Quem vivenciou
a inauguração do Porto de Paranaguá, em 1935, com movimentação de erva-mate,
madeira, açúcar, café, e manufaturados importados, talvez não imaginasse a
potência econômica na qual a base de importação e exportação se tornaria.
Patrimônio do Estado do Paraná, o Porto de Paranaguá completa 83 anos neste
sábado (17) com um importante motivo para comemorar: a capacidade de
movimentação de cargas atingiu neste último ano a maior marca de toda a sua
história.
No início das
atividades, os números eram modestos: no ano de sua inauguração, o porto
recebeu 437 navios e movimentou 91 mil toneladas de mercadorias. Atualmente, a
quantidade de navios que passa por ano pelo local é pelo menos três vezes maior
e o volume de cargas movimentadas já aumentou 500 vezes, ultrapassando a marca
de 51,5 milhões de toneladas em 2017.
De acordo com o diretor-presidente da Administração
dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, o segredo do
sucesso do Porto de Paranaguá está na modernização da infraestrutura e na
atualização dos serviços. “Com o passar dos anos, a natureza dos produtos
transportados foi mudando, bem como a forma de movimentar as mercadorias. Isso
exigiu muitas melhorias na estrutura e acompanhamento das mudanças de mercado”,
explicou.
NOVA REALIDADE
- A erva-mate e o café, produtos extremamente importantes para a economia do
país na época da inauguração, hoje já não passam pelo porto. Apesar de
continuar a principal opção no Brasil para o escoamento da produção agrícola, o
porto paranaense tem agora como carro-chefe a soja, responsável por mais de 22%
de todo o volume movimentado.
Além disso, o porto abriu as portas para a
diversificação de produtos e, ano após ano, tem sido referência na movimentação
de diferentes tipos de carga. Em 2017, por exemplo, as mercadorias de carga
geral (máquinas, peças industriais e produtos de alto valor agregado) somaram
9,5 milhões de toneladas movimentadas. Além disso, passaram pelo porto 8,8
milhões de toneladas de fertilizantes e 4,7 milhões de toneladas de derivados
de petróleo. O açúcar representou 4,8 milhões de toneladas exportadas; os
farelos, 4,5 milhões; e o milho, 3,5 milhões de toneladas.
INVESTIMENTOS RECORDES – Para suprir toda a
demanda e atrair importadores e exportadores, com qualidade e agilidade de
serviço, os últimos anos do Porto de Paranaguá foram de intensos investimentos
que ampliaram as áreas de movimentação e a capacidade operacional. “De 2011 a
2017, foram mais de R$ 657 milhões em investimentos públicos. Somente neste
período, a movimentação de cargas de Paranaguá teve um aumento de 25%”,
ressaltou Dividino.
Entre as
principais obras que tornaram possíveis estas marcas estão as campanhas
continuadas de dragagem – que aumentaram a profundidade para a navegação segura
de grandes navios –; reforma e aprofundamento do cais; instalação de novos
shiploaders (carregadores de navios); construção de novos portões com novas
balanças; automação dos equipamentos de controle de acesso; construção de novos
tombadores; novos pátios de caminhões; entre outras.
De acordo com o secretário de Infraestrutura e
Logística, José Richa Filho, as ações dos últimos anos foram fundamentais para
a intensificação das operações no porto. “Os números têm surpreendido e não
devem parar de crescer. Os investimentos feitos de 2011 para cá já fizeram
aumentar em 33% a capacidade na descarga de grãos, que é a principal operação
do local. Além disso, mês após mês, os resultados mostram uma multiplicação da
quantidade de caminhões de diferentes cargas que acessam o porto”, comemorou.
DESENVOLVIMENTO
E SUSTENTABILIDADE – Lado a lado com o crescimento exponencial das operações de
importação e exportação, a preocupação com o meio ambiente tem feito o Porto de
Paranaguá ser um exemplo nacional de desenvolvimento sustentável. Atualmente, o
porto é o primeiro do país no Índice de Desempenho Ambiental, medido pela
Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
“Essa é uma
preocupação constante desta gestão. Prova disso é que anunciamos nesta semana
novos projetos na área socioambiental. Com isso, chegamos a 57 ações
simultâneas, que visam preservar e promover a natureza e as condições de vida
da população que vive no entorno da região portuária”, destacou o diretor de
Meio Ambiente da Appa, Bruno da Silveira Guimarães.
Fonte: APPA
Fotos: Ivan
Bueno