A presidente Dilma
Rousseff (PT) estuda
enviar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional para que sejam
realizadas novas eleições ainda neste ano. De acordo com o jornal O Globo, a petista
renunciaria ao cargo e pediria a seu vice, Michel Temer, que fizesse o mesmo.
Ainda segundo o
jornal, o pronunciamento da presidente será realizado em cadeia de rádio e
televisão nesta sexta, pouco dias antes de o Senado Federal decidir se aceita
analisar o processo de impeachment contra Dilma. A publicação diz ainda que
alguns ministros, como Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini
(Secretaria do Governo), concordam com a ideia da eleição ainda neste ano. Mas
não há unanimidade entre os demais ministros. Dilma, por sua vez, ainda
gostaria de conquistar o consenso dos movimentos sociais.
Votação
Isolado e com apoio
de apenas cinco dos 21 senadores da Comissão Especial do impeachment, o governo
não tem expectativa de reverter a provável aprovação do processo de impeachment
do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). O documento será
apresentado na quarta-feira (4) e votado dois dias depois.
O advogado-geral da
União, José Eduardo Cardozo, terá mais uma chance de defender a presidente
Dilma Rousseff antes da votação, mas nem isso deve alterar o quadro
desfavorável ao Palácio do Planalto.
A sessão desta
segunda-feira (2), será dedicada a ouvir especialistas indicados pela acusação.
Senadores do PSDB, que dizem não ser "beneficiários do impeachment"
nem condutores do processo, assinaram os convites para trazer à comissão
professores e pesquisadores que corroborem a acusação de crime de
responsabilidade pelas pedaladas fiscais (atrasos de repasses do Tesouro a
bancos públicos) e por decretos orçamentários editados sem aval do Congresso.
O procurador no
Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira será um dos
principais nomes da audiência. Seis meses antes do presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deflagrar o processo de impeachment, ele havia
assinado representação em que pedia a investigação das pedaladas ficais.
O ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, que defende o processo de impeachment,
também vai compor a mesa. Ao lado dele, o professor da USP José Maurício Conti
levará seus argumentos já conhecidos sobre a transformação do Orçamento
"em peça de ficção".
No dia seguinte, será
a vez dos especialistas convidados por senadores da base de apoio ao governo.
Foram convidados os professores Geraldo Luiz Mascarenhas Prado e Ricardo Lodi
Ribeiro, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o advogado
Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que
assinou a denúncia do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello,
em 1992.
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