Descoberta da farmacêutica Sorrento não foi testada em humanos e
ainda precisa passar por revisão da comunidade científica
A empresa americana farmacêutica Sorrento anunciou nesta
sexta-feira (15) a descoberta de um anticorpo que, segundo eles, é capaz de barrar
100% das infecções causadas pelo coronavírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, em células saudáveis. A empresa já
havia anunciado o início das pesquisas com anticorpos na semana
passada.
Vale notar, no entanto, que os resultados são de um estudo
pré-clínico, o que significa que os pesquisadores ainda não tiveram a
oportunidade de realizar testes amplos em seres humanos para aferir sua real
eficácia. Os experimentos foram realizados apenas ?in vitro?. Também é
importante observar que o estudo ainda não foi revisado por outros cientistas
para detectar potenciais falhas e inconsistências metodológicas.
De qualquer forma, o anúncio fez com que as ações da Sorrento
disparassem em mais de 100% nesta sexta-feira, refletindo o otimismo da empresa
com uma potencial solução funcional contra o coronavírus.
De acordo com a Sorrento, o anticorpo, que recebeu o nome de
STI-1499, se destacou entre bilhões de candidatos analisados pela empresa e
conseguiu inibir totalmente a infecção de células saudáveis após um período de
quatro dias de incubação. Ele age bloqueando a ação da proteína Spike, que dá o
formato de coroa espinhosa ao vírus, impedindo que ela se conecte aos
receptores das células humanas. Com isso, o vírus não consegue replicar seu
material genético e é impedido de se reproduzir, evitando o desenvolvimento da
doença.
A empresa pretende fazer do STI-1499 parte do Covi-Shield, um
coquetel de anticorpos pensado para prevenir a infecção por múltiplas cepas do
coronavírus. No entanto, a Sorrento também analisa a possibilidade de
desenvolver tratamentos utilizando apenas o novo anticorpo no combate à
Covid-19, como aponta o site TechCrunch.
Agora, a empresa busca a autorização da Administração de Drogas
e Alimentos (FDA) dos Estados Unidos para que seja possível testá-lo e usá-los
em pacientes humanos. Enquanto isso não acontece, a empresa está acelerando a
produção para ter 1 milhão de doses prontas quando a autorização chegar
Fonte: olhardigital.com.br