O Papa recebeu em audiência, no
final da manhã deste sábado, 16, cerca de 7 mil participantes do Movimento de
Trabalhadores Cristãos da Itália.
Antes da chegada de Francisco, os
numerosos presentes se preparam com cantos e reflexões, com testemunhos
pessoais, entre os quais também o do Cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo de
Nápoles, e de Dom Fouad Twal, Patriarca de Jerusalém.
Ao chegar à Sala Paulo VI,
Francisco pronunciou seu discurso, agradecendo pelos testemunhos e pela
presença de muitos que vieram de longe.
Tomando como ponto de partida o
aspecto da “vocação ao trabalho”, expresso nos vários testemunhos, o Papa
disse: “É verdade, o trabalho é uma vocação porque nasce de um chamado que Deus
dirigiu ao homem, desde o início, para que cultivasse e cuidasse da casa
comum”.
Neste sentido, o Santo Padre
perguntou: “Como podemos responder a esta vocação, que nos convida a imitar
ativamente a incansável obra do Pai e de Jesus que, segundo o Evangelho, agem
sempre?” E respondeu sugerindo três
palavras para reflexão: educação, partilha e testemunho.
Passando a explicar cada uma das
suas sugestões, o Papa disse que “educar é a capacidade de extrair o melhor que
temos em nosso coração. Não é apenas ensinar uma técnica ou transmitir uma
noção, mas tornar mais humanos nós mesmos e a realidade que nos circunda”.
Isto, segundo o Papa, vale para o
mundo do trabalho, formar para um novo humanismo do trabalho, onde o centro de
tudo deve ser o homem e não o lucro, onde a economia deve “servir ao homem” e
não “se servir do homem”.
“Hoje, no mundo do trabalho, como
em todos os ambientes, é preciso educar o homem a percorrer o caminho luminoso
e comprometedor da “honestidade”, sem ceder aos favoritismos e recomendações”.
A respeito da segunda palavra,
“partilha”, o Papa explicou que o trabalho não é somente uma vocação de cada
pessoa, mas a oportunidade de entrar em relação com o outro. “O trabalho
deveria unir as pessoas, não distanciá-las, tornando-as fechadas e isoladas;
ele nos oferece a oportunidade de partilhar o nosso dia com o irmão e se
preocupar por ele”.
Por fim, o Papa explicou a
terceira sugestão: o “testemunho”. “O Apóstolo Paulo encorajava a dar
testemunho da fé também mediante as diversas atividades, vencendo a preguiça e
a negligência: ‘Quem não quer trabalhar – disse – também não coma’. Hoje, há
tantas pessoas que gostariam de trabalhar, mas não conseguem e até ficam sem
comer”.
Francisco recordou os jovens que
não trabalham e são os excluídos “do nosso tempo” e privados da sua dignidade.
“A justiça humana pede trabalho para todos”, afirmou o Santo Padre. “Mas, a
misericórdia divina também nos interpela: diante das pessoas em dificuldade e
de situações difíceis, não devemos fazer pregação, mas transmitir esperança,
confortar com a presença, apoiar com a ajuda concreta”.
O Papa concluiu seu discurso aos
participantes do Movimento de Trabalhadores Cristãos da Itália encorajando-os a
dar testemunho – segundo o estilo de vida de cada um – de gratuidade,
solidariedade e espírito de serviço.
MTC no Brasil
De acordo com o site oficial do
Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC) no Brasil, a organização se apresenta
como um movimento evangelizador, educador, organizado, autônomo e democrático.
“É um movimento dinâmico, que se
renova e se define à medida que seus militantes vivem o compromisso de
fidelidade à Classe e a Jesus Cristo, segundo cada momento histórico do
movimento trabalhadores; é um Movimento de Trabalhadores, organizado e dirigido
pelos próprios trabalhadores”.
Missão do MTC
A missão do MTC nasce da própria
missão de Jesus Cristo e da missão que a Igreja recebe de Jesus Cristo de ser
“fermento no mundo para tudo transformar e iluminar”, refere ainda o site.
Por esta razão o MTC esta em
comunhão com a Igreja em nível universal, nacional e local. Na medida em que a
Igreja avança nas interpretações das exigências evangélicas, o movimento avança
com ela. Algumas vezes, ele antecipa
este avanço, caracterizando-se como movimento de igreja
Da redação, com Rádio Vaticano
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