Presidente da Câmara de Paranaguá é acusado de incoerência e submissão ao Executivo após conduzir votação que aumentou salários de agentes políticos, incluindo o próprio
O presidente da Câmara Municipal de Paranaguá, vereador Fabio Santos, voltou a ser alvo de críticas após a aprovação de um polêmico reajuste salarial destinado a agentes políticos da cidade. A medida, votada em Regime de Urgência Especial no dia 26 de outubro de 2021, contemplou os próprios vereadores, cargos comissionados, o prefeito Marcelo Roque e o vice-prefeito José Carlos Borba (Borba da Transcap).
Dos 19 parlamentares, apenas três votaram contra o reajuste: Oziel Marques, Lindonei dos Santos e o próprio Fabio Santos — este último apenas em função de sua prerrogativa de voto em caso de empate. Apesar disso, foi o presidente quem colocou os requerimentos em pauta, viabilizando a aprovação da proposta que também o beneficia diretamente.
O episódio tem alimentado o descontentamento da população, especialmente de eleitores da Ilha dos Valadares, que se sentiram traídos ao verem os dois representantes da comunidade votando a favor da proposta. Críticas se intensificam também sobre a conduta de Santos, que durante a campanha eleitoral usou o slogan “Um homem que respeita o seu voto”, prometendo lealdade e compromisso com os anseios populares.
Para muitos moradores, no entanto, o comportamento do vereador demonstra o oposto. Acusado de ser uma figura alinhada ao prefeito e de seguir orientações do Executivo, Fabio Santos tem sido chamado de “marionete política” por opositores. Sua gestão à frente da Câmara é apontada como marcada por discursos vazios e uma atuação mais voltada à autopromoção do que à defesa dos interesses da população.
As críticas nas redes sociais refletem uma crescente frustração com o distanciamento entre as promessas de campanha e a prática parlamentar. O episódio do reajuste salarial apenas fortaleceu o sentimento de que a política local, mais uma vez, ignorou a voz das ruas.
0 Comentários