O governador
Beto Richa determinou nesta quarta-feira (16) o repasse emergencial de R$ 10
milhões para 299 municípios paranaenses. O combate à dengue inclui-se entre as
ações de vigilância em saúde, que recebem recursos do governo estadual durante
todo o ano. Só em 2015 foram destinados R$ 68 milhões. Os R$ 10 milhões
anunciados pelo governador são um incentivo financeiro, extra, que deverá ser
utilizado no fortalecimento do combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor
da dengue, zika vírus e febre chikungunya. O anúncio da liberação dos recursos
foi feita pelo governador durante a reunião do secretariado e, em seguida, na
reunião com deputados estaduais.
O objetivo, disse Richa, é reforçar o trabalho de
prevenção e intensificar as atividades desenvolvidas pelos municípios,
principalmente neste período mais crítico para a proliferação do mosquito
transmissor. “Com a chegada do verão e das altas temperaturas, o perigo só
aumenta. Por isso, estamos nos antecipando e dando este apoio financeiro para
que as prefeituras ampliem as ações junto à população e também façam a sua
parte no enfrentamento do mosquito”, destacou o governador.
O recurso será repassado ainda este ano em parcela
única, na modalidade fundo a fundo, o que dispensa a necessidade de convênio.
Dependendo do porte do município, a prefeitura receberá um valor que varia de
R$ 8 mil a até R$ 400 mil, como é o caso de Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina,
Maringá e Ponta Grossa . “É uma ajuda extra que estamos enviando de forma
imediata. Além disso, temos colocado à disposição dos municípios toda a nossa
estrutura e equipe técnica das regionais de saúde para apoiar no que for
preciso”, ressaltou Richa.
CONTRATAÇÃO - O dinheiro extra poderá ser
aplicado na contratação temporária de agentes de combate a endemias, confecção
e reprodução de material educativo, manutenção de veículos e equipamentos
utilizados nas ações, locação de aparelhos, pagamento de despesas com
combustível e lubrificantes, aquisição de equipamentos de proteção individual
(EPI), compra de insumos para diagnóstico, entre outros itens de consumo.
O incentivo faz parte do programa estadual
VigiaSUS, criado justamente para auxiliar as prefeituras na estruturação do
setor de vigilância em saúde. “Somos o único Estado do país a manter um bloco
de financiamento exclusivo para esta área, responsável pela proteção da saúde
da população. Para muitos municípios, o que repassamos anualmente é até maior
do que o destinado pelo Ministério da Saúde”, informa o secretário estadual da
Saúde, Michele Caputo Neto, que chama a atenção para a responsabilidade de
todos no combate ao Aedes aegypti.
“Todos têm tarefas na eliminação dos criadouros do
mosquito transmissor. O poder público deve manter a vigilância, e todo cidadão
deve vistoriar sua casa, trabalho ou vizinhança a procura de água parada. O
perigo é real e triplicou”, ressalta o secretário.
BOLETIM – De
acordo com o último boletim informativo da dengue, divulgado pela Secretaria da
Saúde nesta quarta, o Paraná já contabiliza 1.089 casos da doença. Os números
levam em conta os casos diagnosticados no Estado do mês de agosto até agora.
Grande parte dos casos está concentrada nas
regiões Norte, Noroeste, Oeste e Sudoeste. Apesar disso, a cidade com o maior
número de registros é Paranaguá, no litoral, com 294 ocorrências confirmadas.
Até o momento, pelo menos três municípios já estão em situação de epidemia. São
eles: Santa Isabel do Ivaí, Guaraci e Munhoz de Mello.
O boletim aponta ainda que 299 municípios
paranaenses são considerados infestados pelo Aedes aegypti e, portanto, correm
risco de registrar casos de dengue, zika e febre chikungunya. 37 deles são
considerados de alto risco de epidemia, visto que apresentam índices de
infestação superiores a 4%. Isso significa que a cada 100 imóveis visitados
agentes de endemias pelo menos quatro tinham focos do mosquito.
“Estamos em alerta em todo o Estado. O momento é
de convocar a população a também entrar nesta luta, eliminando todo e qualquer
criadouro do mosquito dentro de casa ou no quintal”, enfatizou Caputo Neto.
O secretário lembrou ainda que o poder público
também não pode se desmobilizar agora com o período de festas. “As prefeituras
não podem dar férias coletivas aos profissionais que atuam nesta área. A
orientação é intensificar as ações e não parar para recesso”, disse.
CAMPANHA – E por
conta da tríplice ameaça (dengue, zika e chikungunya), o Governo do Estado
também lança nesta quarta uma nova campanha de rádio e TV para chamar a atenção
da população sobre a importância de tornar o combate ao mosquito uma rotina
diária. Apelando para o tema “filme de terror”, o vídeo remete ao risco de ter
potenciais criadouros em casa, mesmo que em lugares escondidos, como na bandeja
externa da geladeira ou em ralos e sanitários com pouco uso.
“Dengue mata. Somente nos últimos cinco anos, mais
de 70 pessoas já foram vítimas deste mosquito aqui no Estado. Por isso,
decidimos fazer este alerta, mostrando que a situação é grave, principalmente
agora com a possibilidade de termos também casos de febre chikungunya e zika no
Paraná”, afirmou a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana
Belmonte.
Fonte: AEN
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