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Menos de meia hora e Paranaguá debaixo d'água

Bastou chover um pouquinho para que fotos e mais fotos sejam postadas no facebook da onde internautas registram através dos seus celulares moderno ou não, os locais que acumulam água e sejam motivo de piadas através de trabalhadores que utilizam esse meio de transporte da cidade: "Aqui só com bóia", "Que vergonha, pagamos tantos impostos para isso...", "Dá próxima vez venho de barco", "Essa Paranaguá não tem jeito", foram frases que eu ouvi no momento que eu me dirigia ao trabalho no ônibus do trabalhador (condução cara pelo pequeno percurso que faz). Fiz essa foto dentro do ônibus no momento que passávamos ao lado da antiga alfândega. 

SOBRE O LOCAL
Por volta de 1889, quando o Paraná já era Província (1853) e já existia a importante estrada de ferro ligando Curitiba a Paranaguá (1885), o Governo Federal ordenou a construção de um novo edifício para a instalação da Alfândega junto ao Porto D. Pedro II. O local escolhido facilitaria a comunicação imediata com o ponto de embarque e desembarque de mercadorias e passageiros, assim como diminuiria os gastos com fretes e carretos. Porém, esse local distanciava (na época) cerca de 3 km do centro comercial de Paranaguá, o que causaria gastos extras aos comerciantes. 

Em vista disto, alguns poucos moradores da cidade enviaram um telegrama em protesto ao Governo Federal. O telegrama foi publicado em um importante jornal de Paranaguá: 

“Constatando pretender Governo mandar construir edifício nova Alfândega no Porto D. Pedro II logar pantanoso inconveniente e distante 3 km desta cidade, população, comércio unanimemente solicitação empregueis meios evitar similhante resolução que de nenhum modo de consulta interesses gerais aliados convencionais da localidade Governo provisório intuito acautelar interesses de toda espécie e satisfazendo geral aspiração população autorise construção edifício n’esta cidade onde não falta local apropriado”. 

Paranaguá, 19 de novembro de 1889. 

Apesar dos protestos dos comerciantes de Paranaguá, a pedra fundamental do edifício da nova Alfândega foi lançada em 1903, na zona do Porto D. Pedro II. O engenheiro responsável foi o arquiteto Dr. Rudolf Lange e o engenheiro construtor o Dr. João Carlos Gutierrez. Tratava-se de um prédio de arquitetura do fim do século XIX e início do século XX, ou seja, arquitetura eclética, predominantemente do estilo Romano-Renascentista. 

Em 10 de abril de 1910 instalou-se a Alfândega de Paranaguá provisoriamente, ocorrendo o ato oficial só a 28 de outubro de 1911. Por muitos anos o edifício continuou a ser utilizado pela Fazenda Nacional, sendo também Agência da Receita Federal em Paranaguá até 1975, quando foi autorizado a mudar de local devido o precário estado de conservação do edifício da antiga Alfândega. 
Ficou por muito tempo abandonado até que, em 1976, a Prefeitura Municipal de Paranaguá solicitou a cessão do edifício da antiga Alfândega, a fim de instalar um Centro de Cultura, com Museu e Biblioteca, além de preservar o imóvel promovendo a sua restauração. Através do Decreto n.º 80.817, de 24 de novembro de 1977, o Presidente da República autoriza a cessão do imóvel, sob forma de utilização gratuita ao Município de Paranaguá.).
De tanta chuva que caiu naqueles poucos minutos, foi o suficiente para acumular no local, causando assim dificuldades para quem trafegava por alí e pelo jeito sempre acontece isso e como eu faço, muitos só lamentam e o problema continuará por muito tempo...

Fotos e texto: Edye Venancio
Fonte: www.patrimoniocultural.pr.gov.br





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