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Desculpe o transtorno, estamos em construção

Em uma de suas pregações memoráveis, Monsenhor Jonas Abib utilizou uma metáfora cotidiana para ilustrar a importância do perdão, comparando a vida humana a um canteiro de obras. Sua analogia ressaltava a mensagem contida nas placas de sinalização de obras: "Desculpe o transtorno, estamos em construção".

Segundo o Monsenhor, todos causamos transtornos na vida dos outros porque somos imperfeitos e pecadores. Ele detalhou como, nas relações cotidianas, proferimos palavras inadequadas, agimos impulsivamente e, muitas vezes, machucamos os que estão ao nosso redor, seja intencionalmente ou não.

Ele enfatizou que essas falhas mostram que estamos em constante construção, crescendo e evoluindo a cada dia. Assim como um edifício é erguido tijolo a tijolo, a nossa vida é moldada por ações e aprendizados diários. Alguns momentos são marcados pela dor e dificuldade, enquanto outros são aliviados pelo amor e compreensão.

Monsenhor Jonas Abib também destacou que todos ao nosso redor estão em construção e que, inevitavelmente, acabam nos causando transtornos. Ele comparou essas situações a um tijolo que cai e nos machuca ou ao cimento que suja nosso rosto. Apesar disso, ele ressaltou a importância de perdoar, entendendo que os erros dos outros são semelhantes aos nossos.

O perdão, conforme explicou, é um processo de cura e limpeza das feridas e sujeiras causadas pelos transtornos diários. Ele nos encoraja a seguir em frente, sem focar no passado ou nos erros cometidos, para que possamos contemplar o horizonte e viver de forma mais leve e livre.

Monsenhor Jonas Abib concluiu sua pregação com um apelo à prática do perdão, descrevendo-o como um "banho na alma" que nos impulsiona em direção à santidade. Ele agradeceu por nos ensinar a importância de pedir perdão e se desculpou por quaisquer transtornos causados, reconhecendo que ele, assim como todos nós, está em construção.

Tags: Monsenhor Jonas Abib, perdão, metáfora, obras, construção, erros, relações humanas, cura, santidade, pregação

Texto: Edye Venancio

 Image by Clker-Free-Vector-Images from Pixabay






A beleza do perdão

 Lembro-me de uma das pregações do Monsenhor Jonas Abib em que ele usava uma metáfora cotidiana para falar sobre o perdão. Dizia das obras e das placas de sinalização que comunicavam: “Desculpe o transtorno, estamos em construção”. Como artesão da palavra, inspirado por Deus, nosso fundador foi descendo às minúcias do que é o transtorno e do que é a construção.

Causamos transtornos na vida de muitas pessoas, porque somos pecadores, porque somos imperfeitos. Nas esquinas da vida, pronunciamos palavras inadequadas, falamos sem necessidade, incomodamos. Nas relações mais próximas, agredimos sem intenção ou intencionalmente. Mas agredimos. Não respeitamos o tempo do outro, a história do outro. Parece que o mundo gira em torno dos nossos desejos e o outro é apenas um detalhe. E, assim, vamos causando transtornos.

Esses transtornos tantos mostram que não estamos prontos, mas em construção. Tijolo a tijolo, o templo da nossa história vai ganhando forma. Em alguns momentos, não somos capazes de compreender o tamanho da dor. Em outros, a edificação parece mais leve, o amor alivia o árduo trabalho. E assim é a nossa vida.

O outro, o meu irmão, também está em construção e também causa transtornos. E, às vezes, um tijolo cai e me machuca. Outras vezes, é a cal ou o cimento que suja o meu rosto. E quando não é um, é outro. E o tempo todo tenho de me limpar e tenho de cuidar das feridas. Assim como os outros que convivem comigo também têm de fazer. Os erros dos outros, os meus erros. Os meus erros, os erros dos outros.

Essa é uma conclusão essencial: todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão.

Perdoar é cuidar das feridas e das sujeiras. É compreender que os transtornos são muitas vezes involuntários. Que os erros dos outros são semelhantes aos meus erros, e que como caminhantes de uma jornada é preciso olhar adiante. Se nos preocuparmos com o que passou, com a poeira, com o tijolo caído, o horizonte deixará de ser contemplado. E será um desperdício.

O convite que eu faço é que você experimente a beleza do perdão. É um banho na alma. Deixa leve. Uma boa confissão ajuda a reconhecer as nossas falhas e, mais do que isso, nos impulsiona a buscar a santidade.

Obrigado, Monsenhor Jonas Abib, por nos ensinar a pedir perdão.

Meu irmão, se eu errei, se eu o magoei, se eu o julguei mal, desculpe-me todos esses transtornos… estou em construção! Gabriel Chalita

 , Revista Canção Nova de Abril 2010, pág. 14.

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