A taxa de
desocupação voltou a crescer no trimestre encerrado em fevereiro deste ano,
atingindo 12,6%, uma alta de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre
encerrado em novembro do ano passado. O país passa a ter 13,1 milhões de
desempregados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad-C), divulgada hoje (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, em números absolutos, o resultado
representa mais 550 mil pessoas em busca de emprego, entre um trimestre e
outro.
Na avaliação do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar
Azeredo, no entanto, o movimento de aumento na taxa de desemprego já era
esperado e é comum nesta época do ano.
“Nesta época do ano, o crescimento da taxa é um movimento esperado.
Sempre no primeiro trimestre do ano a taxa tende a subir, pois existe a
dispensa dos trabalhadores temporários contratados para as festas de final de
ano", justificou.
População ocupada cai 0,9%
Ainda em consequência deste movimento de dispensa de trabalhadores
temporários, a pesquisa mostrou que, entre o trimestre encerrado em novembro e
o que terminou em fevereiro, o país perdeu cerca de 858 mil postos de trabalho,
com redução de 407 mil empregos no setor privado sem carteira e de 358 mil no
setor público.
O número de empregados com com carteira de trabalho assinada ficou
estável neste trimestre encerrado em fevereiro, em 33,1 milhões de
trabalhadores, porém “foi o pior resultado em números absolutos da série
histórica iniciada em 2012”, segundo Azeredo. As categorias empregador e
trabalhadores por conta própria também ficaram estáveis.
A queda no número de postos de trabalho foi verificada principalmente no
grupamento serviços, que reúne as atividades de administração
púbica, defesa, seguridade, educação, saúde e serviços sociais, que chegou a
perder 435 mil postos de trabalho; na construção, foram menos 277 mil empregos;
e na indústria, menos 244 mil.
Comparação com o ano anterior
A taxa de desemprego de 12,6% neste trimestre significa “uma melhora do
mercado de trabalho, quando a comparação se dá com o mesmo trimestre do ano
anterior, quando a taxa chegou a 13,2% e alcançava 13,5 milhões de pessoas
desocupadas, o pior resultado para esse trimestre na série histórica”.
População desocupada e rendimento
Pelos últimos dados do IBGE, a força de trabalho fora do mercado chegou
a 64,9 milhões de pessoas, crescendo 0,8% (o equivalente a mais 537 mil pessoas
desempregadas), e atingiu o maior nível na série histórica da Pnad Contínua,
iniciada em 2012. Frente ao mesmo trimestre de 2017, no entanto, houve
estabilidade.
Com a diminuição de 858 mil postos (-0,9%) no trimestre, a população
ocupada caiu para 91,1 milhões de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano
passado, no entanto, a população ocupada aumentou 2%, o equivalente a mais 1,7
milhão de pessoas empregadas.
Embora tenha ficado praticamente estável no fechamento do trimestre
encerrado em fevereiro, em comparação com o ano anterior, o número de empregados
com carteira assinada teve queda de 1,8%, o que equivale a menos 611 mil
pessoas.
Já o número de empregados sem carteira assinada caiu 3,6%, indo a 10,8
milhões, o que equivale a menos 407 mil pessoas nessa situação em relação ao
trimestre anterior. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro de 2017, o
setor informal teve crescimento de 5%, mais 511 mil.
Os trabalhadores por conta própria eram 23,1 milhões em fevereiro,
número estável em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2017. Em
relação ao mesmo período de 2016/2017, porém, houve alta de 4,4% (mais 977 mil
pessoas).
Já o rendimento médio real habitual recebido pelo trabalhador fechou o
trimestre encerrado em fevereiro em R$ 2.186, ficando estável tanto em relação
ao trimestre encerrado em novembro quando ao encerrado do mesmo trimestre do
ano anterior.
*Matéria ampliada às 11h51
Fonte: Agência Brasil
Repórter: Nielmar de Oliveira