O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, disse nesta
terça-feira (12) que o Estado do Paraná está preparado para enfrentar um
possível aumento no número de casos de gripe neste ano. Caputo afirmou que a
rede pública de saúde tem estrutura, equipamentos, medicamentos e profissionais
de saúde capacitados para dar reposta a esse tipo de situação. A afirmação foi feita durante a abertura do 5º Seminário Estadual de
Influenza e outras Doenças Respiratórias, que reuniu mais de 350 profissionais
da saúde de todo o Estado. O objetivo foi discutir as estratégias que deverão
ser adotadas pelas redes pública e privada, a fim de garantir assistência
adequada, sobretudo nesta época do ano que registra maior circulação de vírus
respiratórios.
MONITORAMENTO - O secretário da Saúde disse que o
Paraná mantém hoje um dos mais completos programas de monitoramento de doenças
respiratórias do país, com destaque na área de vigilância e diagnóstico
laboratorial, além de estar sempre à frente nas campanhas de vacinação contra a
gripe e ter uma ampla rede de hospitais e unidades de referência para
tratamento.
“Isso se deve ao trabalho de excelência
desenvolvido por nossos profissionais. São eles que fazem a diferença na
assistência e cura dos pacientes”, ressaltou o
secretário. Para ele, a gripe não pode ser negligenciada. “Trata-se de uma doença grave e que, se não tratada
de forma adequada e oportuna, pode matar”, complementou.
EQUIPAMENTOS – Durante a solenidade
de abertura, Caputo Neto entregou uma série de equipamentos para fortalecer a
retaguarda de atendimento a pacientes com doenças respiratórias. Foram
beneficiiados 39 hospitais públicos e filantrópicos. O kit cedido pelo Governo
do Paraná para cada hospital é composto por ventilador pulmonar, desfibrilador
com monitor, ECG digital, laringoscópio fibra óptica, reanimador manual
neonatal, concentrador de oxigênio, estetoscópio adulto, monitor
multiparamétrico, oxímetro de pulso. O investimento total foi de R$ 3,2
milhões.
Segundo o diretor-geral da Secretaria da Saúde,
Sezifredo Paz, este kit de equipamentos permitirá que hospitais de pequeno
porte tenham condições de atender também pacientes com quadros graves de gripe
e outras doenças respiratórias. “São aparelhos
essenciais para dar assistência a pacientes em situação crítica, que necessitam
de suporte avançado”, explicou.
ANTECIPAR - O presidente da Sociedade Paranaense
de Infectologia, José Luiz Andrade Neto, ressaltou a iniciativa da Secretaria
da Saúde em se antecipar ao inverno e reforçar o trabalho de vigilância às
doenças respiratórias. “Percebemos que os vírus respiratórios estão circulando
com mais intensidade já no verão e no outono. Por isso, este é o momento de
reforçar o trabalho de vigilância e dar uma atenção especial à gripe e demais
doenças”, destacou.
VACINA – A mudança na sazonalidade da gripe,
sobretudo com o aumento no número de casos registrados no Estado de São Paulo,
fez com que o Governo do Paraná antecipasse o início da campanha de vacinação.
A decisão foi acompanhada pelos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com isso, a campanha na região Sul começa em 25 de abril, cinco dias antes do
que no restante do país.
Neste ano, terão direito à vacina nas unidades de
saúde: idosos (+60 anos), crianças de seis meses a menores de cinco anos,
gestantes, mulheres com pós-parto de até 45 dias (puérperas), doentes crônicos,
profissionais de saúde, indígenas, trabalhadores e detentos do sistema
prisional. A meta é imunizar pelo menos 80% de todos os públicos-alvo da campanha, que totalizam 2,9 milhões de pessoas. A vacina que será aplicada na rede pública é eficaz contra os três tipos de vírus da gripe mais circulantes no país, o Influenza A (H1N1), o Influenza A (H3N2) e o Influenza B.
LACEN – A identificação da circulação viral no
Paraná é realizada através de um moderno monitoramento desenvolvido pelo
Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) em parceria com 50 unidades sentinelas
– hospitais ou unidades de saúde de referência para o atendimento a doenças
respiratórias. O trabalho é modelo no país e foi, inclusive, classificado como referência
na área pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013. “Após a pandemia de gripe em 2009, desenvolvemos uma nova metodologia para melhorar a vigilância das doenças respiratórias no Estado. Com isso, hoje podemos identificar até 27 vírus circulantes através deste monitoramento”, informou a diretora do Lacen-PR, Célia Fagundes.
Em reconhecimento ao bom desempenho no trabalho
de monitoramento, o Lacen-PR e mais oito unidades sentinelas foram homenageadas
no evento desta terça. Foram contemplados o Hospital Universitário do Oeste, o
Hospital São Lucas e as Unidades de Pronto Atendimento Brasília, Pediátrica e
Veneza, de Cascavel; a Policlínica de Pato Branco; a Unidade de Saúde 24 horas
de Campo Mourão; e a Unidade de Pronto Atendimento João Samek, de Foz do
Iguaçu.
O coordenador do Centro de Informações
Estratégicas em Vigilância em Saúde de Foz do Iguaçu (CIEVS-Foz), Roberto
Doldan, disse que a homenagem é fruto de um intenso trabalho, que já foi
incorporado na rotina do serviço de saúde. “Somos unidade sentinela há mais de
10 anos, pois precisamos manter uma vigilância mais sensível por conta da
região de fronteira. Receber este reconhecimento é um prêmio a nossa equipe e
mostra que estamos no caminho certo”, comemorou.
Até o momento, o Estado contabiliza dois óbitos pela doença – um em Maringá e outro em São José dos Pinhais. Ambos de gestantes que não responderam bem ao tratamento.
Fonte: AEN
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