Em uma ação
rápida e conjunta das Polícias Civil e Militar foi apreendido no fim da tarde
desta segunda-feira (24) o adolescente que confessou ter matado um colega de 16
anos dentro do Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba. Os dois
estudavam na escola, que está entre as ocupadas por alunos no Paraná. O crime
aconteceu durante à tarde. A faca que teria sido usada no crime foi apreendida
no local.
O suspeito alegou, em depoimento, ter havido um
desentendimento enquanto ele e a vítima consumiam uma droga sintética e que
durante a briga esfaqueou o colega numa tentativa de se defender.
“A Secretaria de Segurança Pública lamenta a morte
deste jovem de 16 anos em um local dedicado à educação, ao exercício da
cidadania e que, infelizmente, virou palco de um crime”, declarou o secretário
Wagner Mesquita, que explicou detalhes do crime em entrevista coletiva. A
polícia segue com as oitivas de testemunhas e de outros alunos que estavam na
escola.
ALTERADOS – O secretário afirmou que o crime foi rapidamente
atendido e está em vias de ser solucionado em um trabalho conjunto das Polícias
Civil e Militar. “As diligências indicam que os dois menores, que participavam
deste movimento de ocupação das escolas, fizeram uso de droga sintética,
dividindo uma ‘balinha’, como eles chamam. Ele confessou que por causa dos
efeitos da droga, teriam ficado alterados e o grupo então solicitou que eles
saíssem do local, indo para o alojamento, onde se desentenderam. A vítima teria
partido para cima do autor, que portava uma faca de cozinha no bolso e que
então teria se defendido atacando o outro adolescente, de quem era amigo de
infância”, explicou Mesquita. Os golpes teriam atingido pescoço e o peito da
vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro da escola.
O adolescente contou à polícia que, após o crime,
fugiu depois de pular a janela e o muro da escola. Na sequência, acabou preso
em sua residência, também no bairro Santa Felicidade, por agentes do serviço
reservado da Polícia Militar, e foi conduzido à delegacia do Adolescente.
TRAGÉDIA - “Uma tragédia que tentamos evitar acionando as
instituições de controle e fiscalização de menores. Essa escola, inclusive,
tinha o pedido de reintegração de posse feito pela Procuradoria Geral do Estado
e estava em análise da Justiça. A mesma PGE havia solicitado atuação mais firme
do Conselho Tutelar e do Ministério Público, prevendo a exposição desses
adolescentes ao risco. O Conselho visitou essa e outras escolas e disse que
estava tudo bem”, ressaltou Mesquita.
O secretário ainda informou que a Secretaria da
Segurança Púbnlica abriu um canal de denúncia de crimes (número 181) envolvendo
abusos de drogas, violência e ameaça nas escolas ocupadas. “Nos últimos seis
dias, 60 comunicações de crimes de diversas naturezas foram feitas e estão
sendo investigadas”, contou. Qualquer denúncia deve ser feita pelo 181, a
ligação é anônima.
No balanço desta segunda-feira, havia 792 escolas
da rede estadual ocupadas, de um total de 2.100. Após o crime, os alunos que
ocupavam a escola deixaram o local.
Fonte: AEN
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