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Bezerra da Silva: canção popular critica o "safado" em letra direta e sem rodeios

Com versos fortes e sem meias palavras, compositor usa a música como desabafo para expor a decepção com alguém que considerava amigo, destacando o valor da verdade e da justiça




Safado é safado mesmo

Interpretação: Bezerra da Silva

Composição de Carlinhos Russo / Jorge Laureano / Zezinho Do Valle

Aí, uns e outros

Você que tá me ouvindo
Se você não gostar
É porque a carapuça é contigo mesmo, safadão

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver, meu irmão, podes crer

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver (certo)

Só o safado entende a mensagem
Que mando na minha canção
Isto não é homenagem
É esculacho no duro pra um vacilão

Pois o safado jamais mereceu
Homenagem de um homem de bem
Quem dá cobertura a safado
É porque é safado também

Embora um tanto tarde
Eu vim realmente a te conhecer
Minha amizade era cega
E não via o safado que havia em você

Mas hoje em dia lhe enxergo
E agradeço a Deus por ter deixado ver
Este safado que existe
Estampado em você, você

Mas hoje em dia lhe enxergo
E agradeço a Deus por ter deixado ver
Este safado que existe estampado em você
E por falar

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver (meu irmão, podes crer)

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver (certíssimo)

Só o safado entende a mensagem
Que mando na minha canção
Isto não é homenagem
É esculacho no duro pra um vacilão

Pois o safado jamais mereceu
Homenagem de um homem de bem
Quem dá cobertura a safado
É porque é safado também

Embora um tanto tarde
Eu vim realmente a te conhecer
Minha amizade era cega
E não via o safado que havia em você

Mas hoje em dia lhe enxergo
E agradeço a Deus por ter deixado ver
Este safado que existe
Estampado em você, você

Mas hoje em dia lhe enxergo
E agradeço a Deus por ter deixado ver
Este safado que existe estampado em você
E por falar

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver (meu irmão, podes crer)

E por falar em safado
Onde anda você? (Você)
Para quem não é safado
Não tem nada a ver

Em meio ao universo da música popular brasileira, uma canção vem chamando atenção por sua mensagem direta e contundente. A letra, marcada por críticas e desabafos, tem como alvo um "safado" que, segundo os autores, enganou e traiu a confiança de quem o considerava um verdadeiro amigo.

"Se você não gostar, é porque a carapuça é contigo mesmo", dispara o compositor logo nos primeiros versos, deixando claro que a mensagem é para quem se sentir atingido. Em seguida, ele provoca: "E por falar em safado, onde anda você?" A canção é categórica ao afirmar que a crítica não se dirige a quem é honesto: “Para quem não é safado, não tem nada a ver”.

A letra destaca que somente o “safado” é capaz de entender a profundidade da crítica. “Isto não é homenagem, é esculacho no duro pra um vacilão”, diz um dos versos mais marcantes. O autor ressalta que quem dá apoio a pessoas de má índole também compartilha do mesmo caráter: “Quem dá cobertura a safado é porque é safado também”.

Ao longo da canção, o compositor admite ter demorado para perceber a verdadeira face da pessoa criticada. “Minha amizade era cega e não via o safado que havia em você”, revela, finalizando com um sentimento de alívio e gratidão por finalmente enxergar a verdade.

A composição de Carlinhos Russo / Jorge Laureano / Zezinho Do Valle ganhou força nas redes sociais e vem sendo interpretada por muitos como um recado claro a situações vividas por qualquer pessoa que já se sentiu traída ou enganada por alguém de confiança.

Bezerra da Silva, renomado sambista brasileiro, lançou uma extensa discografia ao longo de sua carreira, marcada por capas de álbuns que refletem a crítica social e o humor característicos de suas músicas. Abaixo, apresento uma seleção de algumas capas emblemáticas de seus discos:

  1. Eu Não Sou Santo (1990)
    Nesta capa provocativa, Bezerra aparece crucificado, vestindo roupas de malandro e segurando armas, simbolizando a marginalização e a criminalização dos habitantes das favelas.

  2. Se Não Fosse o Samba (1989)
    A imagem mostra Bezerra sendo abordado por um policial, ilustrando a ideia de que o samba foi sua salvação diante das adversidades da vida.

  3. Alô Malandragem, Maloca o Flagrante (1986)
    A capa apresenta um personagem com uma televisão na cabeça, representando a manipulação da informação e a alienação social.

  4. Presidente Caô Caô (1992)
    Bezerra é retratado como presidente, com uma faixa presidencial, ironizando a política brasileira e seus líderes.

  5. Partideiro da Pesada (1991)
    Nesta capa, Bezerra aparece cercado por figuras estereotipadas, como um homem mascarado e uma mulher com uma espada, satirizando os clichês da malandragem.






Texto: Jornalista Edye Venancio














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