A data foi criada há 33 anos
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para intensificar as ações sobre
doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
O tabagismo é reconhecido como
uma doença crônica causada pela dependência à nicotina, substância presente nos
produtos à base de tabaco. É importante fator de risco para o desenvolvimento
de vários tipos de câncer, acidentes vasculares cerebrais e ataques cardíacos.
Também está associado a outras doenças crônicas como tuberculose, infecções
respiratórias, úlcera gastrintestinal, infertilidade em mulheres e homens,
osteoporose e catarata.
NOTA ORIENTATIVA - Diante da pandemia da
Covid-19, a secretaria estadual da Saúde divulgou Nota Orientativa ressaltando
os riscos do tabagismo e do uso e compartilhamento do narguilé para a infecção
pelo novo coronavírus. A nota informa que “entre os pacientes chineses diagnosticados
com pneumonia associada ao coronavírus, as chances de progressão da doença
foram 14 vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo”.
O Paraná foi o primeiro estado
a inserir o tabagismo na notificação de casos suspeitos de Covid-19 como
condição de risco para as complicações pela doença.
De acordo com o secretário Beto
Preto, isso demonstra a atenção da secretaria estadual com o tabagismo e que o
momento é de sensibilização junto à população sobre os malefícios do tabaco.
“Quem fuma tem mais chances de adoecer e ainda dissemina o tabagismo passivo,
que é a exposição à inalação da fumaça tóxica por pessoas próximas, além dos
danos provocados ao meio ambiente”, afirma.
Segundo a diretora de Atenção e
Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, fumar é um facilitador
para o desenvolvimento de quadros de doenças pulmonares, com redução da
capacidade cardiorrespiratória. “Além disso, é preciso salientar o fator de
transmissão do coronavírus como, por exemplo, ao compartilhar o fumo do
narguilé, que normalmente é uma ação feita em grupos e coloca os usuários em
risco de contaminação, inclusive por outras doenças infectocontagiosas como
tuberculose e hepatites virais.
Ela complementa que outros
fatores também possibilitam a contaminação, como o preparo manual do narguilé e
a umidade da fumaça, que promove a sobrevivência de micro-organismos. “Por isso
o nosso alerta. Estabelecimentos públicos, como cafés, bares, restaurantes e
outros, sem exceções, têm responsabilidade em coibir o uso do narguilé”,
complementa.
Estudo do Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado em 2019 nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, com um
universo de 52.443 entrevistas, apontou 9,8% de fumantes. O índice é 0,5% mais
alto que o apurado em 2018.
Em Curitiba, a mesma pesquisa
entrevistou 2.058 pessoas – 12% dos homens e 11% das mulheres declararam-se
fumantes. É a terceira capital do País com a maior incidência de mulheres
fumantes.
RECOMENDAÇÃO – Desde o início do
período de pandemia, a secretaria estadual da Saúde recomenda a suspensão das
ações de tratamento para novos grupos de cessação do tabagismo para evitar
o encontro de pessoas e a exposição do paciente nas unidades de saúde, uma vez
que há grande possibilidade desses ambientes receberem pessoas com quadros
compatíveis com a infecção pelo coronavírus.
A secretaria também publicou e
atualizou Nota Orientativa recomendando que as equipes do Programa de Cessação
do Tabagismo priorizem os atendimentos a distância, sempre com a premissa de
garantir a segurança dos profissionais e do público.
“Sugerimos que os profissionais
que tratam tabagistas também organizem os contatos de pacientes que estão
aguardando, garantindo o direito ao tratamento logo que for superado este
período crítico da Covid-19”, disse a coordenadora de Promoção da Saúde, Elaine
Oliveira.
Segundo a coordenadora, a
disponibilização dos medicamentos para o tratamento da cessação do tabagismo
deve ocorrer apenas para as pessoas que estejam em tratamento por meio de
abordagem cognitivo-comportamental associada. “Para os pacientes que já estão
em tratamento e têm prescrição, os medicamentos estão sendo entregues pelas
secretarias municipais e as orientações terapêuticas podem ser feitas por
contato telefônico ou por meio de aplicativo”, informou.
No Paraná, 277 municípios oferecem
o Programa de Cessação do Tabagismo. No ano passado, 12.231 usuários foram
atendidos pelo programa em todo o Estado.
0 Comentários