O Porto de Paranaguá é referência no pagamento do
“prêmio da soja”, uma remuneração extra para a entrega do grão para exportação.
A eficiência do porto e a confiança do mercado na qualidade do produto
exportado são essenciais para a formação dos preços e têm impacto direto no
lucro dos produtores.
No Brasil, o valor do prêmio pago pelos produtos
embarcados no Porto de Paranaguá é um indicador que vale para todas as
negociações no país. “Os prêmios têm reajustes positivos desde janeiro e seguem
em alta. Além disso, os valores pagos no prêmio em Paranaguá são maiores que
nos demais portos, como Santos e Rio Grande”, explica o diretor-presidente da
empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Entre os diferenciais do modelo paranaense está a
preferência de atracação para navios que já tenham carga pronta para o
embarque. Assim, o tempo de espera ou “lay time”, fica abaixo da média e reduz
os custos de estadia do navio.
Além disso, o formato do Corredor de Exportação,
com nove terminais interligados e operações simultâneas, acaba com as paradas
operacionais para troca de terminal e permite mais margem de negociação dos
exportadores.
Segundo Nilson Hanke, assessor técnico da Federação
de Agricultura do Paraná, o prêmio positivo é considerado um indicativo de eficiência
logística. “Quando as operações portuárias são rápidas, sem entraves, sem
filas, o comprador paga este valor ao vendedor, pois entende que a carga
chegará no prazo. Hoje o Porto de Paranaguá é reconhecido internacionalmente
por esta qualidade nas operações”, destaca.
CAMPO - Dados do Departamento de Economia Rural
(Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, indicam que
das 16 milhões de toneladas de soja produzidos pelo Paraná, 68% já foram
comercializadas, sendo 4,4 milhões de toneladas para exportação.
“A previsão é exportar cerca de 8 milhões de
toneladas até o final do ano. Por questões de mercado os produtores estão
optando por segurar as vendas mas, com a recuperação das cotações nos últimos
dias, a tendência é que o volume de negócios aumente”, diz o economista do
Deral, Marcelo Garrido.
Para entender como a Portos do Paraná se destaca no
mercado internacional é preciso saber como funciona esta vantagem:
O PREÇO: Os prêmios são pagos pelos compradores aos
vendedores. O pagamento é negociado entre as tradings e os compradores
internacionais. A base de cálculo é uma porcentagem da cotação de Chicago
descontando os custos logísticos.
Para chegar no valor que será pago, os importadores
estimam os chamados preços CIF (Custo, Seguro e Frete) e vão deduzindo preços
das diversas etapas do processo de comercialização.
OS CUSTOS: O prêmio leva em conta a origem e o
destino do produto exportado, a qualidade, a oportunidade, o frete marítimo, a
demanda, o câmbio e a eficiência do porto exportador.
O preço do produto vai ser afetado ainda pelos
custos com o transporte terrestre do produtor até o porto, o armazenamento,
taxas portuárias e tempo de embarque.
INTERNACIONAL: O mercado monitora esses fatores e
aplica esse prêmio à cotação da Bolsa de Chicago (CBOT). Se as condições são
favoráveis no porto exportador o prêmio recebe ágio. Se forem desfavoráveis o
prêmio será negativo, ou seja, com deságio.
Com muita oferta de soja recém-colhida, os preços
do frete tendem subir com força, enquanto os prêmios de exportação devem sofrer
o inverso e ficar mais baixos.
Fonte: Portos do Paraná