus seja louvado pelo
ministério episcopal de cada um deles. Não fui enviado para substituí-los, mas
para sucedê-los, isto é, para continuar o trabalho.
Quando
a Diocese de Paranaguá completaria 3 anos, eu nascia nas terras vermelhas do
norte do Paraná, em Maringá (04 de março de 1965): lá fui feito cristão
(Batismo-Crisma-Primeira Eucaristia), e presbítero (21 de janeiro de 1990).
Servi à Arquidiocese de Maringá durante felizes 20 anos, até que no dia 28 de
fevereiro de 2010, quando, em uma bela celebração, presidida por Dom Jaime Luiz
Coelho (que completaria 94 anos!) e da qual participaram Dom João Alves e Dom Francisco
Carlos, fui ordenado Bispo para auxiliar o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer,
Arcebispo de São Paulo. Deste modo, quis Deus, que também eu viesse de São
Paulo para cá. Eis-me aqui! Sim, “eu disse: Eis-me aqui, ó Deus para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Ut
faciam voluntatem tuam!
Na
arquidiocese de São Paulo e, especificamente na Região Episcopal Belém, a qual
aprendi a amar profundamente, vivi meus primeiros anos de bispo, junto com Dom
Odilo e os seus Bispos auxiliares, os Presbíteros e os Diáconos, as Religiosas
e os Religiosos, os Leigos e as Leigas, aos quais agradeço de coração a
acolhida, o carinho, a amizade a dedicação na corresponsabilidade pastoral.
A
Dom Francisco Carlos Bach, agradeço de coração a dedicação a essa diocese como
Administrador Apostólico e, muito especialmente, o modo tão fraterno como tem
me acolhido. Com ele, depois da morte do querido Dom João, as comunidades rezaram
pedindo um bispo. Suplicaram a Jesus Cristo, o Bom Pastor, que olhasse para as
“necessidades pastorais” desta Diocese e lhe desse a “feliz presença” do Bispo
Diocesano; que, guiada pelo Espírito Santo, a Igreja o escolhesse para ser “um
servidor do Evangelho” e para, com sabedoria, andar com vocês “pelos caminhos
da vida, em unidade e comunhão”.
Essa
bela oração me indicou algumas das expectativas em relação ao Bispo recém
eleito: que seja atento às necessidades pastorais da Diocese; que acolha com
docilidade o Evangelho, e dele se faça servo; que ande sempre pelos caminhos da
comunhão e da unidade. Que meta bonita e exigente!
Permitam-me,
ainda, em comunhão com outro Francisco, o Papa, acrescentar à nossa Diocese o
desafio de ser uma Igreja “em saída”. “Todos,
diz o Papa, somos chamados a esta nova «saída» missionária. Cada cristão e cada
comunidade haverá de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas
todos somos convidados a aceitar este chamado: sair da própria comodidade e ter
a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”.
Essa abertura missionária nos encherá de uma profunda alegria, pois, afirma
Francisco, “a alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos
discípulos, é uma alegria missionária” (Evangelii
Gaudium, nn. 20-21)
Saúdo,
também, com cordial afeto, os irmãos e irmãs de outras igrejas cristãs, e
aqueles que pertencem a outras tradições religiosas, as autoridades civis e
militares, bem como as pessoas que não creem em Deus; estejamos bem unidos em
tudo aquilo que seja a favor dos homens e mulheres das nossas cidades: melhores
condições de moradia, de escola e de saúde, defesa do que é justo, empenho
contra a corrupção... nessas causas, repito, estejamos unidos!
Rezemos,
irmãos e irmãs, uns pelos outros, para que, sustentados pela graça de Deus,
possamos tornar nossa diocese – paróquias,
comunidades, associações e movimentos – “um oásis de misericórdia” (Misericordie Vultus, n. 12).
Confio-me
aos cuidados maternais de Maria, Mãe de Deus, aqui invocada como Nossa Senhora
do Rosário – e também com outros títulos de confiança e devoção – para que
interceda por mim e por todos vocês, seus filhos e filhas.
A
todos abençoo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
+ Edmar Peron
Bispo eleito de
Paranaguá
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