O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (20) que não vai propor o fim da
multa de 40% sobre o salto do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de
empregados demitidos sem justa causa. “Em nenhum momento vocês vão me ouvir
falando de acabar com multa de 40% FGTS”, disse a jornalistas, em entrevista em
frente ao Palácio do Alvorada.
Ele ponderou, no entanto, que a multa virou regra, uma vez que é
difícil ocorrer, segundo ele, demissões sem justa causa. “Dificilmente, você dá
demissão por justa causa. Mesmo dando, o cara entra com ação contra você.
Dificilmente se ganha ação nesse sentido. Os patrões pagam [a multa]”, disse.
“Assim como quem estava empregado ficou mais difícil ser demitido, quem
empregava começou a não empregar mais pensando em possível demissão”,
justificou. Apesar disso, afirmou: “Não vou propor [o fim dos] 40%”.
Ontem (19) à noite, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto
divulgou nota à imprensa negando qualquer estudo sobre o fim do pagamento da
multa.
Saque do FGTS
O presidente disse ainda que amanhã (21) fará uma reunião com ministros
para tratar do saque do FGTS. “A palavra final eu vou ouvir essa semana da
equipe econômica”, diz. O governo estuda liberar o saque de parte do saldo das
contas ativas e inativas do FGTS. A medida injetaria recursos capazes de
estimular a economia.
Segundo o presidente, “pequenos acertos” estão sendo feitos. “Não
queremos desidratar a questão do Minha Casa, Minha Vida, que é importante para
quem precisa de uma casa. Não queremos ser irresponsáveis”. O programa do
governo federal, que oferece condições atrativas para o financiamento de
moradias para famílias de baixa renda, usa recursos do fundo.
Reforma da Previdência
Bolsonaro disse não acreditar que as críticas que fez a governadores do
Nordeste terão impacto na votação da reforma da previdência no Congresso
Nacional. “O parlamento não é tão raso como vocês estão pensando”, disse.
A reforma da previdência foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos
Deputados. A proposta ainda precisa ser aprovada na Casa em mais um turno de
votação antes de ser remetida para o Senado Federal, onde terá também que ser
aprovada em dois turnos de votação no plenário.
Fonte: Agência Brasil/Mariana Tokarnia
Foto: Valter Campanato