O cenário político brasileiro enfrenta uma crise de confiança, impulsionada pela quebra de promessas eleitorais e pela troca de alianças após a conquista do poder. Discursos que serviram como base para conquistar votos são rapidamente descartados, revelando uma prática recorrente de desilusão pós-eleitoral.
Candidatos que antes se posicionavam como oposição ao governo frequentemente mudam de postura ao assumirem cargos, atraídos por ofertas de benefícios e vantagens pessoais. Essa prática expõe a fragilidade das alianças formadas durante as campanhas e reforça a predominância de interesses particulares sobre os coletivos.
Outro ponto de crítica é o uso da religião como ferramenta política. Durante as eleições, candidatos buscam conquistar eleitores religiosos ao evocar o nome de Deus, "aceitar Jesus", abandonar hábitos como o consumo de álcool e frequentar igrejas com líderes religiosos que, muitas vezes, parecem ignorar o caráter político dessas ações (claro que nem todos, afinal, há líderes que de forma discreta ou sem a menor vergonha pede votos para o seu candidato). No entanto, após eleitos, muitos abandonam esses valores, priorizando articulações que beneficiam seus próprios interesses.
Especialistas apontam que a falta de integridade política perpetua práticas históricas de promessas não cumpridas. A palavra empenhada deveria ser sagrada, mas, no atual cenário, ela se torna descartável, comprometendo a confiança dos eleitores.
O famoso "tamo junto", frequentemente usado durante as campanhas, é abandonado assim que interesses pessoais ganham prioridade, surpreendendo até mesmo aqueles que acreditavam na amizade com os candidatos e ou patrocinadores.
Para romper esse ciclo de ceticismo crescente, especialistas defendem a necessidade de maior transparência e ética tanto por parte dos políticos quanto dos eleitores. Apenas com o fortalecimento do compromisso com a coletividade será possível restabelecer a credibilidade na política.
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