O cuidado com animais marinhos que vivem na área
dos portos de Paranaguá e Antonina é o tema de uma nova campanha da Portos do
Paraná. A empresa pública, em conjunto com a Cia Ambiental, desenvolveu uma
cartilha para orientar embarcações sobre como agir ao encontrar grupos de
botos-cinza durante a navegação.
A ação inclui conversas e web reuniões para alertar
sobre o tema. “Identificamos a necessidade de falar e sensibilizar os donos de
embarcações menores, como lanchas, iates, voadeiras, entre outros. Isso porque,
nas atividades de monitoramento que realizamos de forma regular, nossos
biólogos identificaram animais com pequenas cicatrizes de hélices no dorso, nas
costas”, explica João Paulo Santana, diretor de Meio Ambiente da Portos do
Paraná.
Segundo ele, as marcas indicam que os ferimentos
foram causados por pequenas hélices, não compatíveis com as hélices de navios.
“Temos um grande trânsito de embarcações nas baía de Paranaguá e Antonina. São
voadeiras, bateiras, canoas caiçaras, lanchas de finais de semana, barcos que
dão apoio aos navios e também os barcos da praticagem”, diz.
“Diante disso, resolvemos fazer uma grande campanha de conscientização, dialogar com todas as marinas da região de Paranaguá, com os práticos, com as comunidades de pescadores, para que quando avistarem grupos de botos diminuam a velocidade das embarcações”.
APROVAÇÃO - A iniciativa foi bem aceita por quem já
foi contatado, como o coordenador-geral da Lunamar Transportes Marítimos,
Renato Rocha. “É um trabalho muito importante para o turismo na cidade. Os
barcos hoje param para ver os botos, o que não acontecia antes, pois não víamos
famílias inteiras de botos. Hoje eles estão em grande quantidade e, muitas
vezes, pertinho da costa. Então, é preciso preservar”, diz.
Para o gestor da empresa Oceânica, Adaury Silva
Demétrio, o cuidado deve ser de todos. “Apesar de haver uma conscientização de
defesa dos animais, principalmente os que vêm procriar na baía, as vezes os
marinheiros desconhecem a importância da preservação. Esse trabalho ajuda eles
a entenderem.”, afirma.
“Sabemos que temos que preservar o boto, a natureza
em si. Aqui na marina, vamos distribuir o fôlder explicativo dos cuidados que
temos que ter com a espécie, para todos os nossos clientes, para que colaborem
na proteção do boto-cinza, que habita o litoral paranaense,” reforça Iranor
Norberto Jamnik Filho, da Porto Marina Oceania.
O material também foi distribuído na Praticagem, no
Iate Clube de Paranaguá, na Palangana Serviços Marítimos e nas marinas Marlim
Azul, Velho Marujo, Paranaguá e Azul.
Embarcações devem manter distância mínima de 300 metros dos animais.
Quando a distância for menor que 300 metros, o motor deve ser colocado em neutro ou velocidade mínima.
Ao encontrar o boto-cinza deve-se navegar apenas em
velocidade inferior a 5 nós (cerca de 10km/h).
Evitar mudanças bruscas de direção.
Não acompanhar a bordo de embarcações os botos por mais de 30 minutos.
Em caso de fêmea com filhotes, não exceder 15 minutos.
AMEAÇADO – O boto-cinza (Sotalia guianensis) é
listado pelo Ministério do Meio Ambiente como espécie ameaçada e tem status de
espécie vulnerável na Lista da Fauna Brasileira de Espécies Ameaçadas e
Extinção (Portaria MMA nº 444 de 17/12/2014).
O mamífero pode viver entre 30 e 35 anos e atingir 2,2 metros e 90 quilos. O dorso é cinza, com duas bandas laterais mais claras.
ACESSE A VERSÃO ONLINE DA CARTILHA AQUI
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