O número de eleitores que
deixaram de comparecer às urnas neste domingo (2) chamou atenção de
especialistas. A eleição municipal deste ano registrou o maior índice de
abstenções da história: mais de 25 milhões de cidadãos aptos deixaram de votar
em todo país.
Segundo dados oficiais do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a taxa de abstenção é crescente desde 2008,
quando 14,6% dos eleitores não compareçam à votação. No pleito deste ano, o
índice chegou a 17,6%. O maior percentual de abstenções foi na cidade do Rio de
Janeiro, 24,28%. Em seguida, ficaram Porto Alegre (22,51%) e São Paulo
(21,84%). Os menores índices foram verificados em Manaus (8,59%), Vitória
(10,76) e Recife (11,31%).
Para a professora do Departamento
de Política do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Pontifícia
Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Vera Chaia, os números refletem a
desconfiança do eleitor com a classe política. “Esse fenômeno é reflexo de
todos os movimentos anteriores, as manifestações que começaram em 2013. Apesar
de ter havido alguma mudança no cenário político, não foi substancial. O mesmo
grupo político continua no poder, com o governo do presidente Michel Temer.
Essa é uma demonstração de repúdio do eleitor, um reflexo da negação desse
atual sistema político.”
A mudança desse cenário não deve
ser sentida em curto prazo, diz a cientista política. “Enquanto o político não
mudar, o eleitor não vai legitimar esse cenário, com práticas políticas que são
negadas do ponto de vista ético. Porque é isso que está acontecendo, ele está
deslegitimando o sistema eleitoral.”
Matéria completa no site Agencia Brasil
0 Comentários