Passadas
as férias e as festas, janeiro é o mês em que o consumidor costuma receber
outras contas que pesam no orçamento nessa época do ano: IPVA, IPTU e gastos
escolares são as principais delas.
A
orientação de especialistas é que quem não possui dívidas deve planejar os
gastos para passar por 2017 economizando um pouco a cada mês. E quem está no
vermelho deve manter as contas atuais em dia e tentar renegociar as antigas.
Segundo
o diretor executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças,
Administração e Contabilidade (Anefac), economista Roberto Vertamatti, as
famílias precisam ter um forte controle e não fazer gastos eventuais muito
grandes para não comprometer o resto do ano.
“O
ambiente [econômico do país] ainda difícil vai exigir mais das pessoas do que
em anos anteriores. A minha perspectiva é que comece a melhorar no segundo
semestre”, disse.
Para
ele, uma boa parte do 13º salário deveria ajudar nesses gastos de início de ano,
mas o brasileiro não se prepara e não consegue fazer reserva porque o volume de
endividamento continua alto no país. Segundo Vertamatti, os gastos de início de
ano podem representar de 20 a 25% das despesas totais de uma família de quatro
pessoas durante o ano.
Descontos
à vista
No
caso do IPTU, do IPVA e despesas escolares, o diretor da Anefac afirmou que é
mais vantajoso pagar tudo à vista, já que os descontos são atrativos e podem
chegar a 20% para o IPVA e de 5% a 10% para o IPTU.
Também
é possível utilizar recursos da poupança para pagar à vista, já que os
descontos são bem maiores que o rendimento da poupança: 7% ao ano.
Entretanto,
para Vertamatti, por causa do endividamento médio, a maioria da população opta
pelo parcelamento das contas, o que não é um problema desde que pagas em dia.
Ele alerta, entretanto, que fazer empréstimo para pagar as contas à vista não é
uma boa ideia em função das altas taxas de juros. “A não ser que a pessoa não
tenha nenhum recurso, nem para parcela, deve tomar o empréstimo com muita
cautela, porque o custo é muito alto no Brasil”, disse.
Para
o economista, o ideal seria as famílias fazerem reservas ao longo do ano. “No
início, talvez seja difícil, mas a partir de março ou abril, qualquer reserva é
interessante. Isso é muito importante e faz com que as pessoas economizem e
evitem pagar juros”, explicou.
Dívidas
em atraso
Para
quem já está no vermelho, Vertamatti orienta procurar o financiador para
negociar a dívida e buscar melhores condições de parcelamento, podendo,
inclusive, transferir a dívida para outra instituição financeira.
Ele
alerta, entretanto, que é importante negociar por juros mais condizentes e que,
aumentando o prazo de parcelamento, mesmo com uma prestação menor, os juros
podem ser maiores.
Segundo
o economista, hoje o mecanismo mais utilizado pelo brasileiro para pagamentos é
o cartão de crédito, que não traz prejuízos para pagar uma compra parcelada em
cinco ou seis vezes sem juros.
“Caso
entre na dívida do rotativo, é melhor que venda algum bem para quitar essa
dívida ou até faça um empréstimo. Se tiver que pagar as prestações do cartão,
os juros são proibitivos”, disse, explicando que os juros com o cartão de
crédito ou o cheque especial são altíssimos.
O
empréstimo rotativo do cartão de crédito é assumido automaticamente quando o
consumidor paga apenas o valor mínimo da fatura. Os juros do rotativo do cartão
situam-se hoje perto de 480% ao ano.
Passo
a passo
O
site Meu Bolso Feliz, do Serviço de Proteção ao Crédito - SPC Brasil - elaborou
um passo a passo para começar 2017 com as contas em dia:
1º
passo: balanço geral
Fazer
o controle mensal do orçamento, no papel, em uma planilha no computador ou até
mesmo usando um aplicativo. Isso significa fazer um balanço, avaliar o que fez
de certo e de errado no ano que passou e começar um planejamento financeiro
para o ano que chega. Neste processo, pergunte-se: Quais foram seus principais
gastos? Quais as suas despesas e contas fixas? Tem dívidas com juros? Quanto
sobra mensalmente do seu salário e para onde está indo esse dinheiro? Avalie em
que pode economizar, especialmente considerando que enfrentará despesas extras
no começo do ano.
2º
passo: o que vem pela frente
Anotar
os gastos previstos ao longo do ano. Liste as despesas e contas que terá, junto
com o prazo para pagar cada uma. Coloque-as junto com as outras despesas já
listadas. Exemplo: despesas fixas (aluguel, condomínio, luz, telefone), outras
despesas (impostos, matrícula e material escolar), dívidas (empréstimos,
compras parceladas).
3º
passo: defina como pagará tudo
Você
terá como arcar com tudo? Se a resposta for negativa, deve já estabelecer um
plano de ação. A primeira delas é avaliar onde economizar. Mesmo com os cortes
necessários ainda faltará dinheiro? Veja quais contas que, caso não sejam pagas
no prazo, resultam em juros altos ou em corte de serviços. Essas despesas devem
ser prioridade. Caso possa parcelar e opte por essa alternativa, lembre-se de
planejar para arcar com as parcelas nos meses seguintes!
4º
passo: planeje-se para grandes projetos
Uma
viagem, um curso, um casamento ou festa de 15 anos, são alguns exemplos de
grandes projetos que demandam planejamento financeiro porque geralmente exigem
um montante maior de dinheiro. Se você não for juntando aos poucos para
bancá-los pode se ver com o orçamento totalmente desequilibrado e, pior, com
dívidas.
5º
passo: mantenha-se na linha
Por
fim, procure manter sua planilha, aplicativo ou agenda financeira atualizada,
anotando todas as suas entradas e saídas. Dessa forma, saberá exatamente para
onde está indo o seu dinheiro e pode, se necessário, ajustar gastos. Este passo
é especialmente importante para quem possui dívidas e está pagando juros,
afinal, para conseguir juntar dinheiro para quitá-las, é fundamental acompanhar
seu dinheiro bem de perto.
Fonte: Agência Brasil
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