O horário eleitoral gratuito, que começa no final de agosto,
terá uma mudança significativa nas eleições de 2016. Os candidatos a vereador
não terão mais espaço nos programas de rádio e televisão, veiculados no início
da tarde e à noite. Esses blocos, de dez minutos cada, serão reservados
exclusivamente aos candidatos a prefeito. Os concorrentes à vagas nos
legislativos municipais ficarão restritos às inserções de 30 segundos e um
minuto, distribuídas ao longo da programação.
A
novidade se soma a outras mudanças promovidas pela minirreforma eleitoral
aprovada pelo Congresso no ano passado, que inclui a redução do período de
campanha e da propaganda gratuita em rádio e TV, além da proibição de pinturas
em muros e uso de cavaletes, que vão impactar sensivelmente a disputa. Ao invés
dos três meses das eleições anteriores, os candidatos só terão metade desse
tempo, ou 45 dias para pedir votos livremente, pois o período de campanha, que
antes se iniciava em 5 de julho, agora só começará em 16 de agosto.
Isso se
refletirá também na propaganda no rádio e televisão, que terá 35 dias de
exibição, dez a menos que nas disputas anteriores, começando no dia 16 de
agosto e indo até 29 de setembro no primeiro turno. Os blocos dos programas,
que antes tinham 30 minutos, foram reduzidos a dez minutos de duração cada. E
as inserções de 15 segundos foram abolidas. Além disso, haverá 80 minutos de
inserções por dia, sendo 60% para prefeitos e 40% para vereadores.
Na
avaliação dos especialistas, todas essas inovações, vão acabar favorecendo os
candidatos já conhecidos e os “caciques” partidários, já que os “novatos” terão
ainda menos espaço e mais dificuldade para atingir o eleitorado. “Isso vai
valorizar quem tem mais tempo de TV, pois a força das inserções é muito maior.
Elas pegam o eleitor no meio da programação, enquanto nos blocos de programas,
as pessoas levantam”, avalia o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo.
Segundo
o analista, a mudança também tende a provocar problemas de bastidores nos
partidos e influenciar até a formação de coligações. “Se um partido tiver 70
candidatos a vereador, vai ter espaço para todos?”, questiona. “Se eu fosse
candidato a vereador, aproveitaria para negociar isso agora”, explica,
apontando que a divisão do espaço fatalmente implicará em disputas internas
entre os candidatos.
Para
Hidalgo, trata-se de mais um fator que indica a intenção dos deputados federais
e senadores em reforçar o poder dos “caciques”, em detrimento da renovação dos
quadros políticos do País. “Cada vez mais a lei é feita para eles mesmos”,
considera.
O mesmo
pode ser dito, segundo ele, em relação à extinção das inserções de 15 segundos,
e o fato de que os candidatos ao Legislativo ficarão restritos a elas. “Vai ter
muita confusão. Trinta segundos no meio do horário nobre, no comercial da
novela, é muita coisa”, diz.
Pré-campanha
Em
compensação, a chamada “pré-campanha” foi liberada. Quem pretende concorrer à
eleição, mas ainda não teve a candidatura oficializada em convenção partidária,
poderá participar de entrevistas e outras atividades, sem que isso seja
enquadrado como “campanha antecipada”, desde que não haja pedido explícito de
voto.
Fonte: Bem Paraná
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