Os Portos do Paraná se preparam para um ritmo mais
intenso no escoamento dos grãos destinados para exportação, com a chegada da
safra 2018/19, que vem do interior do Estado e dos estados do Sudeste e
Centro-Oeste do país.
A partir desta semana, a expectativa é um aumento
tanto no fluxo de caminhões para descarga do produto quanto no número de navios
para carregar as commodities com destino a outros países.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina
trabalha junto com a comunidade portuária para evitar filas nas estradas e vias
de acesso, além de manter a eficiência no embarque dos navios, reduzindo o
tempo de permanência das embarcações. “Estamos preparados para receber uma
quantidade de carga. No trânsito, nossa maior preocupação é finalizar a construção
do viaduto na BR 277, na entrada da cidade. Estamos dentro do cronograma e
esperamos finalizar ainda neste primeiro semestre”, disse o diretor-presidente
Luiz Fernando Garcia.
A equipe operacional do Porto de Paranaguá prevê um
aumento gradativo na quantidade de caminhões com destino aos terminais
paranaenses. O fluxo no Pátio de Triagem, que normalmente é de mil veículos por
dia, subiu para1,7 mil caminhões e pode alcançar até dois mil veículos já no
início de março.
NAVIOS - Desde o início do ano, 47 navios saíram do
Paraná carregados com a produção agrícola brasileira, 27 deles só com soja. No
total, foram carregadas mais de 2,7 milhões de toneladas de soja, milho e
farelo de soja, nos três berços do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá
e outros dois (201 e 204) que também carregam granéis sólidos para exportação.
Nesta terça-feira (26), dois navios carregavam
125,5 mil toneladas de farelo e um recebia 66,5 mil toneladas de soja.
Na mesma data, outros dois navios estavam
programados para atracar e carregar 130,3 mil toneladas de soja e seis
embarcações aguardavam ao largo para receber um total de mais de 319,1 mil
tonelada de grãos.
Até o dia 10 de março são esperados três navios
para carregar soja, três para farelo e dois para receber milho.
REFERÊNCIA - Segundo o chefe da Divisão de Silo da
Appa, Gilmar Francener, o maior diferencial paranaense é o sistema de embarque
de grãos no Corredor de Exportação, formado por um conjunto de terminais que
trabalham em pool.
“Paranaguá não tem filas de espera de navios. Os
navios chegam e, praticamente, são liberados para atracar. Existe uma agilidade
muito grande que reduz o tempo de embarque. Além disso, somos referência na
qualidade dos produtos e no cuidado com o peso dos produtos embarcados”,
afirma.
O modelo é único no Brasil. A carga pode ser
embarcada simultaneamente nos três berços de atracação exclusivos para granéis
(212, 213 e 214) e é possível que um mesmo navio receba mercadoria de
diferentes produtores - inclusive dos pequenos. Todos os grãos passam por
avaliação da Empresa Paranaense de Classificação de Produtos (Claspar).
DESCARGA - Não é apenas o carregamento dos navios
que se destaca nas operações dos Granéis Sólidos de Exportação. O sistema
adotado para receber os caminhões também garante organização, agilidade e
produtividade.
O Pátio de Triagem é onde os caminhões chegam e
aguardam para descarregar nos terminais. Os veículos são todos cadastrados na
origem da carga, pelos operadores portuários.
Cada operador tem uma cota de cadastro que é
liberada de acordo com a performance de cada terminal. Essa performance é a
capacidade que o terminal tem para descarregar os caminhões que chegam. “Por
exemplo, um terminal cadastrou 300 caminhões para aquele dia. Então, ele tem
até 14 horas, a partir da entrada no Pátio, para chamar e descarregar estes
caminhões. Passado esse tempo, o sistema bloqueia novos cadastros por três
dias. Se esse tempo exceder ainda mais, chegando a completar até 24 horas, o
bloqueio permanece até que toda a cota desde terminal seja baixada”, explica
Marcos Hauly, responsável pelo Pátio de Triagem da Appa.
Esse sistema que considera o tempo de permanência
dos caminhões no Pátio funciona como um “medidor de performance”. Caminhões que
chegam sem cadastro, são multados pela Antaq. A multa, que chega a R$ 2 mil,
vai para o operador responsável.
PREVISÃO- Considerando os operadores do Corredor de
Exportação e os demais (que utilizam outros berços do cais comercial),
atualmente são 21 empresas que movimentam grãos pelo porto paranaense (10
terminais privados e 11 que operam pela estrutura pública).
Juntos, para os próximos três meses, esses
terminais esperam receber um volume de mais de 7,5 milhões de toneladas de
grãos, para descarga, principalmente soja (mais de 4,7 milhões de toneladas).
Da soja exportada pelo Porto de Paranaguá, segundo
Francener, 72% são produção do próprio Estado, outros 10% vêm do Mato Grosso,
9% de Goiás, 3% do Mato Grosso Sul e uma parcela em torno de 2% ainda vêm de
Santa Catarina, São Paulo e outros Estados.
Fonte: APPA